Capítulo 13: "Acorde e se apaixone por ela, por favor".

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Vermo olhou confuso para Maureen e Dylan.
– Por que está me abraçando? – Ele perguntou, tentando se soltar de Maureen.
– Por nada.
Dylan se entreteu com aquela cena.
– Então Vermo, pra onde você e Maureen vão hoje à noite?
Vermo ficou claramente confuso.
– Eu vou dormir. Maureen não faço ideia. – Ele deu de ombros. – Vou banhar, com licença.
Dylan sorriu e acompanhou Vermo entrando no dormitório.
– Parece que você ficou livre. Então, quer ir ao rio ou á floresta?
– Me encontre depois do jantar, vamos nos aventurar. – Disse ela, sorrindo sem graça.

Vermo entrou no dormitório e viu Brya chorando. Hesitou se deveria perguntar o porquê ou ignorar. Decidiu perguntar, sentia a dor no choro de Brya.
– Ei, o que houve? – Ele tentou soar o mais manso e acolhedor possível. E funcionou, pois Brya o abraçou e começou a chorar sobre sua camisa suada, que ficava mais colada a cada gota de lágrima que Brya derramava.
– Eu só faço coisa errada. – Brya falava entre os soluços.
– Todos erram.
– Eu erro demais.
Ela parecia certa disso, então Vermo apenas consentiu e afagou seus cabelos.

Luna estava na enfermaria com Caih. Seu melhor amigo precisava acordar. Tinha tanta coisa que ela queria contar. Mas quando ela percebeu o que mais queria falar para ele, se espantou. Queria dizer que pensava muito em Raion, e em seus olhos azuis vívidos, que se misturavam com um verde hipnotizante. Ela pensou no quanto isso afetaria Caih, se ele ainda sentisse algo por ela. Olhou em volta e viu uma garota deitada ao lado de Caih, com as roupas iguais a de Cairin, a mulher que os atacou no dia na floresta, que descobriram ser muito gentil. A menina tinha cabelos ruivos, como os de Caih e Vermo, mas os dela eram bem escuros, quase se confundiam com castanho claro. Sua pele era cheia de manchas claras e marrons. Seus lábios faziam o formato de um coração, e ela transmitia uma paz. Estava dormindo, presumiu Luna. Ela percebeu que, apesar de ser uma loura, alta, dona de um sorriso lindo, queria ser aquela menina. Sua aparência transmitia uma fragilidade enorme, o que a fazia querer abraçar essa menina e a proteger de tudo. Ela pegou na mão de Caih e falou bem baixo – Acorde e se apaixone por ela, por favor.
Riu de si mesma. Levantou da cama e saiu pela porta da frente, que dava direto ao pátio. A menina que estava ao lado de Caih abriu os olhos e sorriu. Aconteceu o contrário. Ela acordou, viu aquele menino ruivo e indefeso estirado na cama. Não acreditava em amor á primeira vista, mas sempre havia uma exceção é claro. Ela se apaixonou por Caih.

Caih ouviu o pedido da melhor amiga, a primeira coisa que ouviu em tempos. Sentiu que a voz de Luna o despertara do coma, da sensação de estar acordado com os olhos fechados, de querer se mexer, mas não ter força para o fazer. Apenas teve força para abrir os olhos à sombra de Luna se afastando dele. Olhou para o teto depois ao redor, e viu que grandes olhos verdes o encaravam. Quando a menina que estava no leito ao seu lado percebeu que ele havia visto ela o fitando, desviou o olhar.
– Oi – Caih tentou falar, bem devagar e quase sem som. Se tinha algum ser humano ao seu lado, era bom fazer contato depois de dois meses vivendo como um quase morto.
– Oi – Respondeu ela, envergonhada.
Caih a olhou melhor e viu que a menina parecia uma boneca, delicada, pequena, dava vontade de protegê-la até da brisa do vento.
– Sou Caih. E você, quem é? – disse ele, lentamente se virando para ficar olhando diretamente para a menina.
– Olá Caih, sou Sofia.
– Bonito nome.
– É grego. Uma antiga cultura da Terra. Significa sabedoria. – Ela o encarou, sorrindo. – Mas é claro que não sou tão sábia, ou não estaria na enfermaria.
Os dois riram.
– Lógico que não, com certeza não foi sua culpa. – Caih levantou lentamente e se sentou na cama. – Eu, por exemplo, fui flechado por um dos caras no portão. Não é como se eu tivesse pedido pra eles acertarem um pedaço de madeira com veneno em mim.
Ela riu
– E o que aconteceu com você?
– Eu estava em uma busca de rotina por comida e cai de um penhasco, quebrei a perna.
Caih fez uma expressão de 'sinto muito' e ela o ficou observando ele lentamente se colocar de pé e tentar andar.
– Onde você está indo? – Ela levantou rapidamente, mesmo com a perna machucada e fico para á frente dele.
Ele pôde perceber o quão pequena ela era. E mesmo tentado disfarçar a dor na perna, ela parecia forte. Uma verdadeira guerreira. Embora ele ainda sentisse vontade de protegê-la do mundo. Mas sabia que ela era quem protegia o mundo.
– Tenho que ir atrás da minha... Dos meus amigos. Avisar que estou bem, acordei.
– Eles vão voltar e perceber sozinhos. Todo começo de dia e fim de tarde eles vêm te ver. Só deite e espere. Você acabou de sair de um coma.
– Não sabia que eu era tão importante assim.
Ela o ajudou a sentar de volta na cama e se sentou na sua.
– Então... Você é tipo a Cairin? – Caih se lembrou das roupas que a mulher usava e as viu em Sofia.
– Quem me dera ser tipo a Cairin. Ela é a comandante suprema. Acima dela, só senhor Matarse. Espera... Como você conhece a Cairin?
– Digamos que não a conheci numa ocasião muito amigável. Estávamos andando pela floresta e ela nos encontrou.
Ficaram conversando e rindo por muito tempo. Horas a fio. Caih pensou que o tempo havia parado. Era tudo tão bom com Sofia.

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