Pela manhã, não houve comoção da parte de Victória na hora de partir, se despediu da mãe, dos irmão e de Jack mas sem grandes emoções. Seguiu para a carruagem com Nena que a acompanharia, apenas ela dentre todos de sua família. Seu porto seguro de fato. Seu pai não apareceu para se despedir e ela não se importou, havia deixado claro o que aconteceria se ele a obrigasse a fazer aquilo. Se ele queria tanto se livrar dela, assim seria.
Não disse uma palavra durante o percurso da viagem, estava imersa ao futuro incerto que a aguardava. Ali tinha ela tinha uma vida, em Hanford não teria nada, não sabia se faria amigos, se as pessoas seriam gentis ou se seriam como o pai vendo nela uma chance de se dar bem com o Conde. E o pior, não sabia como seria sua relação com ele. Com sorte, ele seria mesmo gentil como dissera Phillip, mas o que vinha após o casamento a estava inquietando e deixando o primeiro pensamento em relação a ele incerto. Ele poderia muito bem se sentir desafiado com sua recusa e a obrigar, seria um direito dele por tê-la como esposa.
Olhou pela pequena janela da carruagem tentando afastar o pensamento, era inaceitável o que o pai a estava submetendo.
Já estavam naquela carruagem a horas e ela começava a ficar fadigada. Nena em socorro da moça pediu que parassem um pouco afim de poder respirar e admirar a linda paisagem que Victória nem ao menos tinha percebido apesar de ter estado constantemente olhando para fora. Quando desceu, esperava encontrar mais do que campos e árvores mas a vista a compensou. Estavam no alto de uma colina onde a brisa do vento os saudava e onde ela se permitiu respirar um pouco.
– Srta. Peterson – um dos homens que vinheram com Phillip a cumprimentou enquanto segurava a porta do veículo – Espero que não esteja se tornando uma viagem cansativa – disse demonstrando verdadeira preocupação
Ela sorriu diante do gesto
– Obrigada. Como se chama?
– Rafael
– Srta., – outro também se juntou a eles, parecia ser um pouco mas novo que ela – Acho que não fomos apresentados. Arthur, é um prazer lhe conhecer
Pegou sua mão e a beijou de forma cortes fazendo-a sorrir.
– Devo ressaltar que ter a honra de buscá-la é maravilhoso!
– Sim, não se fala de outra coisa em Hanford, todos querem saber quem foi a moça que conseguiu conquistar o coração do Conde.
– Não sei se a Srta sabe – começou Arthur – Mas ninguém nunca conseguiu capturar o coração dele, entretanto, diante de tanta beleza chego a compreende-lo.
Eles riram mas Victória franziu as sobrancelhas.
– Senhores – Phillip se aproximou – Srta. Peterson, gostaria de lhe mostrar uma coisa.
Ele estendeu o braço a ela que aceitou sem pestanejar.
– Porque pensam que conquistei o Conde? – ela quis saber já impaciente.
– Aparentemente como Alex nunca se envolveu com ninguém, criaram esse rumor de que finalmente conquistaram seu coração.
– E por que ele não discordou?
– Adiantaria?
– Então, como se não bastasse tudo, terei que fingir estar perdidamente apaixonada por ele? – perguntou incrédula ao que ele a olhou seriamente.
– Imaginei que se oporia ao casamento ao princípio, mas a forma como fala me faz pensar que não o quer.
– Minha opinião é irrelevante – disse lembrando da última conversa que tivera com o pai.
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O amor vem devagar
عشوائيEra comum encontrar entre a alta sociedade da época, casais que estavam juntos por conveniência, necessidade financeira, poder ou exibição. Casar-se por amor era um privilégio para poucos. E para Victória, um sonho a ser alcançado. Como toda românti...