Capítulo 8: Coisas que eu não disse.

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Luna virou para a parede para não olhar Brya, ela achava assustador ver pessoas dormindo. Não conseguiu dormir, aquelas palavras não saiam de sua cabeça. "Ela é maravilhosa. Sério. E não só maravilhosa, ela é linda, inteligente, culta. Você entende? Eu gosto dela há tempos. Mas sempre sou o "eu gosto tanto dele, me diz o que vocês meninos gostam pra que eu possa impressiona-lo."" Ela não podia acreditar. Nunca viu Caih com esses olhos. Ele sempre fora o irmão mais velho dela. Sempre brincaram juntos, ele sempre a protegeu. Ele sempre foi um doce com ela, o garoto mais legal, gentil, cuidadoso. Mas ela nunca pensou que ele o fizesse com outros interesses. Ficou aborrecida. Vermo o tinha convencido a conta-la, e ela não sabia como reagir. Não queria magoar o amigo dizendo que não queria a mesma coisa com ele. Mas também não queria fingir algo que não sentia. Pegou uma foto de uma câmera velha do tempo de seu tataravô e lá estavam ela e Caih, sorridentes em sua festa de aniversário de seis anos, com o rosto sujo de bolo se abraçando como se se protegessem. Deixou uma lágrima cair, e depois outra. Amava o amigo, mas não do jeito que ele queria. E sempre o amaria, mas nunca do jeito que ele precisava.

Brya acordou com uma melancolia enorme. Sentiu falta de Gotham e só então percebeu que não o teria de volta. Nunca mais. Abraçou seu travesseiro e começou a chorar em silêncio para que Luna, sua colega de quarto não ouvisse. Mas ela parecia ainda estar dormindo. Brya resolveu secar as lagrimas e sair da cama. Tirou seu pijama e vestiu uma roupa casual, foi para a sala ver se já havia algo para comer.

Dylan e Raion estavam acordados olhando para o teto, viajando em seus pensamentos. Raion se lembrava de sua ex-namorada Meriann. Pensava muito nela desde que Dylan a citou numa conversa sobre relacionamentos. Lembrava-se de como riam juntos, choravam juntos. Como se abraçavam e se amavam. Era tudo perfeito até seu primo passar férias em sua casa e dormir com Meriann, mesmo sabendo do romance dos dois. Raion guardava uma mágoa irreparável do primo, e carregava as mais lindas lembranças de sua ex. Apesar de Dylan insistir que se ela realmente o amasse não havia traído, Raion preferia acreditar na inocência do seu único e verdadeiro amor.

Dylan pensava em Maureen mais do que em Brya. Achou estranho depois da madrugada que passaram. Para ele foi a melhor madrugada de sua vida. Mas ele sabia que aquele foi um momento de fraqueza. Brya ainda ama Gotham e todos sabem disso. Ele deveria investir em Maureen, sabia que sentia algo por ela, mesmo que só quando bêbado. Deveria dar uma chance de fazer isso dar certo. Quem sabe realmente dava. Decidiu pensar mais sobre o assunto, apesar de querer beijar Brya naquele instante.

Gotham , Maureen e Vermo já estavam na sala, conversando sobre como seria esse novo mundo que iriam explorar hoje. Dessa vez juntos. Quem mais falava era Vermo, com toda a sua esperança. Maureen concordava e falava pouca coisa, já que o colega falava demais e era difícil interrompe-lo. Gotham apenas balançava a cabeça e fingia prestar atenção. Pensava mais no que havia passado do com Brya. Não podia acreditar que realmente havia acabado. Não podia simplesmente acabar. Não queria jogar aqueles anos fora. Ainda a amava, e era injusto dizer que acabou quando seu coração batia por ela.

Brya saiu do quarto e viu Gotham ao lado de Maureen e Vermo. Ele parecia em outro mundo, nem havia notado sua presença. Ela ficou em duvida se falava ou não com ele então decidiu apenas dar um bom dia coletivo. Mas apenas Vermo respondeu. Gotham ficou paralisado, nem conseguiu respirar. Até a voz de Brya mexia com seus sentidos e o alterava.

Depois Luna saiu do quarto e também os saudou, e logo após Raion e Dylan saíram e também dera um bom dia, mais uma vez só Vermo respondeu todas as saudações animado com o trajeto que teriam hoje. Haviam combinado de cada dia andar 10 metros a mais que o anterior para explorar a área com cautela. Todos comeram algo da dispensa e arrumaram suas mochilas, dessa vez com fitas para amarrarem nas árvores durante o trajeto, para não se perderem. Saíram da capsula com mochilas nas costas e muito ânimo.

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