BÔNUS LUCAS

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Bônus narrado pelo nosso querido Lucas.

Nosso fim de tarde, sempre que possível, nos sentamos na areia da praia para contemplar o pôr-do-sol.

A praia sendo ali tão perto do projeto, facilita as coisas para nós.

Em silêncio, fecho os olhos e ouço o ruído das ondas encontrando as pedras enquanto minha Dani encosta sua cabeça em seu peito.

Definitivamente eu não preciso de mais nada.

Abro os olhos e vejo o topo de sua cabeça, seus fios, hoje meio dourados, graças a tantos dias em contato com a praia me fez suspirar. Como eu amo essa mulher! Por isso decido apoiar o indicador no seu queixo levantando o olhar mais lindo que já vi para o encontro do meu.

Eu precisava contar para ela.

― Você lembra quando te falei um pouco sobre minha vida e sobre os meus pais?

― Lembro. Claro.

― Lembra que falei que estava juntando dinheiro para pagar o financiamento da casa deles?

"Uhrum". ― Dani balança a cabeça positivamente.

― Então, consegui comprar a casa. ― tiro da mochila a chave e a espalmo em minha mão com orgulho ― Aqui está a chave da casa dos meus pais.

Dani pula em meus braços e eu caio com as costas na areia. Ela me enche de beijos e em meio as nossas gargalhadas, não pude deixar de me alegrar com a reação dela.

― Que bom! Que bom! Parabéns meu amor!

Quando o rosto de Dani encontrou o meu estamos em um misto de lágrimas e euforia.

Não pude negar as lágrimas.

― Dani, eu queria que você fosse comigo entregar essas chaves para meus pais.

― Claro que vou!

***

Esperamos o final de semana para poder pegar o carro e ir até à minha cidade natal.

Eu estava ansioso, porém muito feliz em poder entregar em mãos a chave da casa própria dos meus pais.

De fato eles são muito simples e humildes.

Meu pai comerciante tem uma pequena padaria e trabalha até hoje.

Minha mãe costureira aposentou-se e hoje trabalha com pequenos consertos em casa.

Eles dizem que eu sou o orgulho deles.
Mas eles sim são pessoas que todos deveriam se orgulhar.

Meus pais são incansáveis trabalhadores.
Espelho de dignidade, honra e luta.

Sem demagogia, eu devo tudo a eles.

Seguimos, eu e Dani, de carro pela estrada, com o ruído apenas do rádio, já que a maioria do tempo passamos em silêncio.

Eu dirigia e pensava em quantas vezes eu tinha sonhado com este momento.
E como eu treinei o que iria falar para eles!

Sorri com as minhas recordações.

― Está tão calado...

― Estou nervoso!

Dani apoiou a mão na minha nuca.

― Nervoso por quê?

― Ah... Sei lá, imagina, qual será a reação deles?

― Com certeza a melhor possível.

Sonhos Roubados (REVISANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora