BÔNUS ROGER

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Olá meninas!
Este bônus é narrado pelo Roger Cruz.
Medo...

***

Meu pai me internou aqui neste fim de mundo achando que eu ia me curar.
Coitado!

Se eu quiser eu posso fugir daqui a hora que eu quiser.
Mas não quero.
Aqui a comida é razoável, a cama é boa e o "lance" que consigo arrumar aqui dentro é da melhor qualidade.

Tudo nesta vida se compra com dinheiro e isso eu tenho.
Tenho não. Por que como diz meu pai nunca trabalhei para isso, mas eu herdei!

Por isso consigo algumas "mordomias" aqui dentro deste "pé sujo".

Com meu dinheiro, "comprei" o enfermeiro Charles. Ele trás drogas e tudo que eu posso imaginar ― E DESEJAR ― do "mundo externo".

O chamo de meu "Gênio da lâmpada". Eu peço e ele realiza.

A vida não poderia estar melhor...

Até que um belo dia surgiu uma princesa na minha frente.
Nada como uma "carne nova".

Chega de enfermeiras velhas.
Chega de transar com pacientes como eu.

Agora eu a quero.
E como eu tenho tudo que eu quero, ela será minha.

Aliás, ela já é minha e nem sabe.

Mandei Charles "colar na dela" e descobrir tudo sobre a minha Princesa.

E assim ele fez.

Eu estava no jardim da Clínica, para aquela "palhaçada" de banho de sol, quando Charles se aproximou:

― Ela é a nova estagiária. Assistente Social.

― O que mais descobriu?

― Ela está à frente de um novo projeto para os pacientes.

― Essa é a chance de eu me aproximar dela. Estou dentro!

***

Segundo as informações no quadro de aviso da Clínica, para se inscrever no novo projeto é só procurar por Daniela Costa.

Este deve ser o nome dela...

Fui à caça, digo a procura da minha Princesa.

Encontrei-a na ala de desenvolvimento e lazer da Clínica cercada por duas pacientes e ao seu lado a Psicóloga da clínica, a "velha- mala" da Olga.

Daniela segurava a mão de uma paciente e a ouvia atentamente.
Seus olhos eram carinhosos.
E eu tive vontade de expulsar a todos e ter a atenção da minha Princesa só para mim.

Ela é minha só não sabe.

Mas isso não seria bem visto e muito menos inteligente.

Encostei-me à parede, fiz cara de coitadinho e esperei o "blá blá blá" da história chata da paciente acabar.

E quando Daniela levantou, nossos olhares se cruzaram e eu vi ali que fomos feitos um para o outro.
Ela levemente sorriu e eu a abordei.

― Boa tarde. Você é Daniela Costa? ― perguntei me fazendo de desinformado.


― Sim, sou eu. ― respondeu Daniela, me encantando com seu sorriso novamente.

― Eu vi sobre o seu projeto no quadro de avisos e gostaria de fazer a inscrição.

― Que bom! Venha. ― ela segurou minha mão ― Vou te explicar sobre o projeto.

Meu coração disparou com aquele toque.
Nos sentamos em um sofá.
Frente a frente.
Estava difícil manter a minha cara de coitadinho. Por dentro eu estava "em chamas".

Sonhos Roubados (REVISANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora