Eu devia apenas por fogo no quarto do Arthur, distrair os enfermeiros enquanto ele fugia para os fundos o hospital onde eu iria em seguida e nós dois sumiríamos no mapa, porem o Breno me fez mudar todo o plano, e para piorar eu estava diante do Luiz que me olhava com desconfiança e raiva.
Após sairmos de La pedi ao Luiz que me levasse ate o cais, meu pai tinha um barco do qual ele adorava, sempre ia velejar quando achava que precisava de um descanso dos problemas da vida. Eu não sabia muita coisa sobre velejar, mais meu pai havia me ensinada algumas coisas, peguei o barco e o levei para longe do cais. O Luiz não dizia uma palavra, a ficha dele tinha caído quanto a mim e o Arthur, eu também não disse nada, estava pensando em como as coisas saíram dos meus planos. "é uma verdade que no amor e na guerra, mundos se colidem e corações se quebram."
Quando chegamos a um ponto onde não era mais possível ver o cais eu parei o barco, o mar estava um pouco agitado, não via nenhum outro barco perto, estava vindo uma tempestade pela frente. Eu fiquei olhando as nuvens escuras no céu, meu rosto era neutro, eu não conseguia mais fingir um único sorriso, não havia alegria, nem tristeza nem nada. Eu tinha visto meu rosto no reflexo do espelho do carro, eu estava vazio naquele momento, porem mais vivo do que antes.
- vamos Thomas, me diga. - ele cruzou os braços. - o que realmente havia entre você e o Arthur?
- amor... - disse de forma automática, Luiz ficou surpreso, sua expressão se tornou triste. - amor de amigo. - completei.
- amigo?
- sim, eu na verdade conheço o Arthur a mais tempo do que ele estava naquele hospício, ele me salvou, salvou minha vida a muitos anos atrás quando eu era apenas um garotinho. - olhei em seus olhos, ele parecia pensar sobre o que eu disse. - Arthur era meu amigo de infância, porque acha que ele nunca me fez mal algum? Sempre me permitiu entrar em seu quarto a hora que eu quisesse e por todo o tempo que eu estive La ele nunca surtou?
- você nunca me disse nada disso. - ele piscou varias vezes tentando digerir a informação. - porque nunca me contou isso Thomas?
- porque eu não queria que soubesse. - "porque ate uns dias nem eu mesmo lembrava disso." Pensei comigo.
- Thomas, sou eu, e eu jamais iria contar a ninguém isso. - ele se aproximou de mim. - você não confia em mim?
- sim, confio sim, por isso ti chamei ate aqui. - me levantei ficando na sua frente. - eu confio em você Luiz. - coloquei minhas mãos em seu rosto e selei nossos lábios em um beijo lento e calmo. - mais você é quem não deveria confiar em mim.
- o que? Porque? - ele uniu as sobrancelhas.
- porque eu sou fraco e não consegui fugir do pior monstro que já vi na vida, e ele vai ti machucar. - digo dando um passo a trás.
- que monstro? Esta falando do Arthur?
- não. - minha voz era baixa e controlada.
- Thomas você esta me assustando falando assim. - ele também deu um passo a trás. - que monstro é esse?
- eu mesmo. - eu vi o medo em seus olhos, junto com a pena, "ele deve achar que enlouqueci." Pensei me afastando dele e indo ate uma pequena caixa perto do banco que havia na lateral do barco.
- você não é um monstro Thomas, esta um pouco desorientado, em choque mais não é um monstro. - disse ele para mim, porem me pareceu que era a si mesmo que ele tentava convencer.
"o meu lado secreto, eu nunca deixei você ver.
Eu o mantenho preso, mais não consigo controlar,
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Você acredita que monstros podem amar?
RomantizmUm Anjo ou Um Psicopata. - Vejo a morte de uma forma que pessoas como você não ver... – a morte é a saída para toda a dor desse mundo, ela é a verdadeira paz... – apenas as boas pessoas merecem ter paz.... "Meu lado secreto eu mantenho, Escondido...