Prefácio

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Brya acordou, eram 9h45 e era natal, um feriado que derivava de seus ancestrais na Terra. Ela não gostava porque a família toda ficava reunida. Reuniam-se para falar mal dela. Ela levantou da cama e viu os colchonetes de seus primos vazios, aparentemente quase todo mundo em Pani acorda cedo, menos ela. Quando saiu do quarto, passou pelo corredor e foi para a cozinha, e podia ouvir sua avó contando a história da hierarquia Clossborc no Pani, sua avó já contara essa historia trocentas vezes.

"O ano era 3016, eu estava sentada na sala com meus pais após chegar da festa de comemoração de meus 4 anos e vi num noticiário que tinham descoberto um novo planeta que se instalou misteriosamente na orbita da Terra, ao qual resolveram nomear Panicholus-565. Ele é semelhante a Terra e tem condições de sobrevivência iguais a da Terra, porém somente uma pequena zona é habitável e cientistas estão trabalhando para a construção de algo no Panicholus, e logo mais pensando na ideia de um novo planeta, já que o aquecimento global ia degradando a Terra cada vez mais. Então eu me animei, sempre sonhei com isso de espaço. E dois anos depois estavam transportando pessoas para lá, por muito caro, obviamente, mas como meus pais eram financeiramente avantajados nossa família foi uma das primeiras, e muitos outros também foram, éramos 6 mil pessoas, esperando para chegar no Panicholus, ao qual apelidamos de Pani, e construirmos uma vida em outro planeta, quem sabe virarmos lendas. Então a população de classe media baixa invadiu a base de lançamento, e como era uma quantidade enorme de pessoas e poucos guardas, quem sabe por medo ou não sei, os intrusos conseguiram driblar a segurança e se instalarem nas cápsulas, ao total 7 mil intrusos conseguiram embarcar. Ao chegarmos aqui no Pani, precisavam de um líder, ou uma líder, e minha mãe se candidatou, e logo conseguiu a confiança do povo, então ela foi eleita, e as regras eram parecidas com a da Terra, a cada quatro anos era eleito um novo líder, e ela foi eleita por 4 anos seguidos. Então abriu mão do cargo e o transferiu para mim, e eu ganhei uma eleição, mas então engravidei dos pais de vocês, primeiro a Clace, depois a Kelly, depois a Jorgia e depois o Lygho, e resolvi desistir da politica e viver minha vida, e agora somos a monarquia do Pani. Clace é a conselheira, Bourn, meu primo, é o Líder, e Jorgia, está sendo uma ótima líder da assistência social. Lygho está desaparecido e Cassia estão desaparecidos. Mas eu creio que em algum lugar, ele está pensando em Gotham. Bem, e vocês dão a continuidade da monarquia Clossborc. Cuidado, crianças, não se desviem, a monarquia Clossborc é a mais importante do Pani. Nós somos os melhores."

A matriarca da família, Jessica, era tão horrível, mas tão poderosa no Pani.

Brya ouviu a história e começou a rir, era tão absurdo ter uma avó tão ridícula assim, mas era divertido vê-la se achar a melhor. Parecia que estava ficando ranzinza.

Ela voltou para o quarto, foi no banheiro e escovou os dentes, e se vestiu, e se olhou no espelho. Era uma típica garota de 16 anos que aparentava ter 12. Era baixa, comparada a sua mãe, que tinha porte de modelo. Os olhos azuis eram a coisa mais charmosa em seu rosto. O corpo era cheio de curvas e bem definido, o que a fazia ficar bem em quase todas as roupas. Os cabelos negros ondulados eram rebeldes e fazia inveja á qualquer menina em Pani. Mas o que gostavam em Brya era sua personalidade. Ela já foi descrita como destemida, poderosa, pulso firme. E gostava dessas definições bad-ass. Ela então deitou na cama e se preparou para encarar a família toda olhando para a futura Conselheira. Em três dias, faria 18 anos e sua mãe a nomearia Conselheira oficial. Mas ela não conseguia pensar sobre isso, só pensava em Gotham, seu primo/ melhor amigo/ garoto com quem deu o primeiro beijo/ garoto que é apaixonado por ela, e nos pais adotivos de Gotham, Lygho e Cassia. Gotham era apenas um bebê de um ano quando foi abandonada em uma lixeira próxima a igreja, foi Brya que o viu se mexendo e chamou seus tios com que estava passeando, e como Cassia não podia ter filhos, aceitou como uma benção o pequeno e o nomeou Gotham, que significa "benção impossível" em alguma língua que Brya nunca quis entender. E hoje faziam dois anos do desaparecimento de Lygho e Cassia, e 17 anos em que Got foi achado na lixeira. Como isso aconteceu é um mistério, mas ninguém liga porque Got foi acolhido como um verdadeiro Clossborc. Brya pensou em ligar para Got, para saber se ele estava bem, mas ela sabia que ele não estava. Quem fica bem na prisão? Há meses, Got foi parar na prisão por matar um amigo seu que fazia piada com o fato de ele não conhecer seus pais verdadeiros. Jessica tentou livra-lo da prisão, com sua influência forte, mas ele quis continuar e pagar pelo seu erro, apesar de tudo, Got é honesto.


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