cap.9- Você é meu.

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Minha mente era um tumulto de pensamentos mas não parei, apenas guardei aquilo em um espaço de minha mente e me concentrei no meu trabalho. Já era próximo das 16 horas quando eu sai para tomar um café, só assim para agüentar o ritmo de La. Eu estava com um copo de café quente em minha mão e completamente distraído quando sinto uma mão em meu ombro, me virei para ver quem era e Luiz estava com um largo sorriso no rosto.

- plantão difícil? – perguntou.

- um pouco. – respondi educadamente.

 – por sorte ainda não tive nenhum surto ate agora, eles sim me desgastam.

- se eu pudesse saia daqui, esse lugar não é bom para a sanidade de ninguém. – disse ele com um olhar misterioso. 

– as pessoas daqui ficam estranhas.

- estranhas? – dei uma risadinha, Luiz era novo na ala do Diabo, ele tinha sido transferido a pouco mais de 2 dias. 

– então você me acha estranho?

- não, claro que não. – disse meio sem jeito. – você é diferente dos outros, você parece normal.

- obrigado, acho que nunca havia sido elogiado dessa forma. – era impossível não rir com ele, a forma desastrada com que ele tentava se explicar ou expressar, apesar de sua idade era quase um adolescente de tão brincalhão.

Desde o dia que cheguei naquele lugar nunca tinha passado tanto tempo conversando com uma pessoa, e menos tempo ainda obtendo respostas com mais de uma silaba delas. Luiz era também diferente dos demais, ele gostava de conversar, era sorridente. Mesmo gostando da conversa com o Luiz eu precisava voltar ao meu plantão, me despedi dele que me deu um abraço que pra mim era desnecessário, mais ele poderia ser o único amigo que eu conseguiria ali e não ia dizer nada quanto aquilo então apenas deixei que ele me abraçasse e devolvi com dois tapinhas nas costas.

Tudo estava correndo bem ate que entrei no quarto do Arthur, eu carregava uma pequena bandeja com os comprimidos que ele deveria tomar.

- Arthur seu remédio. – disse me aproximando de sua poltrona, estendi minha mão com o copo de água e os comprimidos e para minha surpresa ele agarrou meu pulso torcendo-o e me fazendo largar o copo com um resmungo de dor. – ai... Arthur?

- de quem é esse perfume? – sua voz saiu ameaçadoramente baixa, meus olhos demonstravam minha confusão diante da pergunta.

 - Thomas você esta com o cheiro de alguém, de quem é? Com quem você estava? Me diga quem ti tocou? – Arthur estava transformado, seu rosto era pura irá, seus olhos me queimavam de raiva, ele se levantou em um rompante sem largar meu pulso.

Arthur apertava tão forte que eu podia sentir a falta do sangue nas pontas dos dedos, eu sabia que ele podia quebrar meu pulso com facilidade e temia que ele fizesse.

- você esta me machucando. – digo entre dentes não querendo demonstrar minha dor e nem que minha voz falhasse diante do medo.

- eu sinto o cheiro de outro em você Thomas... me diga quem é ou será pior. – sua voz saia rosnada o que me fazia tremer ainda mais. E eu não gritaria, nem chamaria ninguém porque eu sabia que não viram mesmo, era só eu e Arthur naquele momento.

 – DE QUEM É ESSE CHEIRO THOMAS? – fechei meus olhos diante de seu grito. –DE... QUEM?

- Arthur, pare... você esta me machucando... eu apenas recebi um abraço de um amigo. – respondi em tom baixo, minha voz não era mais que um sussurro.

 - não foi nada de mais, por favor largue minha mão... por favor.

Com um empurram Arthur me jogou contra a parede ao lado de sua janela, eu não tinha coragem de abrir meus olhos, sua mão largou meu pulso e o sangue voltou a circular dolorosamente para meus dedos, o alivio durou pouco pois logo sua mão se fechou em meu pescoço, ele não apertava, mas segurava com firmeza, sua respiração estava bem perto do meu rosto. Não houve som alem de sua respiração raivosa e a minha desesperada, tomei coragem e abri meus olhos lentamente me deparando com seus olhos de tempestade me fitando.

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