Capítulo 7

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Depois de dois assassinatos nesta noite, eu ganhei U$ 150 mil. Guardei os envelopes na minha gaveta com chave no banheiro e me joguei na cama. Eram 04h15min da manhã, então, provavelmente, não iria para a escola.

Meu despertador não tocou, ao invés disso fui acordado por fortes batidas na minha porta
-Andrew!- berrou meu pai surrando a porta

Que droga! Levantei-me com pouca disposição, e destravei a porta da chave. Meu pai entrou como um jato no quarto e, eu me joguei na cama de novo.
-O que esta fazendo? - ele berrou
-Fala baixo- murmurei- neste momento estou abraçando minha cama
-Você não foi pra escola
-Bem observado- Falei em tom de deboche
-É 12h Andrew! Você não quer mais estudar?
-já estou trabalhando, tenho meu dinheiro, não preciso estudar- rosnei
-Isso tem haver com a moto que comprou?
-Linda não é? Em um dia de trabalho, consegui. Quem precisa estudar mais?- bocejei
-Qual o seu trabalho?- ele perguntou-me
-Não precisa saber, é meu trabalho. Como seu dinheiro não diz respeito a mim, meu dinheiro não diz respeito a você- respondi sem abrir meus olhos
-Você é o filho que nunca desejei- ele cuspiu
-Você também não é um sonho de pai, mas olha, acho que dos piores pais, você tá ganhando- sorri
-Levante dessa cama e vá fazer algo útil! - ele berrou batendo a porta com força

Se eu tiver que pagar por uma porta nova, ele vai ouvir!
Sorri dormindo novamente.

Acordei novamente às 14h45, não havia acreditado que tinha dormido tanto. Arrastei-me para o banheiro indo tomar um longo banho.

Meu celular estava cheio de mensagens, me sentei para lê-las:
[Thalia]
Não veio pra escola de novo amor... : (

Suspirei pesadamente.
[Danillo ]
Vai largar os estudos cara?

[Desconhecido]
Beco furado, hoje às 21h.

Suspirei ainda mais. Pensei que não haveria tanta gente pra matar.

[Você ]
Vou te buscar na escola hoje amor, às 16h. Esteja lá na frente.

Enviei a mensagem para ela. Eu era bom ator, conseguia fingir bem um romance.
[Você ]
Posso falar com você? Vou aparecer ai na frente. Tenho que esperar à Thalia.

Enviei para Danillo. Guardei a mensagem do desconhecido, sabendo que teria trabalho esta noite.

Vesti minha camisa e saí do quarto, minha mãe estava na sala e eu gemi por esbarrar com ela
-Querido, você está bem?- ela perguntou
-Estou mãe- suspirei
-por que não foi pra aula?
-mãe, isso é problema meu. Tá bem? Tenho que ir- dei um beijo na testa dela e saí

Peguei o Jeep, já que Thalia não gostava da moto. Mesmo odiando essa frescura. Acelerei o carro partindo em direção a escola.

Danillo estava sentado em um banco perto da placa da escola. Parei o carro ali mesmo saindo para encontrá-lo
-perdeu duas provas- Danillo jogou quando parei na frente dele
-Eu sei, talvez, eu não volte pra escola- falei por fim
-Como é? -ele ergueu as sobrancelhas
-Danillo- me sentei- Não preciso, mas vir pra cá. Já estou empregado
-Belo emprego- Danillo bufou
-Como assim?
-Olha, eu não disse nada tá- Danillo falou- mas, não gosto disso, Andrew. Sei que ganha bem é tudo, mas a questão é que você esta matando gente. Acha isso legal? Eu estou pedindo para que isso seja uma fase, e que acabe logo. Pensa bem cara, seu pai te chama de vagabundo, quer mesmo dá razão a ele para estar certo?

As palavras de Danillo me atingiram como um soco. Tentei raciocinar, mas Thalia surgiu nos interrompendo
-Oi amor! - ela pulou sobre mim
-Oi... -Murmurei
-Oi Danillo- ela sorriu
-Oi Thalia- Danillo forçou um sorriso
-Vamos? -ela chamou
-Entra no carro- mandei

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