Ela foi acordada de seu transe por sua mãe.
– Hey, querida, você acordou. Tudo bem? – disse Clace.
Era uma mulher loura, de cabelos esvoaçantes. Tinha olhos cor de mel, diferentes do de Brya, que eram azuis vívidos. Ela herdara do pai. Clace era calma, irritantemente calma. Não ligava para que horas Brya chegasse em casa ou com quem saia. Apenas deixava a filha livre. Mas era carinhosa e protetora como uma leoa, defendia a filha da família sempre que necessário. Pareciam víboras para Clace, todos eles.
– Sim, tudo... Quem já está aqui? – perguntou Brya, com ãnimo.
– Quase a família toda, menos a Christina, sua prima. – disse Clace.
– Por quê? Eu a adoro. – respondeu Brya, abaixando o tom de voz.
– Ah, ela está doente há dias, depois você a visita com suas primas. Hey ficou sabendo que o Gotham vai sair da prisão para o natal? – disse Clace animada, tendo que dar uma noticia ruim para ela, mas que era boa para a filha.
Clace não gostava da relação de Brya e Gotham, eram mais do que primos e bons amigos. Ela notava o jeito como se olhavam, e já olhou assim para seu marido, Calis. Que a deixou. Clace tinha medo de que o mesmo acontece com Brya. Ela tivesse seu coração partido por seu primeiro amor.
– Ah, não, sério? Ele deve querer fazer uma surpresa. – disse Brya, animada.
– Não sei. Ele deve aparecer lá pela noite. Levante-se, a família toda quer lhe dar os parabéns. – disse Clace.
Brya levantou apressada, e acompanhou sua mãe até a sala. Quando entrou na sala, todos a abraçaram e a parabenizaram, ela ficou no automático e só agradeceu, mas seu pensamento estava na tal "doença" de Christina. Ela sabia que sua mãe estava mentindo, Christina disse que ia terminar com o trabalho de mecânica e prometeu que estaria para o natal na casa dela, elas haviam se falado na noite anterior. Ela estava ansiosa para ir logo à casa de Christina vê-la. Então sua avó a chamou num canto para conversar.
– Então, minha princesinha vai fazer 18 anos em três dias, hein. O que quer de presente? – disse Jessica.
– Ah... Nada. Só um abraço seu já significa o bastante pra mim. – disse Brya
– Ah, vamos lá, eu sei que você quer algo... Me diga e eu te dou, sou a mais rica daqui. – disse Jessica.
– Eu sei disso, vó. Eu sei... Quer saber? Eu quero um comunicador, dois na verdade. Quero aqueles que funcionam a longo alcance, como daqui até a Terra. – disse Brya.
– Eu consigo isso, mas dois? E porque longo alcance? – disse Jessica.
– Um para mim e outro pro Gotham. A parte do longo alcance creio eu que está respondida. – disse Brya.
– Ah, então está bem, no seu aniversario você terá um em suas mãos. Mas Brya... Isso de se comunicar com alguém da prisão é contra a lei. – disse Jessica
– Os Clossborcs não são os melhores, vovó? Dê seu jeito e eu dou o meu. Mas, eu queria pra hoje. – disse Brya, e soou exatamente como sua avó. Afinal, algumas vezes a persistência e o orgulho da família estão em seu sangue.
– Então, arranjarei pra hoje, pode esperar até a noite? – disse Jessica.
– Claro. – disse Brya.
Brya foi sentar com as primas e as chamou para ir atrás de Christina. Mas só uma delas concordou: Paule, a garota que idolatrava Brya e fazia tudo o que ela falava. Avisou para a mãe e em menos de cinco minutos, estavam entrando no carro em direção ao residencial PII, onde os engenheiros, mecânicos e professores moravam. Entraram com a permissão de Christina e chegaram a sua casa.
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/NEWORLD/
Ciencia FicciónHá anos, a Terra foi devastada por um acidente científico, que junto com várias causas a tornou inabitável. Para tornar a humanidade próspera de novo, os cientistas acharam um novo planeta recentemente instalado na orbita da Terra - Panichulous 365...