Era uma linda tarde de Primavera.
E chegou o dia do casamento de Anthony e Helena.
Conhecidos como meus pais.
O local escolhido pelos meus pais para a cerimônia era um pequeno sítio no Rio de Janeiro.
A decoração era simples, em tons claros e muitas flores.
Tudo combinava perfeitamente com o clima, digo com essa "onda" de amor que nos invadiu no dia de hoje.― Está nervosa mãe?
― Muito! ― disse ela tocando as suas mãos, geladas, nas minhas.
A cerimonialista chegou à porta da sala que a Dona Helena e eu aguardávamos, dando o sinal que estava na hora de iniciar a cerimônia.
Meus pais resolveram inovar no cortejo.
Minha mãe cruzou o tapete vermelho primeiro.
Sozinha.
Caminhou o tapete vermelho, sorridente para os poucos convidados, amigos e familiares.
Eles não escolheram a marcha nupcial como música de entrada e sim Ave Maria, tocada por um único violista.
Logo após entraram os padrinhos do casal.
Eu e Lucas como padrinhos do meu pai.
E Maurício e Nívia como padrinhos de minha mãe.
O segredo para que meu pai entrasse por último e minha mãe o esperasse no altar, ninguém sabia, foi um pedido do "Senhor Anthony" e até agora guardado a sete chaves.
Até agora.
Quando nós padrinhos nos posicionamos no altar, a música parou e meu pai entrou com um violão nas mãos e um microfone preso na lapela de seu elegante paletó.
Olhei para a minha mãe.
Senhor Anthony tocava a música que sempre foi à música deles dois e Dona Helena era um misto de risos e lágrimas cantando baixinho junto com meu pai:
"Eu sei que vou te amar... Por toda minha vida eu vou te amar..."
Ele veio caminhando lentamente, olhando para ela, como se só estivesse eles dois ali.
Porém nós estávamos ali. Os convidados eram testemunhas deste amor que venceu o tempo.
Não teve um que não se emocionasse.
Ao chegar ao altar, a cerimonialista pegou o violão e meu pai beijou a testa da minha mãe.
Ela sorriu secando as lágrimas.
E ele murmurou:
― Eu te amo.
E assim iniciou-se a cerimônia.
Padre Joaquim abençoou a união de meus pais e nos trouxe breves palavras:
― Deus, criou a nós seres humanos para que possamos amar uns aos outros. E Deus criou a vocês dois ― apontou para meus pais ― para que além do tempo amassem um ao outro. Não há tempo, espera erros ou acertos que afaste um amor verdadeiro. De alma. E que hoje ao selar essa união ela seja para todo sempre. Amém?
― Amém. ― falaram todos em uma só voz.
― Agora os votos.
O Padre posicionou o microfone próximo aos lábios de minha mãe.
― Eu, Helena, prometo te amar para toda vida. Estar ao seu lado, sendo sua amiga, companheira e hoje sua esposa. Eu te amo infinitamente.
― Sabe Leninha, nem nos meus mais utópicos sonhos eu me imaginei aqui. ― meu pai resolveu inovar em todos os sentidos ― eu sempre quis estar, ao seu lado em um altar. Mas a vida é assim: no tempo certo tudo se ajeita. ― ele olhou para o padre e sorriu. ― Eu prometo ser o seu Zé, romântico, apaixonado, vidrado na sua beleza, o seu esposo. O seu. Só seu. Pra sempre. Até ficar velhinho. Amo-te.
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Sonhos Roubados (REVISANDO)
RomanceDaniela cursa Faculdade de Assistente Social. Passou como uma das primeiras colocadas da principal Faculdade Federal da sua cidade. E isso enche de orgulho sua mãe, Helena e seu irmão Maurício. Dani sempre foi uma menina cheia se vida e disposta a a...