Capítulo 30

1.5K 88 0
                                    

Thiago

Depois de quase duas horas de tiroteio a flor sentou no meio fio da rua e começou a vomitar, coloquei ela dentro do meu carro e a levei pra casa.

-Papai o que aconteceu com o tia Jasmim?

-Ela passou mal Amora, mas isso é por causa da gravidez, não se preocupa, eu vou levar ela pro quarto, ela vai ficar bem.

-Tudo bem papai.

Eu subi com a flor e a coloquei na cama, ela parecia um pouco desnorteada.

-Ta em casa flor, vai descansar você precisar dormi.

-Eu tô com fome amor, eu quero comer.

Comer. -Eu vou lá na cozinha fazer um lanche e já volto fica quietinha aqui.

Eu desci e fiz dois lanches, e voltei pro quarto, ela estava deitada.

-Senta amor.

-Amor a Amora está bem?

-Sim, não aconteceu nada flor, não se preocupa.

-E as crianças?

-Estão bem, agora come pra você ir descansar.

Ela comeu os lanches igual uma esfomeada, depois deitou no meu peito e dormiu, eu tenho que fazer a flor ir no médico, eu quero muito saber se eu vou pai de uma menina ou menino, mas eu quero muito, mas muito que seja um moleque, eu já tenho mulher demais na minha vida, eu quero ter mais um menino, o Juninho precisa de um irmãozinho pra ajudar a cuidar desse monte de mulher.

Sete meses depois...

Minha filha nasceu sim filha, a minha Rubi, eu sei que eu queria um menino, mas fazer o que se eu só faço mulher, no começo quando a flor descobriu que era outra menina o Júnior deu muito trabalho, mas depois de muita conversa ele se conformou, a Amora e as crianças estão se dando muito bem, parecem que foram criados juntos, a flor soube lidar muito bem com o namoro da Bia e do Davi, no começo a Bia não queria muito, mas acabou cedendo, eles se gostam muito, e a flor dá o maior apoio pros dois, a Amora e a Jasmim se dão muito bem, a flor gosta muito dela e o sentimento é recíproco.

-Amor vamos pra casa?

-Sim, eu estou cansada, quero ver as crianças, já estou com saudades de casa.

-Só da casa e das crianças?

-Você entendeu né amor.

-Rhum.

-Pega a Rubi pra mim.

-Por quê?

-Pega sua filha logo Thiago.

-Chata.

Eu peguei a Rubi e fiquei balançando ela, depois de uns cinco minutos ela dormiu.

-Ela dormiu amor?

-Sim, você já está pronta?

-Sim.

Eu entreguei a neném pra ela e nós seguimos pra casa, quando nós chegamos a Amora e as meninas quiseram pegar a neném, e a Maria Luiza ficou gritando.

-nenenen, mamãe audaci.

-Amor pega a Rubi, deixa eu matar a saudade dessas bonecas.

Eu peguei a neném, e a flor pegou a Maricota, as duas riam muito, depois as crianças vinheram correndo.

-Que saudade mãe.

-Mãe o Juninho pegou a arma do papai e veio correndo atrás de nós.

-Como é que é Júnior Fernandes Ferreira?

-É que eu quero aprender a atirar mãe.

-Garoto você só pode está ficando louco, se você pegar nessa arma de novo eu vou te dar uma surra, você está me entendendo Júnior?

-Sim mamãe.

-Agora vai pró seu quarto e não sai de, você tá de castigo até... Até que me dê na telha.

A flor ficou furiosa, acho que vai sobrar pra mim, acho não, tenho certeza.

-Thiago Ferreira você tem muita coisa pra me contar né?

-Vamos lá pra cima amor.

Ela vai me matar, a flor deixou a Rubi com a Marisa e subiu, eu não entendo ela está cheia de ponto e ainda vai querer me matar, ela estava com muita raiva de mim, ela entrou no quarto e ficou na porta, eu respirei e passei, eu escutei a porta bater com muita força.

-Flor vai com calma, você ta cheia de ponto.

-Não interessa Thiago, você me contar quando que o Júnior quer atirar?

-Ele já tinha me pedido isso.

-Quando?

-Quando eles chegaram da Espanha.

-E você só me contar mais de um ano depois?

-Ele não tinha falado mais nisso, e eu também tinha esquecido amor, eu já tinha falado com ele que você ia querer matar nós dois, eu e ele.

-Eu vou te encher de tiro Thiago, e se a sua arma tivesse disparo e acertasse uma das meninas, a sua arma nunca fica travada, você já parou pra pensar se tivesse acontecido alguma coisa com as meninas?

-Desculpa amor, eu vou esconder mais as armas.

-É o mínimo que eu espero.

-Agora vem aqui descansar, você vai acabar abrindo esses ponto tudo.

Ela me mostrou língua, e deitou na cama, eu coloquei a cabeça dela no meu peito, eu fiquei fazendo cafuné nela até que ela dormisse...

Jasmim

Um mês depois...

O Thiago não queria deixar eu voltar pra Maré, mas eu tenho que ir lá ver como está tudo, e também já tem um mês que eu ganhei a Rubi.

-Eai Murilo, Dudu como está às coisas aqui?

-Tudo de boa, nós temos uma novidade.

-Qual?

-As mulheres ficaram tão felizes que você arrumou as escolas e fez vários projetos, que elas também vão te dar parte do lucro, assim como as mulheres da Rocinha.

-Muito bom, espero que vocês não tenham feito merda tá?

-Fica de boa patroa, você quer conferir como está as coisas?

-Fica aqui Murilo, que o Dudu me leva.

-Toma conta da patroa em Dudu.

-Pode deixar.

Eu e o Dudu fomos andando pelo morro, todas as crianças queriam conhecer meus bebês, nós andamos quase três horas, já estava morta de tanto andar, então nós voltamos pro escritório, quero ir pra casa ver as crianças.

-O que está acontecendo aqui? O que você veio fazer aqui Thiago?

Quando eu cheguei no escritório o Thiago estava andando de um lado para o outro, ele me olhou assustado quando eu entrei.

-Flor a-aa...

-A o que Thiago? Você tá me assustando.

-Vou ser curto e grosso alguém sequestro a Talita e a Carla.

Quando ele disse aquelas palavras, meu chão se abriu, eu senti minhas pernas ficaram mole, o Dudu pegou uma cadeira e eu desabei, o Thiago estava com os olhos cheios de lágrimas e estava falando alguma coisa comigo, mas eu não conseguia escutar, eu não vi ninguém naquele quarto, só queria saber das minhas filhas...

01-A DAMAOnde histórias criam vida. Descubra agora