Capítulo 3 : "Mas aqui não tem banheiro, e se eu precisar de um banheiro?"

216 14 2
                                    

Dylan andava em linha reta, olhando para o chão. Raion esbarrou nele. Estavam no meio da calçada, era uma noite de natal. Poucas pessoas na rua, muitas na casa de seus familiares e amigos. E apenas dois garotos vagando pela St. Patricko street.

– Eu sempre me perguntei o porquê do nome dessa rua... – disse Raion, tentando criar algum assunto.

– Alguém chamado São Patricko deve ter sido importante na Terra. – disse Dylan, não tirando os olhos do chão.

– Cara... Não é o máximo? A gente vai pra Terra. – Raion falou, animado.

– Você acha mesmo que a gente vai? – Dylan falou em um tom de reprovação.

– Claro que sim, porque a gente não iria cara? – Raion estava perdendo o ânimo.

– Af cara, deixa de ser idiota. A garota só quer vender um estúpido sonho de infância dela pra vocês, babacas. – Dylan respondeu com ignorância.

– Dylan, eu não tenho muito tempo pro seu ataquezinho idiota, tenho eu arrumar minhas malas por que vou pra Terra amanhã, se você quiser vir, venha. Se não quiser não venha. Mas não desconte em mim o fato de você ter se interessado por ela, mas estar com raiva porque ela ter namorado. – disse Raion, com tom irônico.

– Ela quem? A Brya? Eu gostei dela? Ah para com isso. Ela tem namorado? Quem é? – disse Dylan, com um tom sério no rosto, mas tentando fazer a voz parecer descontraída.

– Cara, não tente enganar a si mesmo. Está na sua cara que você estava super na dela. E aquilo de "você tem os olhos da minha mãe", cara você precisa de aulas de cantadas. Fala sério. – disse Raion, dando um soco no ombro do amigo.

– Ah não, você ouviu? Ah cara... – Dylan começou a rir – Mas falando serio, mano, quem é o namorado dela?

Os dois a essa altura estavam tão focados na conversa que não viram que já estavam na frente do Centro de Pesquisas.

– Descubra garanhão. – Raion saiu correndo na frente, saltitando.

– Cara, eu estou duvidando cada vez mais da testosterona nas suas veias. – Disse Dylan, seguindo o amigo.

– Tá, me diga como vamos saber qual a sala de controle. – Disse Gotham, cansado de andar por corredores infinitos mal iluminados e portas entreabertas.

– Você nunca viu aqueles filmes antigos? É uma sala com um enorme computador. – disse Brya, usando uma expressão que dizia "Você não pode falar sério, é tão obvio".

– Eu não acredito que você acredita mesmo nisso. – disse Gotham, rindo.

– Tá, eu não acredito. – Brya riu – Mas, que tal a gente procurar uma sala com uma placa na porta com o nome "Sala de Controle"?

– Nossa, que gênia. – disse Gotham ironicamente, afagando Brya com um abraço.

Eles andaram por um corredor que parecia infinito, então Gotham se lembrou das noites em que tinha medo de ficar sozinho e ser abandonado, e Brya ia até sua casa e ficava com ele, os dois acordados até o amanhecer, juntos. Gotham então não pode conter um pouco de seu medo e pegou na mão de Brya, e ela correspondeu e apertou sua mão.

Então avistaram a sombra de alguém sentado e pararam. Gotham pensou em sair correndo, mas Brya apertou sua mão, e foi como um "estamos juntos nessa, nada vai acontecer." Então Got teve força e ânimo para encarar aquele guarda, talvez não do mesmo jeito que encarou o outro, algo mais sutil talvez. Brya se abaixou

/NEWORLD/Onde histórias criam vida. Descubra agora