Capítulo Dezoito.

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No dia seguinte a polícia ouviu Lucas para maiores esclarecimentos do ocorrido, na festa beneficente, entre ele e a Keila.

E disseram que se precisar tirar alguma dúvida Lucas será chamado na delegacia.

Obviamente estamos todos muito apreensivos.
Lucas tem uma carreira, é médico pediatra. Quem serão os pais que vão confiar em um "médico estuprador"?

Por mais que há quem diga que não liga para o que o povo fala, a situação que ele se encontra é muito delicada.

Eu sigo apreensiva, mais finalmente temos uma noticia boa: Lucas recebeu alta. E já estava decidido que ele ia ficar conosco no apartamento de Maurício.

Meu irmão não se importou claro, afinal de nós ele terá todo apoio.

Estava na cozinha preparando um sanduíche de queijo branco para Lucas, quando ouço o banco que fica em frente ao balcão da cozinha americana ser arrastado no chão.

― Bom dia. ― disse Lucas.

Dou-lhe um beijo demorado.

― Já estou cansado de ficar em casa.

― Só tem dois dias que você recebeu alta.

Coloco o sanduíche na sua frente com um copo de leite com achocolatado.

― Obrigado.

― O hospital te deu total liberdade para resolver tudo e retornar quando você estiver cem por cento. ― recordo-o.

― Já me sinto cem por cento.

― Lucas...

― As pessoa precisam de mim, Dani.

― Eu sei... Mais.

― Vou sair e conversar com o Diretor do hospital. ― Lucas estava decidido.

― Não vai adiantar eu questionar né?

― Não. ― ele sorri e beija a minha mão. ― Depois eu vou passar em casa e pegar umas roupas limpas.

Batidas na porta. Entreolhamos-nos.

― Eu atendo.

Lucas levantou e abriu a porta. Era o porteiro do prédio com algo em mãos que parecia uma correspondência.

Lucas agradeceu, fechou a porta e abriu o envelope.

― É para o Maurício?

― Não, é para mim.

A carta desliza sobre o balcão até chegar ao meu campo de visão.

Meu queixo involuntariamente cai, mas tento controlar minhas mãos trêmulas.

― Intimação?

― Sim, estou sendo intimado para depor hoje.

― Então seria bom entrar em contato com meu pai, para ele providenciar um advogado para te acompanhar.

― Não Dani. Eu não fiz nada! Não preciso entrar na delegacia como se fosse um culpado.

― Então o que pretende fazer agora?

Lucas pega sua mochila em cima do sofá e a coloca no ombro.

― Não vou mudar meus planos. Vou ao hospital e depois a delegacia.

― Se cuida.

― Retorno na parte da tarde. Não precisa ficar me esperando para o almoço.

Antes de sair pela porta Lucas segura a minha cintura e me beija com todo seu afeto.

Sonhos Roubados (REVISANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora