17 || Azul

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Bom pessoal, antes de qualquer coisa muito obrigada por tudo a história está cada vez mais crescendo e isso me deixa mais ansiosa para ir postando mais e mais capítulos! Então, quero agradecer em especial: Delena36 Catiaribeirosoares Leet_t BellAmamiya Poxannie RayanneIngrid Monica_Rodrigues Sosonunes2 IsadoraMelo2 LizzieOliveira RainHors doce-loucura IsabelSantos594 VictoriaMachado378 JaquellyneAp LucianomonferMayaraGrace

Tudo está ocorrendo bem, o que é muito estranho. Os treinos com Frances sempre são produtivos e, ultimamente, andamos praticando mais lutas corpo a corpo. Também comecei a treinar com William, apenas obtemos sucesso em uma coisa: dessa vez posso invadir uma mente por completo. Pegar todas as memórias. Ainda não usufruo do poder de controlar várias mentes, o líder dos Rebeldes acha que para isso não irá tardar.

Entramos várias vezes no anexo do laboratório para analisar mais a estranha Besta que na realidade era um humano. Tentei outras inúmeras vezes adentrar a mente do bicho, sem sucesso... não consegui extrair nada de novo. William contou-me que descobriu a tal essência da Besta, pois era a primeira Besta que controlava máquinas e não humanos e também porque o cérebro do bicho era um tanto quanto peculiar... assemelhava-se mais ao nosso do que o normal. Fora simples juntar os pontinhos.

Cada dia que vai passando eu me sinto mais próximo e até mesmo mais ligado aos Rebeldes. Conheci vários deles e todos possuem histórias ou lamentáveis ou vitoriosas. Cada um por aqui parece ter seu pontinho de poder no mundo. Encontrei-me com Madison algumas vezes, ela anda muito ocupa na ala hospitalar. Ben já reclamara milhares de vezes do meu novo cabelo grande, assim como Frances.

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Respiro com dificuldade e sinto como se os ossos do meu corpo estivessem sendo esmagados. Onde eu estou? O que está acontecendo? Questiono-me. Debato-me na superfície macia. Estou na sede dos Rebeldes. Abro meus olhos e solto um gemido, meu corpo inteiro dói e minha coluna parece estar contorcendo-se, continuo respirando de forma falha... não me falta ar, na realidade, parece que estou me afogando no próprio. Agarro com força os lençóis fracos da cama e sinto que os rasgos, minha visão está turva. Azul. Desde quando o teto é azul? Sinto agonia e ao mesmo tempo... um estranho sentimento de libertação. Solto um urro. Meu corpo continua doendo.

Com um esforço sobre-humano me levanto da cama, apoio-me na parede. Sinto meu corpo se dobrar, caio quase de cara no chão, uso minhas mãos como apoio. Minha visão continua turva e azul. Solto outro gemido de dor. Algo quente parece estar fluindo nas minhas veias, deixo um gemido escapar pelos meus lábios. Algo fervendo parece estar sendo impregnado na minha pele, como se eu estivesse sendo consumido por chamas. Escuto um estranho barulho: barulho de ossos se quebrando. Sei que são os meus. Também ouço o barulho de tecidos sendo rasgados.

Solto um grito de dor e caio no chão, mais uma vez é uma agonia fervorosa que toma conta de meu ser. Não, não são ossos se quebrando. São ossos nascendo. Minha respiração está estranha, meu corpo continua fervendo e minha visão permanece azul. O que está acontecendo? Não sei por quanto tempo fico no chão sentindo as dores que aos poucos vão se tornando desagradáveis conhecidas. Com certa força consigo me levantar e, quando o faço, ouço mais uma vez o estranho barulho. Sei que estou prestes a vomitar, vou até o banheiro e tudo continua turvo. Onde fica o banheiro mesmo? Vejo uma porta azul. Por que tudo está azul? O que está acontecendo comigo? Solto outro grito de dor. Minha cabeça também parece estar sendo esmagada, ainda corcunda continuo indo até o banheiro.

Permaneço vendo tudo azul, olho meio indignado para meu braço tendo contato com a maçaneta, logo adentro o banheiro e bato a cabeça em algum lugar ao qual não sei distinguir. O banheiro parece menor quando me agacho e despejo o vômito na privada, aliviando-me. Porém, a estranha dor em minha coluna continua, assim como o estranho fogo que parece camuflar-se em minhas veias. Apoio-me na parede. Esse banheiro diminuiu? Passo uma mão pelos meus cabelos grandes. A dor aos poucos vai sumindo, levanto-me ainda corcunda, vou até a pia e lavo meu rosto. Minha visão não é mais azul, tudo está nítido. Solto um grito assustado quando vejo o que me olha no espelho.

— Quem é você? — falo para o reflexo desconhecido.

O reflexo também fala comigo porque sou eu. Aproximo-me e toco no espelho. Fico ereto e isso faz com que eu bata minha cabeça no teto do banheiro agora pequeno. Eu sei quem eu sou. Olho novamente para o meu reflexo abaixando minha cabeça. Meus cabelos não são loiros e sim brancos, meu corpo continua o mesmo, porém, estou maior do que o normal. Muito maior. Então entendo que há mais ossos em minha coluna, minhas roupas são meros farrapos rasgados. No decorrer do meu corpo há uma trilha azul brilhante, como se minhas veias estivessem brilhando, figuras estranhas distribuem-se pela minha pele indo até meu rosto onde a cor azul contorna meu olho, como uma máscara. Tudo ao meu redor está azul, como se meu corpo exalasse uma chama azul.

O que está acontecendo? Sinto que o desespero começa a tomar conta de mim, olho agoniado para as manchas azuis e então para o meu reflexo com cabelos brancos. Tento me movimentar pelo banheiro, porém são tentativas em vão, meu corpo é muito grande para eu sequer me movimentar. O que eu faço?

Mais uma vez começo a entrar em desespero. Outra dor dilacera meu interior. Sinto como se o estranho sangue azul neon estivesse pegando fogo, as chamas azuis ao meu redor parecem mais fortes. Mais uma vez solto um gemido, meu rosto começa a fumegar e boto minhas mãos nesta parte do corpo tentando parar com a dor. Acabo caindo no pequeno banheiro e meu corpo bate com violência no chão, fico dobrado no pequeno recinto. Sinto uma estranha tontura, novamente minha visão fica azul. Levanto-me com esforço. Com a cabeça dobrada e sentindo minha nuca bater no teto por causa dessa ação, vejo na pia a lâmina que Frances me dera para cortar o cabelo.

Sou guiado por uma estranha energia interior.

Dou um jeito de me agachar no banheiro e ficar em frente ao espelho. Começo a cortar meus cabelos brancos. Novamente sinto dor. Machuco meu dedo com a lâmina, olho para o mesmo e vejo sangue sair do corte. Sangue azul. Fico desesperado perante isto. Volto a cortar meus cabelos. Quando termino largo a lâmina. Sinto a estranha agonia me invadir.

Caio no chão e sinto mais dor pela minha posição desleixada. O único pensamento que tenho antes de apagar é: essa é minha forma Evoluída. Eu me sinto tão agoniado e ao mesmo tempo tão livre.

Meu comentário.

Deem uma olhada na obra da Poxannie! Acreditem não vão se arrepender nem um pouco <3

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