18- Ate onde iria por amor?

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Minha cabeça trabalhava a mil para encontrar uma saída para aquele problema, tentei pensar em todas as possibilidades e só encontrei uma saída para aquilo, eu teria de tirar o Arthur de La. Mas como fazer isso? Eu tinha total consciência de que iriam procurá-lo, e quanto ao Breno? Ele não me deixaria em paz nunca. "como eu vou fazer isso?"pensava já desesperado. Depois de aceitar a proposta do Breno não tive mais coragem para ficar ali, sai correndo de sua sala, passei o plantão meia hora antes e fui para o vestiário. Fiquei um bom tempo sentado no banco abraçando meus joelhos tentando encontrar a saída.

- Thomas eu estava te procurando. – Luiz se sentou do meu lado, eu não tinha o visto chegar, sua expressão era de preocupação.

 – o que houve? Que cara é essa?

- nada Luiz, foi só um dos meus pacientes que morreu hoje, eu estou ainda chocado com o ocorrido. – não era toda verdade mais ainda assim uma parte dela.

 – eu não esperava por isso, sei como são eles aqui dentro, mesmo assim, não estou acostumado com esse tipo de coisa.

- eu sinto muito Thom. – ele pegou minha mão e a envolveu com as suas.

– eu sei como isso é difícil, mas aqui é assim mesmo, são todos monstros não se sinta mal por ele. Vamos, vou te deixar em casa.

Luiz foi o caminho todo tentando me fazer esquecer, e por um breve momento eu esqueci mesmo. Eu me sentia bem perto do Luiz, sabia que eu sempre poderia contar com ele e ver o quanto ele se esforçava para me agradar, a forma como ele sempre tentava me deixar feliz.

- obrigado Luiz, você tem sido muito bom pra mim, eu gostou muito de sua companhia.                                – ele havia parado o carro na frente da minha casa.

- não precisa agradecer Thom, eu também gosto de ficar ao seu lado. – ele coçou a nuca depois o queixo, percebi que ele estava um pouco nervoso, como se quisesse dizer algo.

- Luiz, o que foi? Você esta estranho. – disse de testa franzida.

- é que eu queria te dizer uma coisa, mas não sei se devo dizer isso. – ele estava mesmo indeciso.

- diga logo, se não agora eu morro de curiosidade. – ele me olhou bem no fundo dos olhos como se analisasse as possibilidades.

- então ta. – ele respirou fundo, pegou minha mão. 

– é que eu gosto muito de você Thomas, você é um cara legal... eu nunca senti isso por ninguém, mas eu to amarradão em você... de verdade, eu só penso em você e fico feliz quando te vejo... e depois do nosso beijo, eu pensei... sei La, que talvez nós pudéssemos tentar sabe?

- tentar? – eu fiquei meio confuso com a declaração desconcertada dele, mas no fim entendi.

 – ah, você diz ficarmos juntos?

- é, tipo... você aceitaria namorar comigo, porque convenhamos que não estou mais na idade de sair "ficando" por ai. – ele fez aspas com os dedos na palavra "ficando".

- eu entendo. –digo, eu não sabia o que responder, porem sabia que precisaria dele perto de mim.         – Luiz, eu também gosto de você, mas será que podemos ir mais devagar?

- claro, acho que eu entendo. – ele sorriu amarelo.

- é que eu não quero que o Breno saiba, ele pode querer te fazer algum mal e eu não me perdoaria se isso acontecesse. – digo escondendo o rosto.

- você esta com medo, eu entendo. – ele virou meu rosto para olhá-lo. 

– me desculpe Thom, eu não tinha pensado nisso, mas não se preocupe comigo, só com você. E esse ele te tocar ele vai se ver comigo. – Luiz sorriu afetuoso então se inclinou. Foi um beijo calmo e lento, era bom seu beijo.

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