Capítulo 7

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Lara

Saio apresada de seu apartamento. Como fui capaz de dormir com o meu chefe? Ou melhor, como fui capaz de beber tanto a ponto de desmaiar nos braços do cara mais idiota do mundo? Nem sei quando perdi o controle dos meus atos. Já falei para a Camilla que não sou boa com bebidas.

Caminho até o ponto de táxi. Os vizinhos do Senhor Arrogante ficam me olhando. Devem pensar que fui mais uma com quem ele transou e que foi dispensada na manhã seguinte. Palmas para mim. Queria comemorar o aniversário de 24 anos com estilo e consegui. Já estava cansada de esperar um táxi e nada.

— Miller, acho que você esqueceu isso — ouço a sua voz e viro-me para ele.

— Não esqueci nada. Eu já te disse que não posso aceitar.

— Você é muito irritante, Miller. Eu comprei para você e não aceito de volta. Se quiser, jogue no lixo, dê para doação, mas não aceito devolução — ele me entrega a pulseira e eu a pego.

— Se quiser desperdiçar seu dinheiro, tudo bem. Jogarei fora ou darei para a caridade —  falo e vejo um táxi. Faço sinal, entro e ele continua parado me olhando. Deus, isso é castigo? Porque eu acho que sim, ninguém merece um cara desses com chefe.

  O Táxi não demora muito a chegar ao meu endereço. Pago o taxista e subo correndo. Abro a porta do apartamento e vejo Camilla dormindo no sofá com a mesma roupa de ontem. Acho que a noite dela foi bem melhor que a minha. Fecho a porta e coloco a pulseira e a bolsa na mesa de centro. 

— Bela adormecida...

— Me deixa, quero dormir — resmunga virando para o lado.

— Camilla, acorde agora! — Grito e ela abre os olhos.

— O que aconteceu?

Ela se senta e me olha. Seu cabelo está completamente bagunçado e sua maquiagem borrada.

— Eu que pergunto — não vou contar para a Camila que passei a noite na casa do Hektor, até porque, ela nunca vai acreditar que apenas dormimos.

— Comigo não aconteceu nada, só bebi algumas doses de felicidade e acabei dormindo com o Caio — fala e dá um sorriso sapeca.

— Dormiu? Sei pela sua cara não dormiram nada, mas por que não ficou na casa dele?

— Porque eu pedi que ele me trouxesse para casa. E você, onde passou a noite?

O que eu faço? Nunca menti para Camilla. Mas se conta-se ela surtaria, com certeza surtaria.

— Na casa da Alice. Eu não me senti bem depois de algumas doses de felicidade como você diz, então, ela me colocou em um táxi e me deu a chave do apartamento dela — falo e olha e ri. Sei que não se convenceu.  

— Lara, eu te conheço desde criança e sei que está mentindo, mas se não quer contar com quem dormiu, tudo bem. Fico feliz que esteja refazendo a sua vida — diz e segue em direção à cozinha, ia acompanhá-la, mas o meu celular tocou.

— Miller, preciso da sua ajuda — ouço uma voz familiar e me pergunto porque o meu segundo chefe me ligaria.

— Caio? — Pergunto e subo para o meu quarto.

— Sim. De qual flor a Camilla gosta? — Ele parecia nervoso. Senti vontade de rir.

— Rosas vermelhas são as suas preferidas, com chocolate com recheio de cereja e um cartão romântico — acho que a maioria das mulheres gostam desse tipo de coisa. Eu já gostei um dia.

O azul dos seus olhos - Liberado para quarentenaOnde histórias criam vida. Descubra agora