O azul dos seus olhos - Liberado para quarentena

Capítulo 4

Hektor

Sou Hektor Thompson, tenho 29 anos, sou filho mais velho da família Thompson, formado em Engenharia. Há alguns meses, meu pai se aposentou e então, eu assumi a presidência da empresa em Londres. Heloísa, minha irmã mais velha, era para ter ficado com a presidência da empresa de Paris, mas como não quis abrir mão da sua carreira de modelo e estilista, nomeamos o pai do Caio para isso. Já o cargo de vice-presidente da empresa de Londres, dei ao próprio Caio. Nossos pais se conhecem desde sempre e o meu pai ajudou o Sr. Carls Lewis quando ele estava com dificuldade financeira. Foi aí que eles se tornaram amigos.

Sou bem exigente no trabalho, quero tudo nos mínimos detalhes. Alguns me chamam de arrogante, chato e principalmente mulherengo. Talvez eu seja tudo isso que as pessoas dizem, mas o que posso fazer, se minha mãe e meu pai capricharam na hora de me fazer? Sou um magnata reconhecido e gosto de controlar tudo e todos. Não suporto atrasos e erros, tudo tem que ser do jeito e no tempo que eu quero.

Para mim, mulheres são apenas uma máquina de prazer. Depois de uma noite de sexo é só mandá-las embora. Podem me chama do que for, mas é assim que tem que ser, a lei da vida é essa. Já fiz papel de bobo apaixonado, mas isso nunca mais vai acontecer. O bom disso tudo é que não preciso dar satisfações para ninguém.

Lara Miller é uma assistente desastrada, teimosa e atrevida. Ela não faz o meu tipo: é magra, baixa e tem a pele cara. Seus cabelos castanhos claro são longos, seu corpo não é feio, mas também não é chamativo. Sempre tive interesse por loiras, modelos de corpo escultural. Só a coloquei no cargo a pedido de Caio. Ele disse que ela era amiga da nossa arquiteta Camilla e que foi bem recomendada para o cargo. Mas nos primeiros dias, já vi que é puro desastre, além de ser muito atrevida. Porém, confesso que admiro a sua ousadia, nenhum dos outros funcionários levantaram a voz para mim. E ela, pelo contrário, não mede esforços para me deixar irritado.

Talvez eu dê a honra a Senhora Miller de provar sua melhor noite de sexo ou até mesmo sair em alguma revista. Afinal, é isso que todas elas querem. Quem não iria querer sair na revista com o magnata mais cobiçado de Londres? Todas querem isso e acho que posso brincar um pouco.

Estava saindo do meu carro quando encontro Caio.

— Acordou cedo. Acho melhor ligar para a Soraya. Ela está histérica à sua procura — diz assim que entramos na empresa.

Caio deu bom dia a todos, eu nem me dou a esse trabalho. Eu que pago, então não sou obrigado a andar sorrindo.

— Soraya é boa na cama, mas é um grude só. Uma hora ela desiste — falo e entramos no elevador.

—Não sei o que ela vê em você — fala e gargalha.

— E nunca saberá, amigo — brinco.

As portas do elevador se abrem. Caio segue para a sua sala e eu para a minha. Assim que entro, minha agenda já está sobre a mesa e o café ao lado. Assim que eu gosto, muita eficiência.

Meu celular começa a tocar, tiro-o do bolso e 0 atendo sem mesmo olhar quem é. Está na hora de colocar a Soraya no lugar dela. Viro-me para a perfeita vista que eu tenho de Londres.

— Soraya, eu já te disse, é apenas sexo... — falo, sem paciência.

— Sr. Thompson, desculpe incomodá-lo. Sou o Terry, da empresa de Boston— meu funcionário diz do outro lado da linha.

— O que você quer, Terry? — Pergunto, já prevendo que algo de errado aconteceu.

— Sr. Thompson, é melhor comparecer à empresa o mais rápido possível. Aquele idiota com quem havíamos fechado negócio, sumiu depois de receber a primeira parte do pagamento — fala, com medo. Já disse para não contratarmos esses idiotas inexperientes.