Uma Surpresa

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Jhon

Fiquei ao lado de Nanda até à tarde, precisei ir ao banheiro, quando voltei o doutor estava no quarto com uma enfermeira.

— O que houve Doutor?

Olhei para a cama e vi que Nanda estava acordada. Olhava com um olhar estranho.

— Sim, senhor Dolson. Receio que temos um problema.

Estava paralisado. Não sabia se falava com ela ou ia embora, enfim, tomei uma decisão.

— Olá, Nanda!

— Oi.

— Você sente-se bem?

— Minha cabeça dói, contudo, estou bem. O senhor é...

— Não se lembra de mim? Sou eu seu marido, Jhon.

— Não. Desculpe mas, eu não me lembro. Sou casada? Com você?

Enlouqueci. Minha mulher não se lembra de mim? Como?

O médico esclareceu.

— Senhor Dolson, sua esposa está com amnésia.

Senti como se estivesse levando um soco no estômago.

— Como? Isso é possível?

— Sim. – disse o médico – Parece que a batida em sua cabeça foi forte demais, quando cheguei, ela estava acordada e perdida, perguntava onde estava? O que aconteceu? Quem era ela? Para mim só pode ser uma coisa.

— O que, Doutor.

— A senhora Dolson deve ter passado por algo muito forte. Isso fez com que ela bloqueasse inconscientemente e travasse suas lembranças, com a pancada que levou na cabeça.

Sim eu sabia o que houve. Foi meu passado que a fez sair desesperada para fugir de mim e, por isso, bateu o carro. Agora estava com amnésia temporária.

— Entendo. – sussurrei.

— Agora, o melhor a fazer, é esperar que a amnésia passe.

— Eu ficarei aqui? – perguntou Fernanda.

Olhei pra ela, que encarava o médico confusa e, logo depois, olhou para mim. Era um olhar que dizia "meu marido?".

Ela me deu um sorriso.

— Não, senhora. Nesses casos, o melhor é o paciente voltar para casa, assim, as lembranças voltarão o mais rapidamente possível.

Chegamos a casa às 22h00min, ela veio o caminho todo quieta, pareceu que estava tentando se lembrar, fazendo esforço. Estava com medo claro.

Levei-a até seu quarto.

— Que quarto lindo!

— Sim, é seu quarto. Você fez questão que fosse da cor azul, sua cor predileta.

— Nossa! Nem disto eu me lembro. Quando nos casamos, senhor Dolson?

— Ah! Por favor, Nanda, me chame de Jhon. Nos casamos no dia 12 de Janeiro do ano passado.

— Temos filhos?

— Não, não temos.

— Não temos, por que, não posso ter ou, por que, o senhor... Quer dizer você não quis?

Fiquei constrangido.

— Nenhuma das duas alternativas. – resolvi simplificar – Porque, Deus ainda não quis que tivéssemos.

— Tenho irmãos?

— Não. Você é filha única. Acho que por hoje chega, você tem que descansar. Pedirei a Lanne que traga alguma coisa pra você comer. Agora, descanse.

Aprendendo a Amar  #Completo  (Revisado)Onde histórias criam vida. Descubra agora