Namoro De Mentira - Childhood love

81º Capitulo

Nos beijávamos como se não houvesse algo mais no mundo, como se tudo o que se passou a pouco, todas as lágrimas, não existisse. Como se tudo fosse apenas um sonho ruim. E supostamente foi... apenas estive acordada todo o tempo.

Suavemente sou deitada para trás com o Liam por cima, seus cotovelos estão ao lado da minha cabeça, para apoiar seu corpo, seus lábios pareciam não ter pressa, enquanto acariciava todo o meu rosto e a pele dos meus ombros, suas mãos acariciavam meu corpo e eu sentia-me melhor do que poderia estar depois de dois meses. Toda a saudade, todas lágrimas, toda a discussão, as palavras duras que trocamos, e todo o medo, parece ser tão insignificante neste momento, em que nossas respirações se misturam e conseguimos escutar o bater do nosso coração apenas por estarmos tão próximos. Isso tudo é tão maravilhoso, que chega a ser quase irreal. Eu poderia ter escrito algo assim, mas nunca sairia exatamente com o que se parece agora. É algo tão... nosso.

Minhas mãos serpenteiam por entre seus fios castanhos e eu posso ouvi-lo sussurrar o quão sentiu minha falta e eu não conseguiria responder, eu apenas murmurei algo como o tanto que o amo, nossas respirações quebradiças, até que um som alto, e, assustador soa fazendo-me pular, jogando o Liam para trás na cama.

__ Au. -Ele reclama rindo.

Meus olhos estão na janela, onde consegui ver o clarão e logo sinto as mãos do Liam puxando-me para ele, com um risinho adolescente deixo-me cair sobre ele, meus cabelos caindo em nossa volta, quando eu admiro seu sorriso de menino. Aquele mesmo que eu sempre me lembrara.

__ Então amor? -Ele acaricia minha bochecha com o polegar e eu suspiro com o contato acolhedor.- Não está na hora de acabar com esse medo de tempestades?

__ Não acho que tenha como acabar simplesmente. -Encolho os ombros.- Você sabe. Eu tenho esse medo desde pequena.

__ Tem sim. -Ele senta-se a minha frente, puxando-me para seus braços.- Eu posso ajuda-la.

Outro som assustador faz-se ouvir e eu encolho-me em seus braços, ouvindo o som do bater de seu coração o que me traz alguma calma.

__ Como? -Sussurro. Meus olhos fechados, e, eu lembro-me de quando eu corria para o quarto dos meus pais, quando havia tempestade ao meio da noite.

__ Somente equilibrar amor. -Sopra suavemente, quando com uma mão segura meu queixo levantando-me a cabeça.- Abre os olhos. -Pede enquanto acaricia minhas bochechas com seus dedos e eu assim faço, lentamente, seus olhos castanhos são a primeira coisa que vejo e eu não posso deixar de sorrir. É realmente inacreditável que ele é mesmo quem tanto procurei.- Pronto. Agora, pense comigo. Sempre em nossas vidas haverá tempos de tempestades, que algumas vezes podem destruir muito, mas lá no fundo ela pode servir para algum bem, ou para que no fim dê tudo certo. -Ele divaga e eu sorrio assentindo.- Então. Aquela tempestade lá fora, ela pode parecer assustadora, mas ela não é totalmente, porque ela vai parar em alguma hora, nos mostrando que vai sempre equilibrar. Ela vai voltar alguma hora, mas ai vamos saber seguir ainda assim. Entendeu? -Ele ri suavemente, passando uma mecha do meu cabelo para trás da orelha, seus olhos demoram em mim como se eu fosse algo precioso demais para ele parar de observar e eu sinto-me tão amada.

__ Acho que sim. -Aconchego-me a suas caricias, mas ainda estremeço ao som de outro trovão e resmungo comigo mesma.- Eu vou me acostumar.

__ Okay, então eu posso te ajudar de outra maneira. -Ele sorri com seu olhar brilhante e sapeca e eu não posso deixar de sentir a sensação de borboletas saltitantes em minha barriga.- O que acha?