Capítulo 8

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Quando o dia do casamento chegou Victória até desejou estar nervosa, queria ao menos ter sentido ansiedade quando Sra. Foster chegou com o vestido de noiva e toda a equipe para arrumá-la, mas tudo o que conseguia sentir era um enorme vazio, nem mesmo a tristeza dava o ar da graça.

– É maravilho! – Nena exclamou quando a costureira tirou o vestido de noiva da caixa, tinha que admitir que no desenho era lindo, mas ao vivo era de fato maravilhoso.

As rendas pareciam tão delicadas que se partiriam no menor descuidado ao tirá-lo da caixa.

– O que achou Srta Peterson? – ela perguntou animada

– Lindo – disse ao passar a mão sobre o tecido branco do corpete.

As mulheres nem ouviram sua resposta pois já tinham se animado com o resto dos acessórios. A casa em si estava tão agitada quando elas, os empregados não paravam de ir de um lado para o outro arrumando tudo para festa que iria acontecer no jardim e Marlúcia estava mais que agitada com tudo, mesmo que a palavra que a descreveria por inteira no momento fosse estressada. Depois de um bom banho com vários tipos de óleos, Nena a ajudou com o vestido junto as meninas da sra. Foster que falavam pelos cotovelos e ela teve que admitir que a preparação fora até divertida com elas.

Seu cabelo ficou preso em um coque com um pente de flor branca enfeitando-o, o buquê apesar de lindo era de lírios brancos do qual nunca teve afinidade.

– Olha como está – Nena comentou emocionada – Você cresceu tanto, já é uma mulher.

– Choro agora não! – declarou uma das meninas – Vai manchar a maquiagem.

Victória sorriu imaginando que se chorasse seria de tristeza e não porque só agora a ficha de que ela casaria caiu para Nena.

– Linda – sra. Foster a olhava como se pudesse exaltá-la – Provavelmente a noiva mais linda que já arrumei!

– A senhora diz isso a todas as noivas que arruma tia! – elas riram

– Bom – deu de ombros – Casamentos me emocionam.

O caminho dentro da carruagem pareceu o mais longo de sua vida e ela não sabia se agradecia ou maldizia pois começa a se sentir agonizada.

– Está nervosa meu bem?

Ela abriu a boca para responder mas a carruagem parou e junto dela seu coração, mas só para voltar a bater com uma intensidade que pensou que poderia passar mal.

– Pronta? – ouviu alguém perguntar mas depois disso nada mais que um zumbido forte em seu ouvido.

Não conseguiria fazer aquilo, não podia, achara que sim, mas agora via que estava se entregando sem lutar, não queria ser infeliz, não queria ficar presa aquela homem, não...começou a respirar fundo ao sentir que lhe faltava o ar. Tinha que sair dali, não se importava com o que os outros pensariam, sua reputação, sua família, não importava! Era a sua vida, ela não...

– Victória.

– Phillip – ela sussurrou ao conseguir enxergá-lo – Não posso fazer isso!

Ele a abraçou e ela desabou a chorar em seu peito o segurando como se o mundo fosse acabar a qualquer instante.

– Não pode desistir agora – sussurrou

– Não consigo!

– Consegue sim – ele a abraçou ainda mais forte – Vou estar sempre do seu lado e não vou deixar nada de ruim lhe acontecer.

O amor vem devagarOnde histórias criam vida. Descubra agora