Luna respirou como se estivesse prendendo a respiração por toda sua vida. Não fazia ideia do que dizer. Apertou a mão de Caih, sorriu para ele e finalmente disse:
– Primeiro, quero que saiba que te amo, muito. Mas agora eu não consigo ver você mais do que como um irmão. Você é meu melhor amigo, sabe disso. Mas nada mais. Não daríamos certo. – Caih ameaçou chorar, mas se manteve forte e Luna o abraçou e cochichou em seu ouvido. – Desculpe-me. Acredite, eu te amo. Mas não desse jeito.
Luna o soltou e voltou a acompanhar o pessoal, deixando Caih sozinho com seus pensamentos. Ele sabia que agora nada mais seria a mesma coisa. O que estava pensando? Que ela diria que o ama também e que não aguentava mais esconder? Ela nunca saberia como era amar de verdade alguém como ele a amava. Ela nunca a veria por seus olhos. Que erro falar sobre isso. Que droga, e agora o que faria? Pensou em perguntar de novo, mas sabia que Luna precisava de um tempo pra pensar sobre aquilo, era mesmo muita coisa. Quando percebeu que já haviam chegado à cápsula, foi para o mar e sentou sobre a maré baixa, observando as águas claras invadirem seus pés. Foi tão perto.
Brya estava indo ao mar tomar um banho, para economizar a água que poderiam beber, quando viu Gotham esbarrar nela. E não dizer nenhuma palavra.
– Ai. – Gritou ela, para chamar a atenção de Gotham.
Ele fingiu que não ouviu e passou direto com a toalha na mão para ir.
É só raiva dele, pensou Brya Logo passa. Mas não passou. Duas semanas depois e ele ainda fingia que Brya não existia. Esbarrava, ignorava o que ela falava, nem olhava para ela. Mal sabia ela que para Gotham era um tratamento de choque. Mas o único jeito de aceitar que acabou era se afastar dela. Isso era difícil, mas sacrifícios são necessários.
Caih estava na beira do mar quando Vermo sentou junto a ele. Ultimamente o passatempo de Caih era ver o mar e ir e voltar. A água que voltava nunca era a mesma água que foi. Ele começou a olhar meticulosamente a água, o distraía de tudo.
– Ei. – Vermo tirou Caih da hipnose
– Oi. – o garoto respondeu desanimado.
– Falou com ela?
– Sim.
– Nem preciso perguntar a resposta. Vi que vocês não se falam muito nesses dois dias.
– Pois é. Foi um erro falar. Eu não estava pronto. Ela também não.
– Foi um erro? Se você guardasse mais iria explodir na frente dela e seria feio. Foi melhor você ter falado com calma, de um jeito sutil que ela entendesse.
– Ela entendeu. E também ignorou. Pegou meu coração, quebrou em pedacinhos e jogou fora.
– Fala sério, vai se abater assim? Isso foi só o começo, quando voltarmos para Pani você vai ter todas as Panicholas para escolher.
– Meu coração a escolheu.
– Isso é bonito. Mas você sabe onde estão as histórias bonitas? Nos livros. Isso aqui é a vida real. É pra quebrar a cara, ter uma história horrível, se machucar. E no fim de tudo dizer que valeu a pena.
– Não sei se essa dor vai valer a pena.
– Eu sei de uma coisa: vai passar. Agora levanta daí e vamos, temos um longo caminho pra explorar. Esse planeta é gigante.
Vermo ajudou Caih a levantar e foram conversando sobre o quão grande era a Terra e se juntaram aos outros do grupo para procurar algo. Andaram trinta metros após ás ruínas quando ouviram um grito, dessa vez de uma mulher. Parecia ser um grito de guerra, pois ela repetia e ficava cada vez mais alto e próximo. Até que uma mulher media, bem magra com osso á mostra, roupas rasgadas e partes com folhas, com o rosto pintado de lama em sinais de semicírculos na testa foi em direção deles.
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/NEWORLD/
Ciencia FicciónHá anos, a Terra foi devastada por um acidente científico, que junto com várias causas a tornou inabitável. Para tornar a humanidade próspera de novo, os cientistas acharam um novo planeta recentemente instalado na orbita da Terra - Panichulous 365...