Capítulo Dez

316 47 17
                                    

Hoje é o primeiro dia deste novo ano.

Atrás de toda a simbologia que existe, o dia de hoje para mim tem um significado bem maior.

Como se eu tivesse ganhado um caderno em branco e eu pudesse escrever a primeira palavra e começar uma nova história.

Estava na cama quando Maurício entrou no quarto.

― Mocinha você tem visita.

Quase dei um pulo da cama.

― Quem é?

― Olha pela janela e descobrirá. -disse Maurício, sorrindo.

Abro as cortinas e posso reconhecer aquele pontinho acenando para mim.
Ele está no portão do prédio, com sua bicicleta.

― Desce aí!

Meu coração disparou!

Porque estou tão nervosa?

Troco de roupa rapidamente e o encontro na calçada.

― Bom dia "Senhor" Lucas. ― brinco.

― Como está o seu primeiro dia do ano?

― Começou bem.

Olha aí o seu sorriso cativante novamente.

― Estou eu aqui para te levar a um lugar.

― Que lugar?

― Sobe aí! ― ele aponta para o banco traseiro da bicicleta ― No caminho eu te explico.

Mesmo sem entender, aceitei o convite.

Lucas tinha um magnetismo. Algo me fazia querer ficar perto dele, mesmo sem saber o sentido.
O papo rolou descontraído na garupa daquela bicicleta.

Conversamos sobre tudo!
Menos para onde ele estava me levando.

De repente Lucas parou a bicicleta e colocou o pé no chão.

― Chegamos.

Olho em volta.
Uma praia.

― Mais aqui não é a Praia dos Cavaleiros?

― Não. Aqui é a Praia do Farol.

― Essa aqui eu não conheço. ― levo a mão à testa tentando encobrir o sol.

Desci da garupa e olhei em volta.

― Ela não é muito conhecida mesmo. É pequena e discreta. ― comunicou meu jovem guia turístico.

― Minha cara. ― digo respirando o ar da maresia.

―Eu sei. Por isso te trouxe aqui.

Convencido!

Lanço um sorriso para ele.

― Vamos! ― digo saltitando pela areia.

A extensão da praia era pequena, tinha uma vegetação logo no início dando a impressão de uma linda praia deserta.

Lucas colocou o cadeado na sua bicicleta e correu para me alcançar.

Assustei- me quando ele se aproximou e segurou minha mão, enlaçando nossos dedos.

Definitivamente não estava acostumada com isso.

― Essa praia tem este nome por conta daquilo ali. ― Lucas apontou― Um farol de mais de cem anos.

― Você fez a lição de casa direitinho!

Gargalhamos.

― Besta! ― ele aperta meu nariz ― Hoje o farol são só ruínas mas tem seu charme né?

Sonhos Roubados (REVISANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora