Capítulo 12: Nova casa.

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O caminho até a vila foi silencioso, e com várias paradas para descansarem, já que estavam carregando muitas mochilas. Ao chegarem ao portão, esperaram alguns minutos, até que foi aberto. Seguiram o caminho direto até o castelo. No trajeto, os morados da vila os olhavam com olhos espantados. Após duas semanas seguidas vindo todos os dias a vila, esperavam que os moradores já estivessem se acostumado a eles. Mas o fato de que nasceram em outro planeta era difícil de ser contido e provocava uma mistura de fascínio com espanto aos moradores, apesar de todos serem humanos afinal. A ponte do castelo se abaixou e Brya percebeu que o que parecia um castelo, era mais como um casarão, com várias pilastras. O pátio estava vazio então foram à recepção e a única garota que sempre viam estava sentada, escrevendo algo em um caderno azul que ninguém conseguiu ler, pois ela fechou o caderno na hora em que eles entraram.

– Olá, gostaríamos de falar com o senhor Calis. – Vermo os anunciou.

– Quem são vocês? – A moça perguntou. Vermo observou que ela era bonita, com olhos castanhos enormes, que olhavam sua alma. Os cabelos louros caiam nos ombros e davam voltas em cachos enormes que fazia o rosto da moça parecer maior.

– Somos os amigos de Caih, o garoto em coma. – Vermo respondeu, com um charme que nem ele sabia que tinha.

– Ah, os extraterrestres. Aguardem, já vou chama-lo.

A moça passou por eles e foi pelo pátio até a sala de reuniões, e minutos depois Calis estava na porta para recebê-los.

– Então... Estão cheios de mochilas. Parece-me que vieram para ficar, estou correto? – Calis usava uma roupa parecida com a que em Brya o viu pela primeira vez. Tudo nele estava igual. Exceto pela sua postura. Aquele jeito dominador e absoluto havia se transformado em um homem gentil, sorridente e calmo que parecia muito com o avô paterno de Brya, que havia morrido quando ela havia completado dezesseis anos. Ela não tinha aniversários muito bons de lembrar, com cinco anos sua mãe foi presa pela primeira vez, e liberada semanas depois. Com quinze anos seu tio e tia foram sequestrados, com dezessete Gotham foi preso. Todas as coisas aconteciam em seu aniversário, e eram lembranças horríveis para ela. Lembranças torturam mais que armas.

– Sim, você havia dito que adoraria nos ter como hóspedes. E no momento não podemos recusar nada. – Vermo disse

– O que aconteceu? – Perguntou Calis.

– Nossa cápsula foi arrastada pela correnteza da maré. – Disse Raion, lamentoso.

– Que pena. Devem ter perdido tantos pertences importantes. Mas vejo que trouxeram muita coisa. Acompanhem-me, vou leva-los ao seu dormitório.

Todos seguiram Calis pela porta da frente e seguiram reto através do pátio até chegarem ao dormitório. Era um quarto enorme, com várias camas enfileiradas uma ao lado da outra. O teto era coberto de listras e formava um arco. Ao lado de cada cama havia uma cabeceira e na própria cama havia um baú de madeira para se guardar todos os pertences.

– Desculpem por não ter muito conforto, esse é um dormitório de soldados. Não queremos que eles se distraiam com coisas desnecessárias. Podem se acomodar a vontade. O quarto ao lado também está vazio então se as damas se sentirem mais a vontade podem dormir lá.

– Estamos bem aqui, somos todos amigos. – Maureen disse, sorrindo maliciosamente para Dylan, que retribuiu com um sorriso amigável.

– Então tudo bem. Fiquem á vontade. Sabem onde é o refeitório, os banheiros são perto da porta, quando o jantar estiver pronto, a servidora irá chama-los. E bem vindos á sua nova casa. – Calis se aproximou de Vermo. – Temos um laboratório excelente, com ótimos satélites e computadores, se quiser, dê uma olhada depois.

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