Tenho medo de onde isso vai dar.
Gil:
Continuação...
Abro a porta e surpreendo-me ao ver de quem se trata:
- Você? - indago, o que faz seus olhos virem de encontro aos meus - O que você faz aqui?
- Vim ver como você estava. Você saiu tão de pressa, fiquei preocupado. - diz e põe as mãos nos bolsos de sua calça jeans de lavagem escura.
- Não deveria... - digo pensativa. Seus olhos continuam focados em mim.
- Vir atrás de você ou me preocupar? - indaga com um olhar desafiador.
- Os dois. - respondo ríspida.
Não é como se eu quisesse magoá-lo, pelo contrário, estou o prevenindo. Não quero me prender a ninguém, assim como não quero que ninguém se prenda à mim. Posso estar sendo precipitada, mas ainda não acho que essa seja a melhor hora.
- Sendo assim... Vou nessa. - diz saindo em direção sua moto - Desculpa pelo incômodo. - diz assim que acelera a moto e sai cantando pneu.
Foi melhor assim... Pelo menos é o que acho. "Ninguém precisa se envolver".
Entro em casa e vejo Sônia tirando a mesa:
- Quem era querida? - indaga ao meu lado.
- Ninguém importante... - respondo com desinteresse.
- Ah sim! Então venha terminar seu café. - puxa uma cadeira para mim.
- Perdi a fome. - digo indo em direção à escada - Quer ajuda para tirar a mesa?
- Não precisa querida. - me olha diferente - Está tudo bem? - indaga parando o que está fazendo.
- Sim. É apenas uma dorzinha de cabeça. - respondo.
Subo para meu quarto, tomo outro banho e troco de roupa. O céu está nublado e, provavelmente irá chover.
Sento-me na cadeira vermelha em frente meu computador e atualizo minhas redes sociais. Até que meu celular toca:
Ligação On:
- Oi amiga! - atendo.
- Está tudo bem? - parece um pouco confusa e é aí que minha ficha cai.
- Quem mandou você dar meu endereço pro Rafael? - indago andando até minha janela para fechar a mesma, pois está chovendo.
- Desculpa amiga. Mas ele insistiu tanto que não tive como negar. - diz - Vocês conversaram?
- Sim. Não foi bem uma conversa. - digo e já posso imaginar sua cara de interrogação.
- Como assim? - indaga confusa.
- Eu meio que fui um pouco "grossa" com ele. - respondo.
- Não acredito! Por que?
- Você sabe porque.
- Sim eu sei, mas você precisa esquecer isso. Nem todos são como o idiota do Hugo. - esbraveja. Suspiro.
- Eu sei...
- Não amiga. Você não sabe! Se soubesse pararia de agir como está agindo e também pararia de pensar que todos vão fazer com você o que àquele idiota fez. - continua seu discurso.
- Não quero falar sobre isso. - baixo o olhar.
- Está bem. Não quero te aborrecer mais. Vou sair agora, depois a gente se fala, tá? - pede.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Além Dos Fatos
Teen FictionSegredos foram enterrados junto com minhas respostas, tudo ficou no passado. Passado esse que esconde a verdade, segredos que podem tirar minhas dúvidas. Tenho convivido com elas há tantos anos que já fazem parte de mim, estão cravadas, eternizadas...