No sábado de manhã fui fazer minha corrida matinal pela praia, minha mente perdida nos olhos de Samira, no seu rosto, e principalmente, pelo fato de não se deixar levar por aparência. Ela não se derreteu por meu corpo como muitas, ela é tão ela, e isso me faz querer saber mais sobre ela.
Parei perto da calça me alongando. Estava apenas com um short de corrida e meu tênis, não vim com camisa pelo fato do sol estar quente demais hoje.
-Licença- uma voz feminina veio aos meus ouvidosOlhei, vendo uma loira de biquíni na minha frente. Sou Homem, devo admitir que ela tem um corpo bem equipado.
-Poderia passar protetor nas minhas costas?- ela ronronou
-Hã, claro- Sorri educadamentePeguei o vidro em mãos, despejando o conteúdo nas minhas palmas e passando por seu corpo. Notava seu sorriso bobo nos lábios. Sabia que ela estava interessada nos músculos diversos sobre meu abdômen, e essa observação fez ela cair no meu conceito.
-Pronto- falei
-Obrigado- ela virou me olhando sensualmente- Quer que eu passe um pouco em você?
-Não, obrigado, na verdade tenho que ir.
-já? Oh, então pode me dar seu numero? Assim, podemos nos falar mais vezes.
-Hã, desculpe, mas não- sorriDei as costas para ela correndo de volta para casa.
Depois de um longo banho, eu me joguei no sofá para ver algo na TV. Os outros ainda estavam dormindo. Esta manhã de sábado era comum.
Ouvi o soar da campainha; queria que alguém acordasse neste momento, mas não aconteceu.
Me levantei indo abrir a Porta.Era um homem, ele usava terno preto e tinha uma pasta em mãos.
-Posso ajudar?- perguntei
-Andrew Montez?- ele perguntou
-Eu mesmo...-Assenti
-Me chamo Oscar, Vim aqui, para tratar de assuntos do senhor George Montez, seu pai- ele esclareceuPorra, o que meu pai queria agora?
-Entre...-convideiEle entrou, sentando no sofá; eu fui para a poltrona esperando que ele falasse.
-O que meu pai quer?- perguntei, vendo que ele não iria falar
-Seu pai faleceu na manhã de quinta, senhor, ele teve um enfarto- Disse ele como se desse um soco no meu estômago
-O quê?- testei
-Pensei que soubesse, senhor- Sr. Oscar disse
-Não sabia.
-Lamento, mas vim aqui para tratar do seu testamento, digo, do testamento do seu paiRevirei os olhos. Não acredito que meu pai ia me fazer passar por minha última humilhação até depois da morte. O que ele teria feito? Me deixado com um dólar apenas?
-Pode ler, por favor- bufei
-Bem, senhor, não há o que ler, é apenas dito e certo- ele esclareceu- seu pai nomeou o senhor como seu único herdeiro legítimo, deixando tudo para o senhor.Meu queixo queria cair mas o mantive no lugar.
Como é que é? ? Impossível!
-Isso deve estar errado- sussurrei
-Não, senhor. Seu pai deixou a empresa para o senhor, todo o dinheiro acumulado no banco que já foi transferido para sua conta, a casa no Brasil, os três carros, a casa de Praia no Havaí e seu apartamento em Los Angeles.
-Mas..
-Sua mãe ficou com a mansão em Nova York e uma ponta da empresa- ele contou
-Isso é impossível- Sussurrei com descrença
-Não, senhor, está tudo oficializado- ele confirmou
-Tá, tudo bem, mais alguma coisa?- perguntei
-Ele deixou essa carta para lhe dá no dia do testamento. Então, aqui está- Ele me entregou a carta
-Ta bem- Assenti
-Passar bem, lamento sua perda-Oscar se despediu saindo.Olhei para a carta, e não tive nenhuma vontade de lê-la, fui para meu quarto guardando-a no meu criado mudo.
Me sentei na ponta da cama tentando pensar com clareza, meu pai que sempre jurou que eu nunca tocaria em seu dinheiro, no fim, deixou tudo para mim.
Esse fodido me fez criar ódio dele, para no final eu me sentir um merda?
Não vai funcionar! Foda-se!
Não me sinto mal, ele fez tudo aquilo de propósito!Desci para a garagem do prédio onde tinha o saco de boxe, enrolei as minhas ataduras nas mãos e comecei a socar o saco pra valer.
Aquele velho idiota! Imbecil! Maluco! Doente! Como ele faz isso? Filho da mãe! Eu te odeio! Te odeio!
Pai! Seu...seu...seu...
Fui perdendo as forças, sentindo que não tinha como odiá-lo.Respirei fundo saindo da garagem. Os garotos já estavam acordados, tentando fazer algo para comer
-Ei, Andrew- Rick sorriu- não fez café?
-Não- revirei meus olhos
-Maldade, vamos ficar igual varas- Jared zoou
-Ta tudo bem, Andrew? -Danillo perguntouRespirei fundo contando toda a história para eles. Suas expressões logo se tornaram chocadas, como se estivessem levado um choque.
-Meus pêsames- Jared falou
-Tudo bem, relaxa - Falei pedindo para não repetirem isso
-Mas ele deixou tudo pra você? - Danillo perguntou testando para ver se ouviu bem
-Foi isso que me deixou mais. . .
-Puto? -Rick sugeriu
-É. . Quer dizer, o cara me tratava mal constantemente, e no final deixa tudo pra mim? Pra quê? Pra me fazer sentir culpa?
-Não pensa nisso, Andrew- Jared sugeriu- talvez ele tivesse motivo
-E essa carta que ele deixou? - Danillo lembrou
-Não quero pensar nisso- bufei- vou ignorar essa coisa, não preciso ler mais nada dele. Nunca o entendi quando vivo, não vou o entender depois de morto
-Lá ele pode te dizer algo de bom- Danillo insistiu
-Esquece- Afirmei
-Tudo bem- Rick pulou- hoje é sábado. Não vamos ficar em casa bufando.
-O que querem fazer? -perguntei
-Podemos ir pro cinema- Jared disse
-E amanhã ir à praia, tô afim de jogar bola- Rick sugeriu
-Tá. .- me levantei- Cinema hoje. Amanhã praia. Vamos lá.Decidi não me abalar com coisas banais, sentia muito por ele ter morrido, mas tentava não me martirizar por isso.
Coloquei uma roupa casual, que era a favor do calor de Malibu.
Do nada os olhos de Samira invadiram minha cabeça me fazendo pensar nela.
Vou vê-la segunda. Tentei pensar positivo.
Ficamos prontos rápido e eu estava disposto a relaxar, e ser o menos careta possível.
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Crescente
Teen Fiction"Havia muitas maneiras de se perder, eu mesmo já havia me perdido várias vezes. Mas,quando mergulhei naqueles olhos verdes esmeralda, me perdi de tal forma que não queria ser encontrado" Vivendo em Nova York, tendo uma família de boa índole e sendo...