Capítulo Três

423 56 19
                                    

Eu acordei e estava amarrada e amordaçada.
Mesmo estando meio sonolenta, me esforcei para abrir os olhos.

Estava em um local escuro, úmido e com um odor de terra muito forte.

Aos poucos fui recobrando a minha lucidez e uma angústia começou a pesar em meu peito.

Tentei soltar minhas mãos.
Balancei o corpo tentado criar atrito para me liberar daquelas amarras e quando senti de leve cortar meus pulsos, parei.

Percebi que seria em vão.

Lágrimas de desespero começaram a brotar em meus olhos quando a porta abriu.
Um rangido de madeira antiga e a luz forte da parte externa me fez fechar meus olhos.

Senti duas mãos me pegarem pelos ombros e me colocar sentada no chão com muita facilidade.

Só podia avistar as botas, mas eu reconheci aquelas botas.

Quando ia levantar o rosto para encarar a quem eu tinha certeza que estava ali, Roger puxou um caixote e se sentou a minha frente.

Sim, Roger Cruz.

Ele me olhava e sorria.

Meus olhos molhados de lágrimas passeavam inquietos pelo rosto de Roger tentando entender o que o levou a fazer isso comigo.

― Princesa, vou tirar isso da sua boca.

Roger puxou ligeiramente a fita que tampava a minha boca. Movimentei meus lábios que pareciam estar dormentes.

E olhei novamente para Roger.

Não entendia porque ele continuava a sorrir. Ele me sequestrou e parecia feliz com isso!

― Roger, o que está acontecendo?

Minha voz saiu trêmula e com certa dificuldade.

― Nada demais meu amor. Só lhe trouxe para seu Castelo.

― Castelo? Roger eu não estou entendendo? Castelo isso aqui? ― digo olhando em volta.

― Realmente, vou te levar para a casa grande. Tenho uma surpresa para você.

Em um só movimento, Roger me colocou de pé. Sem tirar minhas amarras, ele me segurou pelo antebraço e me tirou daquele lugar onde estava.

Era noite.

Porém eu não tinha a mínima ideia que horas são. Eu não estava com meu relógio, meu celular e muito menos minha mochila.

Segurei as lágrimas e olhei em volta.

Eu precisava me concentrar e achar um meio de fugir!

Caminhávamos para casa que parecia um sítio. Não tinha a mínima ideia em qual localidade estava, mas se via que era interior e que não tinha vizinhos próximos.

E foi nesta caminhada que descobri que eu estava em uma garagem desativada no fundo do terreno.

Entramos e a casa era aconchegante e linda. Simples como todas do interior, mas muito confortável.

Roger me arrastou até a sala. E foi ali que descobri que uma lareira aquecia o ambiente.

Ele colocou-me sentada em um sofá.

Eu olhei para o fogo daquela lareira e imaginei mil coisas. As lágrimas mais uma vez vieram e eu respirei fundo. Na minha cabeça eu precisava me controlar para sobreviver.

― Está com fome? ― perguntou Roger.

― O que você está planejando? Por favor, deixe-me ir para minha casa.

Sonhos Roubados (REVISANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora