17- A proposta.

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Acordei assustado e meio desorientado, minha franja grudava a testa por causa do suor e eu arfava como se tivesse corrido uma maratona inteira. Meus olhos percorriam todo o quarto em busca de algum vestígio de perigo. Arthur acordou com meu pulo.

- Thomas? Foi apenas mais um pesadelo. – disse ele com a voz calma, eu olhei em seus olhos, os mesmo olhos tempestuosos de sempre, mas agora me fitava com ternura, ele estendeu a mão me puxando de encontro ao seu peito. - venha cá, você não deve ter medo de seus pesadelos, assim como seus sonhos eles são apenas uma extensão de você mesmo.

- foi tão real, tão real. – minha voz saiu tão baixa que achei que Arthur não a ouviria. Olhei para o relógio que ele mantinha em cima do criado, os ponteiros marcavam 5 horas e 05 minutos.

 – eu tenho que ir, meu plantão logo vai acabar e preciso ver os outros pacientes.

 – me levantei num pulo indo atrás de minhas roupas que estavam espalhadas pelo quarto.

- tudo bem, não vou ti segurar dessa vez.

 – Arthur me olhou atento enquanto me vestia, depois de estar completamente vestido ele se levantou ainda nu, eu fiquei parado apenas observando-o vir ate mim, seu corto totalmente definido, sua barriga muito bem trabalhada com músculos rígidos, braços e pernas bem trabalhados.

No começo de minha faculdade aprendi sobre a anatomia humana, porem nunca me interessei tanto assim por ela como agora, meus olhos vagaram para o seu membro adormecido, ele estava num balanço preguiçoso conforme seu caminhar, não consegui tirar meus olhos ate que sua mão levantou meu queixo, então fechei os olhos e saboreei do gosto de sua boca.

Sai de seu quarto e seguia para o posto de enfermagem quando coloquei a mão dentro do bolso do jaleco, minhas pernas travaram no mesmo instante, meus olhos só faltaram saltarem fora. "não pode ser, era apenas um pesadelo, não pode ser." Pensei sentindo a lamina fria entre meus dedos, olhei para o bolso sem crer apenas no meu tato e la estava a faca, a mesma faca que "ele" segurava no meio da noite.

- Thomas? Esta tudo bem? – me virei encontrando Luiz com a testa franzida.

- oh, sim, sim. O que você faz aqui? – perguntei tentando mudar de assunto e parecer o mais normal possível.

- meu trabalho, oras. – disse dando uma risadinha.

- ah é, claro. – respondi rindo junto.

 – eu não estou acostumado a ver os policiais passarem tanto pelo corredor, normalmente eles nem passam.

- mais eu passo, não em todos claro, gosto mais desse aqui. – ele me olhava com intensidade.

 – digamos que nesse corredor tem algo que me interesse muito.

- hmm. – sorri amarelo.

 – você vai me dar uma carona hoje?

- sim, o meu plantão esta quase no fim, você me espera?

- claro, o meu esta acabando também. Ate daqui a pouco então, preciso ver meus pacientes agora.      – me virei e sai as pressas antes que ele dissesse ou fizesse algo, nós não estávamos muito longe do quarto do Arthur e só de pensar que talvez Arthur ouvisse Luiz falar comigo me arrepiava todo. "será que Arthur tem uma audição tão boa quanto seu olfato?" pensei, " e quem será os informantes que o Arthur disse que tem?"

Fui para o vestiário que pra minha felicidade estava vazio, abri meu armário e peguei minha mochila, olhei mais uma vez para me certificar de que estava só ali então tirei a pequena faca do bolso e rapidamente á escondi na mochila. Eu não fazia a menor ideia de como aquilo foi parar no meu bolso, um calafrio percorreu minha espinha só em pensar que talvez o pesadelo não tenha sido um pesadelo mesmo. Sai dos meus pensamentos com as risadas que vinha da porta, guardei a mochila e tranquei o armário a tempo de ver duas enfermeiras entrarem rindo de algo que Luiz havia dito.

Você acredita que monstros podem amar?Onde histórias criam vida. Descubra agora