23 || Sentimentos

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A sede não havia sido invadida. Encontramo-nos no jardim da sede, cercados por outros Rebeldes, eles parecem indiferentes em relação à grande nave com as iniciais CC bem no meio do local. William, por incrível que pareça, está fora de seu laboratório e, ao seu lado, encontra-se um rapaz de intensos olhos azuis e cabelos pretos, o jovem também exibe um sorriso no rosto. Eu, Justin, Katherine, Ben, Max e Shawn vemos Frances ir correndo até William e seu acompanhante.

— Matt! — Frances pula em cima do rapaz de cabelos pretos e olhos azuis. Ele, mantendo um sorriso no rosto, a agarra com força pela cintura. Encarando os dois percebo como eles... combinam.

Justin, segurando Katherine no colo, se aproxima de mim.

— Está com ciúmes? Não fique, os dois são mais irmãos do que qualquer outra coisa... — Justin sussurra em meu ouvido.

— Eu não consigo acreditar que você voltou! — Frances desvencilha-se dos braços do rapaz e passa a encará-lo com um sorriso no rosto.

— Nem eu acredito... — Matt responde com um sorriso no rosto. — Mas não sou eu a estrela daqui, voltei ontem e William me explicou toda a sua missão!

Frances dirige um olhar para William e não tarda para abraçá-lo. Logo todos os Rebeldes se aproximam de nós e começam a nos parabenizar e também a pegar as caixas com armamentos nos carrinhos, o nosso grupo se separou. Não sei ao certo para onde Justin levou Katherine e também não sei onde o resto do grupo está. Assusto-me ao sentir uma mão no meu ombro, quando me viro me deparo com William.

— Parabéns rapaz! — ele me abraça, demoro um pouco para corresponder sua ação — Este aqui é Matt, comentei sobre ele há alguns dias atrás... ele foi para outro país, ele irá contar tudo o que houve e as mais novas notícias — William conclui e me lembro de dias atrás quando William me mostrou o anexo do laboratório... sim, ele havia comentado sobre um tal de Matt.

Finalmente me deparo com o tal Matt, ele me olha dos pés a cabeça e esboça um sorriso que me deixa sem graça, vejo Frances ao lado do rapaz.

— Prazer eu sou o Dimitri. — eu ergo minha mão demonstrando minha forma de cumprimento, também esboço um sorriso sem mostrar os dentes. Matt segura minha mão com força e me lança um sorriso sincero em resposta.

— Eu sei quem você é. Acredite, o prazer é todo meu. — Matt diz ainda com um sorriso.

— Certo, eu e Matt vamos para o meu laboratório, vocês dois descansem... estão precisando disso — William aponta para mim e para Frances. Provavelmente minha aparência não deve ser das melhores. Logo ele, acompanhado de Matt, se retiram do local indo até a casinha com o alçapão.

Frances me dirige um sorriso.

— Ele gostou bastante de você. — Frances cruza seus braços e exibe um sorriso de lado. Levanto a sobrancelha em tom de dúvida, não entendo ao certo a fala dela.

Tão de repente sinto alguém me abraçar, demoro um pouco para absorver que quem comete a ação é Madison.

— Eu fiquei tão preocupada... pensei que você não ia voltar! — ela permanece me abraçando, coloco minha mão em seu ombro.

— Está tudo bem... eu estou bem. — digo segurando nos ombros de Madison e encarando seus olhos pretos.

Logo não tarda para Madison e Frances se abraçarem.

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Quero falar com você Callum. Eu penso e me concentro para controlar minha própria mente.

Encontro-me deitado no meu quarto da sede, uma espécie de festa comemorando a chegada de Matt e também a nossa volta da Comunidade Centro Sul havia sido feita às pressas. Sinto mais uma vez como se meu corpo estivesse à deriva, como se eu estivesse flutuando na água. Tudo fica branco, vejo Callum sentado na imensidão branca, ele também usa roupas brancas que são adequadas para o seu tamanho.

— Até que enfim, estava demorando. — Callum levanta-se e se aproxima de mim.

— Vamos, pule essas partes e me explique logo o que é isso tudo. — inclino a cabeça para conseguir ver meu eu Evoluído.

— A pressa é inimiga da perfeição... ou coisa do tipo. — Callum dá de ombros e eu reviro os olhos. — Sente-se, é uma longa história.

— Sentar por quê? Eu estou na minha mente, não vou ficar cansado. — digo cruzando os braços.

— Cala boca e senta logo, porque eu fico cansado! — o ser Evoluído coloca sua grande mão no meu ombro e faz com que eu sente contra a minha vontade. É, ele é tão irritante quanto eu, Callum solta um grande suspiro e começa se pronunciar. — Eu vivo na sua mente, sou a sua parte Evoluída... sou eu quem controlo seus poderes... quando você sente a proximidade das Bestas, adivinha? Sou eu... ou quando você controla mentes, sou eu de novo...

— Você também é as dores de cabeça e o sangramento no meu nariz. — o interrompo.

Callum revira os olhos, as figuras azuis em seu corpo parecem reluzir.

— Sim, sou eu... mas isso é porque você é muito fraco e não aguenta a força dos meus poderes. Você é só um humano normal... eu sou a fonte dos seus poderes, sou eu quem os passo para você. Como isso é possível? Eu não faço a menor ideia. Bom eu só fico presente na sua mente quando você... me usa, quero dizer: quando você usa seus poderes eu meio que nasço dentro de você, aí quando você não os usa eu... vou embora. Por isso que você tem aquela limitação dos poderes... porque tudo depende de mim e do meu contato com a sua mente. Tudo que você sente eu sinto... somos dois em um só, literalmente. A única diferença é que somos de espécies diferentes. Quando você se transformou foi quando eu controlei você, quando eu controlei sua mente pela primeira vez e não ao contrário. Vem cá, se aproxime. — Callum faz um movimento com as mãos então eu me aproximo, ele indica seu dedo, vejo uma cicatriz no mesmo... a cicatriz que eu havia feito com a lâmina quando cortei meu cabelo. — Quando você passou a treinar com William eu fui ficando mais forte, foi por isso que consegui te controlar, entretanto, não sei ao certo como perdi o controle de seu corpo... mas eu tenho uma teoria de que quando você pratica coisas que são de seu costume humano você volta a sua principal essência... como cortar o cabelo, depois que você o fez eu me senti fraco e então voltei para a sua cabeça. — Callum cutuca minha cabeça. — Isso de nunca mentir também vem de mim. Acontece que nós, Evoluídos, nunca mentimos... está no nosso sangue, entretanto, não faço ideia do porque você conseguiu mentir apenas para Frances... há coisas inexplicáveis, quer dizer, Dimitri nós dois somos inexplicáveis... como somos possíveis? Que tipo de criação somos? — Callum aproxima sua perna de seu corpo.

Tento absorver todas as novas e inexplicáveis informações. Dou uma última olhada para Callum e começo a parar de controlar minha própria mente. 

O que eu sou, afinal? Um humano ou um Evoluído?

Olha, a gente tá mais para uma nova espécie. Callum quem responde.  Durmo com a fala de Callum assolando meu ser.

Meu Comentário.

Deem uma olhada na obra da Poxannie! Acreditem não vão se arrepender nem um pouco.

Oi pessoal! Tudo bom com vocês? Apenas passando para desejar um feliz natal!

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