Lara
Camilla novamente me deixou na mão e saiu cedo para participar de uma reunião em uma cidade vizinha. Desta vez, ela iria acompanhar o Caio. Eu não estava atrasada, mas também não estava adianta.
Sigo para o ponto de táxi, que demora décadas para chegar. Estava com fome e quase congelando. O inverno finalmente chegou em Londres e tenho que admitir que o inverno de São Paulo não chega aos pés do inverno daqui, e digo mais, que o inverno do Brasil é como o verão na Inglaterra.
O táxi para em frete à Thompson. Pago o motorista e ao olhar às horas em meu celular, percebo que estou cinco minutos atrasada, o que significa que entrarei em guerra com o meu chefe.
Aceno para a Charlotte e ela sorri. Acho que previu que estou encrencada. Corro em direção ao elevador e vejo as portas se fechando e então, peço para me esperarem. Claro que me arrependo amargamente por ter feito isso, porque dentro do elevador estava o meu chefe. Engulo em seco e entro com passos firmes. Sei que o meu cabelo está bagunçado e a minha roupa não foi a melhor escolha do dia.
— Bom dia, Sr. Thompson — digo. Ele aperta o botão do elevador e as portas se fecham.
— Bom dia, Miller. Acho que o relógio não está de bem como você hoje — vejo um meio sorriso em seus lábios. É isso mesmo? O meu chefe arrogante fez uma piadinha comigo? Devo estar sonhando.
— Não mesmo — murmuro e podia jurar que ele estava rindo. Não entendo esse homem.
Olho disfarçadamente e percebo que ele está me olhando. E isso é o suficiente para me deixar corada. Qual é o jogo dele? Encosto-me na parede do elevador, vejo meu cabelo pelo espelho e merda, está horrível. Passo a mão no cabelo e ouço um barulho que não era normal. O elevador para.
— Droga! — Digo e ele aperta o botão do elevador.
— Acho que quebrou — ele diz e não acredito que isso está mesmo acontecendo.
— Pode chamar alguém, não é? — Pergunto e ele me olha.
— Se o botão de emergência estivesse funcionando, sim — diz arrogante como sempre.
Tudo bem, destino. Acho que já sei qual é a sua. Quer me por à prova, não é? Tinha mesmo que me deixa presa em um elevador junto com ele? Não poderia ter mais pessoas aqui? E para piorar, a energia acabou e o lugar estava muito quente.
Ele retira o terno e ergue as mangas da camisa. Isso é mesmo uma provação. Como estava com o meu sobretudo, estou suando mais do que um corredor nas olimpíadas. Retiro o meu sobretudo, deixando a minha saia preta e minha blusa vermelha de seda à mostra.
Seus olhos vêm sobre mim e acho que fiquei da cor da blusa. Ele abre os primeiros botões da camisa e vejo o seu peitoral. Como imaginava, ele era mesmo forte, tinha um corpo dos deuses.
— Se quiser, deixo você tirar uma foto — sua voz me tira dos meus devaneios.
— Oi? — Pergunto confusa e ele lança um meio sorriso.
— Sei que você está me olhando, Srta. Miller. E acho que está gostando do que vê — diz, sarcástico.
— Não mesmo. Estou passando mal com esse calor que está aqui...
— Pode retirar a roupa, se quiser — diz e fico séria.
— Acho que não deveria brincar com coisas assim, estou mesmo passando mal — digo e abro alguns botões da minha blusa. Vou ficar desidratada em poucos minutos. Ele aperta novamente o botão de emergência.
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O azul dos seus olhos - Liberado para quarentena
RomanceA pedido das minhas amigas do grupo o Azul do seus olhos, segue o primeiro livro que postei na plataforma...Matem a saudade. Ps. Não voltei a escrever, só estou repostando. Livro registrado na BN- Plágio é crime. Lara Miller, uma garota de 24 anos...