Capitulo 14

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Lara

Camilla novamente me deixou na mão e saiu cedo para participar de uma reunião em uma cidade vizinha. Desta vez, ela iria acompanhar o Caio. Eu não estava atrasada, mas também não estava adianta.

Sigo para o ponto de táxi, que demora décadas para chegar. Estava com fome e quase congelando. O inverno finalmente chegou em Londres e tenho que admitir que o inverno de São Paulo não chega aos pés do inverno daqui, e digo mais, que o inverno do Brasil é como o verão na Inglaterra.

O táxi para em frete à Thompson. Pago o motorista e ao olhar às horas em meu celular, percebo que estou cinco minutos atrasada, o que significa que entrarei em guerra com o meu chefe.

Aceno para a Charlotte e ela sorri. Acho que previu que estou encrencada. Corro em direção ao elevador e vejo as portas se fechando e então, peço para me esperarem. Claro que me arrependo amargamente por ter feito isso, porque dentro do elevador estava o meu chefe. Engulo em seco e entro com passos firmes. Sei que o meu cabelo está bagunçado e a minha roupa não foi a melhor escolha do dia.

— Bom dia, Sr. Thompson — digo. Ele aperta o botão do elevador e as portas se fecham.

— Bom dia, Miller. Acho que o relógio não está de bem como você hoje — vejo um meio sorriso em seus lábios. É isso mesmo? O meu chefe arrogante fez uma piadinha comigo? Devo estar sonhando.

— Não mesmo — murmuro e podia jurar que ele estava rindo. Não entendo esse homem.

Olho disfarçadamente e percebo que ele está me olhando. E isso é o suficiente para me deixar corada. Qual é o jogo dele? Encosto-me na parede do elevador, vejo meu cabelo pelo espelho e merda, está horrível. Passo a mão no cabelo e ouço um barulho que não era normal. O elevador para.

— Droga! — Digo e ele aperta o botão do elevador.

— Acho que quebrou — ele diz e não acredito que isso está mesmo acontecendo.

— Pode chamar alguém, não é? — Pergunto e ele me olha.

— Se o botão de emergência estivesse funcionando, sim — diz arrogante como sempre.

Tudo bem, destino. Acho que já sei qual é a sua. Quer me por à prova, não é? Tinha mesmo que me deixa presa em um elevador junto com ele? Não poderia ter mais pessoas aqui? E para piorar, a energia acabou e o lugar estava muito quente.

Ele retira o terno e ergue as mangas da camisa. Isso é mesmo uma provação. Como estava com o meu sobretudo, estou suando mais do que um corredor nas olimpíadas. Retiro o meu sobretudo, deixando a minha saia preta e minha blusa vermelha de seda à mostra.

Seus olhos vêm sobre mim e acho que fiquei da cor da blusa. Ele abre os primeiros botões da camisa e vejo o seu peitoral. Como imaginava, ele era mesmo forte, tinha um corpo dos deuses.

— Se quiser, deixo você tirar uma foto — sua voz me tira dos meus devaneios.

— Oi? — Pergunto confusa e ele lança um meio sorriso.

— Sei que você está me olhando, Srta. Miller. E acho que está gostando do que vê — diz, sarcástico.

— Não mesmo. Estou passando mal com esse calor que está aqui...

— Pode retirar a roupa, se quiser — diz e fico séria.

— Acho que não deveria brincar com coisas assim, estou mesmo passando mal — digo e abro alguns botões da minha blusa. Vou ficar desidratada em poucos minutos. Ele aperta novamente o botão de emergência.

O azul dos seus olhos - Liberado para quarentenaOnde histórias criam vida. Descubra agora