– Tem alguma ideia de como ele possa ter descoberto isso? – Alex perguntou quando se afastaram o suficiente pelo jardim para que ninguém os incomodassem.
Ela negou e ele passou a mão pelos cabelos andando de um lado para outro devidamente perturbado. Aquele homem não os deixaria em paz nunca!
– Quem mais sabe da história de vocês? – perguntou
– Só você e a Nena!
Giorgina e Jhonatan tinham conhecimento de uma moça, mas assim como ele não faziam ideia de que era Victória
– Ele pode usar isso para deixar o parlamento ainda mais confuso – murmurou.
Sentou na borda do chafariz e apoiou os cotovelos nos joelhos e o queixo nas mãos. Precisava pensar em algo, e rápido!
– Crowley conseguiu convencê-los que só vinhemos a nos conhecer dentro do casamento uma vez que não há indícios de que havíamos nos visto antes.
Não tinha mais motivos para não contar a ela, se iam fazer aquilo teria de ser juntos.
– A cena na vila só piorou e agora querem provas!
– E como esperam tê-las?
– A brilhante história que inventei a sra. Robinson
– As cartas – concluiu em um sussurro
– Exato! – ela sentou-se ao lado dele – Aleguei invasão de privacidade porém estão cogitando a ideia, se olharem o registro de correios verão que jamais foi enviada uma carta sequer para sua casa, a não ser é claro as que negociava com seu pai.
– Estamos perdidos! Tudo isso foi em vão – ela parecia perdia em meio ao seus próprios pensamentos.
– Vou pensar em uma maneira de resolver isso.
– O que você pretende fazer?
– No momento, ficar perto da minha esposa e mostrar a todos o quanto a amo – respondeu com um suspiro – Posso contar com você?
Ela maneou a cabeça sem escolha. Mas diante de tudo era melhor que nada.
Depois, no dia seguinte, veria como estavam as coisas no parlamento, se caso quisessem olhar o registro, providenciaria para que constasse que trocavam cartas a cada duas semanas durante um ano inteiro.
– Podemos escrever as cartas – ela sugeriu e ele sorriu.
– Pensei nessa possibilidade, mas sabe quantas cartas seriam? Fora o tempo.
– Tenho cartas de quando era criança em muito bom estado e como alegamos amor, seria mais um motivo para estarem impecáveis e bem atesouradas
– Imagino que sim. Mas por hora vamos esquecer isso e aproveitar nosso baile – levantou e lhe estendeu a mão voltando ao personagem apaixonado que deveria ser – Vamos querida?
– Como pode estar tão tranquilo? – Victória lhe deu a mão e o olhar do conde caiu sobre o dourado cintilando em seu dedo uma vez que ela havia tirado as luvas inquieta e agitada.
Uma objeto tão pequeno, mas que marcava uma vida toda. Passou o polegar sobre ele e levou a mão dela até os lábios dando um beijo demorado sobre a aliança.
– Não estou, na verdade estou cansado de tudo isso.
Ela deu um leve aperto em sua mão e ele pode ver conforto em seus olhos. Ela estava linda, a luz do luar fazia tanto sua pele alva como o dourado de seu cabelo reluzir. Ela parecia doce e meiga, uma pessoa indefesa que necessitava de sua proteção, e apesar de saber que ela era autossuficiente o bastante, ele gostou da ideia de ser o único a poder fazê-lo. Então estava ali, da mesma forma que fora absorvido pelo encanto no dia em que a beijou.
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O amor vem devagar
RandomEra comum encontrar entre a alta sociedade da época, casais que estavam juntos por conveniência, necessidade financeira, poder ou exibição. Casar-se por amor era um privilégio para poucos. E para Victória, um sonho a ser alcançado. Como toda românti...