Meu Médico

Capitulo dezesseis

ELENA NOVAES

- O que!? - não acredito no que ouvi

- Quer se casar comigo? - ele sorri como um garotinho.

- Você está brincando comigo? Não por favor, não faça isso Bryan.

- Por que não?

- Porque nos conhecemos a pouco tempo - isso foi a primeira coisa que me veio a cabeça.

- Você me ama, eu te amo. Qual o problema? Elena eu não consigo ficar mais um dia sem te chamar de minha, minha mulher, minha esposa a Sra. Kavanagh

- Isso é um pouco... eu, eu não sei o que dizer - Eu te amo Bryan mais nosso amor não é possivel.

- Dizer "sim" seria uma boa - ele brinca com um sorriso de garoto levado nos lábios.

- Acontece que não é assim, a gente não pode ficar juntos.

- Elena me explique o que você tem. Por que de uma hora para outra desistiu de nós, do nosso amor? - Bryan coloca a caixinha com o anel do meu lado ainda aberta só pra me torturar, eu sei.

- Sua filha precisa de amor e atenção e eu atrapalharei.

- Elena para de querer colocar minha filha como desculpa.

- Ela não é desculpa, eu... eu - paro pois não sei o que dizer. Merda.

Sou tomada por lágrimas, nem sei porque estou chorando, talvez por não poder ficar com Bryan ou por nunca poder ser feliz, não faço ideia, talvez seja os dois.

- Elena, amor não fique assim

- Estou confusa,tenho que fazer o certo mas sou egoísta e não quero abrir mão de você - Mas uma vez confesso isso a ele e tento parar as merdas dessas lágrimas.

- Não é certo isso que você está fazendo, não está só quebrando o seu coração mas o meu também. É isso o que Rebeca quer, nos separar.

- Ela merece ser feliz.

- Você também, Rebeca teve a chance dela e não deu valor. Mas você merece e a vida quer lhe dar essa chance, eu te amo e nunca faria algo para te magoar.

- Bryan você fez tanto por mim, eu sei que você não me magoaria de propósito mas esse pedido... bom preciso de um tempo para pensar.

- Isso já é alguma coisa - seu sorriso é sincero e me alegra

- Mas nesse tempo não vamos ficar juntos

- Por que não?

- Preciso pensar com calma, nesse tempo preciso só de um amigo.

- Serei tudo que você precisar.

Eu amo tanto, mas tenho que pensar na criança primeiro, se bem que ela sempre terá o pai. Bryan a ama e tenho certeza que não vai deixar faltar nada, principalmente amor. Cinco anos nas mãos de Vinicius sem amor, sem carinho. Eu não tive uma vida de casada perfeita e com Bryan posso ter isso.

Bryan pega seu celular no bolso e atende, deveria estar vibrando pois não ouvi som algum.

- Sim? O que Rebeca... como? - sua voz se altera e ele parece preocupado - Como assim?... Estou indo agora mesmo.

- O que foi?

- Minha filha está no hospital, Rebeca estava muito nervosa e não soube explicar, tenho que voltar.

- Eu vou com você - depois de tudo o que ele fez por mim isso é o mínimo que posso fazer.

- Então vamos.

♥♥♥

Bryan dormiu apenas duas horas, imagino que agora deve estar moído e ainda sim continua firme. Acabamos de sair do hospital, segundo Rebeca a bebê estava mal a algum tempo ela a trouxe para o hospital e os médicos internaram para fazer exames.

Bryan ficou abraçado a Rebeca que chorava, não fiquei com ciúme porém ela mostrou claramente que era o que ela queria quando olhou para mim e sorriu aindo nos braços de Bryan. Isso já é algo que dá um voto positivo para Bryan, essa vaca a quem eu achei que merecia ser feliz não merece, ela quer jogar sujo.

Não tive culpa de nada, será que é dificil ela entender? Nunca desejei seu mal eu sempre desejei o bem.

- Cansada? - pergunta Bryan com doçura.

- Não mais que você

- Não consigo dormir, estou preocupado com minha pequena.

- Tudo vai ficar bem Bryan, fique calmo. Você precisa dormir senão não vai conseguir pensar direito.

- Só consigo dormir se você deitar comigo.

Sem malícia, nos deitamos e Bryan adormece enquanto brinco com seu cabelo.

♥♥♥

Acordo sozinha na cama. Me levanto e vou a procura de Bryan, na cozinha acho um bilhete na geladeira.

" Não consegui dormir muito, fique a vontade a casa é toda sua, estou no hospital assim que tiver noticias te ligo.
Bj te amo"

BRYAN KAVANAGH

Essa vida só piora, será que nunca vou ter meu " feliz para sempre"? Primeiro Elena que não sabe o que quer e agora minha filha.

Por favor Deus que ela esteja bem - rogo a Deus em pensamento

Rebeca está mais calma, convenci ela a ir embora para casa que seus pais alugaram, ela precisa dormir e ainda está de dieta, não deveria andar por ai e como médico a proibi de sair de casa.

Vejo um médico se aproximar então me levanto no mesmo instante que os pais de Rebeca.

- Bryan Kavanagh? - ele pergunta por mim.

- Sou eu.

- Pode me acompanhar ao meu consultório, por favor.

Sem dizer nada sigo o doutor para sua sala. Me sento a sua frente um pouco nervoso.

- Sua filha está com anemia - direto ao ponto, isso foi como um soco bem dado no meu estômago - A anemia num recém-nascido pode acontecer devido a uma perda de sangue, desnutrição execessiva ou como no caso de sua filha a produção deficiente dos glóbulos vermelhos. Em tais casos a criança pode estar muito pálida, ter hipotensão arterial e respirar de forma deficiente depois do parto. O problema é que habitualmente a medula óssea não produz novos glóbulos vermelhos durante 3 a 4 semanas depois do nascimento.

- Ela irá precisar de transfusão?

- Ela é muito nova mas é um risco que infelizmente precisamos correr.

- Ok, eu posso doar afinal sou o pai .

- Qual seu tipo sanguíneo?

- Eu sou O+

- Sua filha é A+

- Certo, vou ligar pra mãe dela para avisar sobre o ocorrido.

Saio da sala do doutor e vou para fora do hospital. Ligo para Rebeca, explico a situação e antes que possa lhe dizer que vou doar ela me solta algo que eu até então não me recordava.

- Eu vou doar, sou O‐ — ela diz com voz chorosa.
- Como assim?
- Meu tipo sanguíneo
- Você mentiu! - grito nervoso
- Menti sobre o que?
- Essa criança não é minha filha!

Meu coração dói. Amo essa criança e ela não é minha.

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