1°. Capítulo

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Um dia para não se esquecer.

Giovanna Bittencourt (Gil):

Após a noite mal dormida de ontem, estou na sala lendo um livro, enquanto Sônia entra avisando que irá ao supermercado, mas que não irá demorar.

Ela cuida de mim desde a morte de minha mãe, meu pai a contratou, pois precisava trabalhar e, como eu era muito pequena não poderia ficar só. Meus parentes são de outra cidade, o que só dificultou as coisas na época. Foi muito difícil, não só para mim como para meu pai.

Sônia na época tinha acabado de perder o marido num acidente de carro. De família simples e humilde, determinada a dar uma vida melhor ao filho: Gustavo Sampaio, que tinha sete anos de idade, aceitou o emprego e desde então cuida de mim como uma filha.

Ela sempre ficou ao meu lado, ela viu o quanto eu sofri, principalmente em datas comemorativas como: o Dia das Mães. Meu pai sempre fez o possível e o impossível, sempre ficou ao meu lado, mas não era a mesma coisa, às vezes, eu me perguntava o porquê de minha mãe ter me deixado, mas tive que ser forte e não demonstrar para ele que estava totalmente destruída por dentro, eu precisava lhe dar forças e assim o fiz.

Meu pai marcou de sairmos hoje para almoçarmos, já que ele vive ocupado com os assuntos da delegacia. A verdade é que ele nunca tem muito tempo para mim. Não o jugo, sei que ele dá o melhor de si. Desde a morte de minha mãe, ele tem dividido seu tempo entre mim e seu trabalho.

Assim que Sônia sai, olho para o relógio que fica na parede da sala e vejo que já são 11h15:

- Meu pai deve estar chegando. - sussurro para mim mesma. Subo as escadas e entro no meu quarto para me arrumar. Tomo um banho demorado e coloco uma blusa manga longa preta onde há escrito: FAKE em branco, um short jeans desfiado, uma bolsa de ombro marrom de couro, um tênis azul que combinou perfeitamente com meus óculos Ray Ban, faço uma make básica e desço até a cozinha para ver se meu pai ou Sônia já chegaram.

Passo pela sala e pego meu celular que deixei no sofá. Vou para a cozinha e vejo Sônia guardando as compras:

- Olá minha menina! - diz ela com um sorriso no rosto.

- Olá! - cumprimento-a com um beijo no rosto.

- Vai sair? - indaga sem parar o que está fazendo.

- Vou almoçar com meu pai. Só estou esperando o "Senhor Importância" dá sinal de vida. - faço aspas com os dedos e Sônia rir do apelido que dei ao mesmo.

- Deixa só ele ouvir você falando assim. - diz ela ainda sem parar de rir.

- Verdade. - concordo sabendo que ele sempre faz cara feia quando o apelido de algo. Ele diz que pareço muito com minha mãe, que ela era cheia de manias estranhas assim como eu. - Acho melhor ligar pra ele e avisar que já estou pronta. - digo e Sônia concorda com a cabeça. Pego meu celular e disco seu número. No terceiro toque ele atende.

LIGAÇÃO ON:

- Oi meu amor! - diz assim que atende.

- Oi pai! É impressão minha ou alguém se esqueceu de um almoço com sua filha querida? - digo ironicamente o fazendo rir.

- Oh! Minha princesa, eu não esqueci. Jamais esqueceria minha princesa. É que surgiu um problema aqui e eu preciso resolver. - explica-se e eu suspiro já sabendo que ele demorará. Não suporto esperar!

- Está bem! Mas eu posso esperar o senhor no restaurante? Eu aproveito pra passar naquela biblioteca que fica lá perto? Quero comprar alguns livros. - não é preciso esperar muito para que ele responda, já que ele quase não esperou que eu terminasse.

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