Capítulo 25

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Thiago

A flor saiu da sala correndo, ela estava muito abalada com a morte do pai, eu deixei as crianças com a Marisa e fui atrás dela, eu fui em todos os quartos e não achei ela, eu comecei a ouvir gritos, estava vindo do terraço, ela estava em pé em cima do murinho, ela estava gritando, quando eu me aproximei dela, ela caiu, se eu não tivesse chegado, ela tinha caído da casa, eu deitei ela no chão.

-Amor fala comigo.

-O que aconteceu?

-Você quase caiu sua doida.

Ela me olhou fundo, tinha uma tristeza consumindo aqueles olhos verdes, ela estava com os olhos fundos, e o seu rosto estava pálido, ela começou a chorar, e me abraçou.

-Por que você veio pra cá flor?

-Porque eu precisava gritar, mas eu passei mal.

-Se eu não tivesse chegado você poderia ter morrido amor.

-Desculpa.

-Não precisa amor, eu vou levar você pra casa, amanhã de manhã a gente volta.

-Mas e a Bia?

-Ela vai ficar bem, eu vou deixar a Manu, ela vai cuidar da Bia e do Biel, ela é de confiança.

-Tudo bem.

Eu levantei e ajudei a flor a ficar de pé, desde que nós fomos pro hospital ela não come nada, nós descemos e as crianças já estavam dormindo no sofá.

-Bia eu vou levar a flor pra casa, ela não está bem, vai descansar você também, a manha o dia vai ser puxado.

-Cuida dela tá.

Eu beijei a testa da minha irmã e peguei a Talita no colo, a Marisa estava com a Carla.

-Ei Davi ajuda aqui cara, pega o Juninho aqui pra mim.

A flor estava dentro do carro sentada, como que se ela estivesse anestesiada, eu fui pra casa o mais rápido que eu pude, depois de ajudar a Marisa com as crianças eu fui pro quarto, à flor estava tomando banho, eu deitei na cama e esperei ela sair.
Ela saiu do banheiro com o pulso enfaixado.

-O que aconteceu amor?

-Eu bati na pia e ta doendo, mas já passa.

-Tudo bem, senão passar me avisa que eu te levo no hospital pra fazer um raios-X.

-Ta bom amor.

Ela me deu um beijo e se deitou, eu lembrei do que o médico me disse, esperei que ela pegasse no sono profundamente, e fui até o lado dela, e me sentei, eu peguei o pulso dela e fui desenrolando, como eu já imaginava, o pulso estava todo cortado, tinha cortes muito fundos, eu coloquei a faixa de novo e olhei no outro braço, também tinha marcas, mas não tão recentes, como eu fui deixar isso acontecer, eu fiquei tão preocupado com o Felipe que nem percebi que a flor estava precisando de mim.
Depois de levar a flor e as crianças pra casa, ela só sabia chorar, meu coração doía ver a flor e a Bia desesperadas daquele jeito.
A flor rolou na cama a noite toda, quando amanheceu ela parecia um zumbi, nós tínhamos combinado de não levar as crianças pro enterro, a flor acha que não é lugar pras crianças irem.

-Davi cola na Bia, não deixa ela sozinha, a flor precisa de mim agora.

-Pode deixar patrão.

As duas estavam chorando em cima do caixão.

-Flor está na hora.

-Eu não quero não Thiago, meu pai não pode está morto.

-Fica calma amor, vem, Bia vamos.

01-A DAMAOnde histórias criam vida. Descubra agora