Capítulo Onze

34 16 6
                                    


A semana passou e eu nem percebi!

Sempre que os plantões do Lucas permitia ele marcava pra gente se ver.

Muitos beijos, carinhos, praia, pôr do sol e risadas.

Eu não sabia o que a gente era. Não estava nada definido.
Não havia cobranças.

A única certeza que tínhamos é que a gente queria ficar junto.

― Vamos amanhã até a ONG do Théo? ― propõem Lucas.

― Amanhã não posso. Tenho consulta marcada na Psicóloga.

― Tudo bem, marcamos para a minha próxima folga. Você vai adorar a ONG!

***

Depois das festas de Final de ano, chegou o dia da minha primeira consulta com a minha Psicóloga.

O dia estava meio nublado, mas eu acordei de bom humor, por isso pedalo e vou cantarolando até o meu destino.

Cheguei ao Hospital e prendi minha bicicleta no local indicado. Enquanto caminhava pelo bem cuidado jardim, um carro do outro lado da calçada me chamou a atenção.

Aquele carro andava a menos de vinte quilômetros e eu que pensei que havia perdido essa sina de mania de perseguição, me vi em pânico.

O hospital era cercado por uma grade, mas dava para enxergar todo o ciclo da movimentava avenida do centro. Olhei para os lados não tinha ninguém, então a única coisa cabível ao momento era acelerar meus passos e entrar no hospital.

Só que antes de eu dar meu próximo passo, o motorista tal carro suspeito, abaixou o vidro e então meu corpo gelou.

― Isso só pode ser um pesadelo!

Eu vi o Roger naquele carro. Ele sorria para mim.

Acelerei.
Meu coração disparava e eu só queria sair dali rápido.

Finalmente minhas pernas alcançaram a recepção do hospital.

― O que houve Daniela?

Todos ali me conheciam. Não por eu ser apenas paciente e sim porque meu irmão fazia questão de me apresentar para cada colega de seu trabalho.

Bianca, a recepcionista, me olhava assustada. Eu devo estar passando uma péssima impressão.

― Está tudo bem ― passo a mão pela minha testa suada ― Já está no horário da minha consulta?

― Sim. A Senhora já pode subir.

Sigo para o elevador e aciono o botão do quinto andar.

Logo sou recebida por minha médica.

― Boa tarde Daniela. ― ela senta-se em minha frente ― Conte-me sobre sua semana, foi tudo bem?

― Eu vi o Roger. ― sou direta.

Meu corpo treme involuntariamente.

― Não tem como você ter visto o Roger. Recorda-se que ele está morto?

― Sim Doutora. Mas eu vi o Roger rondando o hospital! Ele sorriu para mim.

Começo a chorar compulsivamente. Minha médica me oferece um lenço de papel e um copo de água.

― Acalme-se querida.

― Ele está voltando para me matar.

― Nesses casos, como o seu, é muito comum ter alucinações.

Sonhos Roubados (REVISANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora