Capítulo 12

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Victória ficou surpresa ao acordar e ver que as pernas estavam um pouco doloridas. Não quis tomar café com o conde e passara a maior parte da manhã sentada na poltrona em seu quarto lendo.

– Lady Turner.

Ela levantou o olhar e fechou o livro marcando a página com o dedo

– Sra Timbley – já imaginava que era apenas questão de tempo para que buscasse falar com ela.

– Precisamos ter uma conversa muito séria – disse com ar preocupado

Victória concordou e pediu que ela sentasse.

– Todos estão comentando e já chegou a cidade. As piores versões são as que ele a obrigou a voltar andando como uma espécie de castigo. Talvez você não saiba, mas Alex tem tentado desde o momento que assumiu o condado ser tão quão, ou melhor que seu pai, agora todos o criticam e isso pode arruinar tudo que ele já construiu.

– Está dizendo que a culpa é minha? – perguntou incrédula

Não, mas quero que o entenda, e que o perdoe. Você pode, mesmo que sem querer ter destruído tudo que ele construiu a vida inteira quando eu lhe disse que não tinha com o que se preocupar, que ele não tinha nenhum envolvimento com Giorgina ou qualquer outra mulher, mas ainda assim fez um escândalo desnecessário na vila.

– Não quero mais falar sobre isso! – levantou dando as costas a mulher

– Não irei mais perturbá-la, mas por favor, pense sobre isso.

Disse que faria da vida dele um inferno então por que estava se sentindo tão culpada? Para começar talvez nem fosse tão boa pessoa assim para as outras o descriminarem tão veemente por um simples boato que nem sabiam a veracidade dos fatos. Tinha certeza de que ele merecia aquilo e muito mais por tê-la obrigado a ficar ali.

Mas o problema de toda aquela confusão era que ela não vivera um inferno naquela casa como achou que seria. Houve momentos de diversão, conhecerá pessoas encantadoras e rira com elas. Também tinha o Conde, seria muito mais fácil para ela continuar o odiando se ele não fosse a todo instante paciente, gentil. E ele tinha cuidado dela! Aquela noite tinha destruído todas a suas armas contra ele! E era o que mais lhe dava raiva no fim das contas. Como alguém podia ser tão gentil em um momento e tão odioso no outro?

Desceu afim de ver se algo a distrairia. Seguiu para biblioteca mas seu plano de ir ao jardim foi frustrado ao ver que a chuva caia fraca do lado de fora.

– Jura? –perguntou impaciente para o céu mas ficou parada olhando-a cair e molhando a grama aos poucos até ensopá-la.

Tanto as pernas como seus pés começaram a incomodar e quando virou para escolher outro titulo de livro antes de sentar seu olhar cruzou com o do conde que descia a escada lateral da biblioteca com um livro na mão.

– Vim pegar um livro – disse mostrando-o.

– Já pode ir então – apontou para porta. Não estava afim de conversa, entretanto ele continuou imóvel no lugar – Ou pode ficar aí mesmo, não me importo.

Desistiu do livro decidindo se sentar, ficou de lado para que fosse possível observar a chuva, o céu estava nublado mas ainda era possível ver raios de sol saindo por algumas nuvens, como se estivesse se recusando a deixar elas tornarem o dia completamente triste.

Victória suspirou e olhou para o conde ainda no pé da escada.

– Alex!? – deu batidinhas ao seu lado para que ele fosse até lá. Pareceu indeciso mas não tardou em fazê-lo – Farei uma pergunta e quero que seja sincero.

O amor vem devagarOnde histórias criam vida. Descubra agora