A visão

1K 61 25
                                    

Se você pudesse escolher entre o maior amor de sua vida e um grande reino cheio de riqueza e poderes, o que você escolheria? Pois bem, eu escolhi o amor. Sou Rany, a princesa do Reino dos Elfos e minha vida foi sempre cheia de escolhas. Meu pai sempre me dizia que eu era destinada a levar adiante a linhagem dos Thin e eu sempre acreditei nisso até o dia que conheci Briel Foucs, o filho de Barack Foucs Terceiro, o rei dos humanos e governante de Taraman.

Briel me conheceu quando os reinos dos elfos e humanos tentaram fazer um tratado de paz. Nesse tratado dizia que : "a partir da data que hoje se presencia, eu, Barack Foucs declaro formada uma aliança com o reino de Rouven Thin, e juro ajudá-lo e honrá-lo para sempre...". Mas um empecilho ocorreu. Meu tio, Ryan Thin, convenceu o Barack de que o meu pai planejava traí-lo. O rei dos humanos acreditou e até hoje estamos em guerra. Foi no dia desse tratado que eu conheci Briel, um homem forte e corajoso e que também gostava de mim, porém nos dois sabíamos que esse era um amor proibido.

- Sonhando novamente, Milady? - essa é Vera, a governanta da casa e foi ela quem sempre cuidou de mim após a morte da minha mãe.

- Só pensando em algo que não devia - falei.

- Já sei, é aquele rapaz humano lhe atormentando novamente? - ela falou como se ele não tivesse importância.

- Mas... - fui interrompida por ela.

- Você já parou para pensar que pode conhecer milhares de rapazes bonitos e elegantes nesse reino? - ela elevou levemente o seu tom de voz - Isso que você está pensando é impossível de se acontecer, pois você Rany, está destinada a governar o Reino dos Elfos para o resto de sua vida e isso não deveria lhe atormentar nesse tanto.

- Basta! - gritei - seus serviços não são mais necessários agora, Vera.

- Como quiser - ela disse se direcionando para a porta - com licença, Milady.

Às vezes eu imagino que Vera se intromete demais em minha vida. Tudo bem que foi ela quem cuidou de mim desde os meus cinco anos, mas isso não significa que não é para me repreender. Eu tinha que me distrair um pouco e para isso eu chamaria Diana e Claustrus, meus melhores amigos.

Quando finalmente eu decidi encontrar meus amigos no bosque, recebi a notícia de um guarda que o meu pai me chamava. Ele nunca me chamou, por qual motivo agora ele precisaria de mim?

- Rany, minha filha - ele disse assim que me viu.

- A que devo o prazer do seu chamado, papai?

- Sua governanta Vera me contou que você anda meio distraída ultimamente - "aquela megera" pensei no que eu falei para ela mais cedo - e ela me disse também que você não gostou de ser repreendida.

- Pai, a Vera ultimamente anda muito intrometida nos meus pensamentos e eu não tenho um minuto de paz.

- Filha, o que é isso? - ele me lançou um olhar preocupado - ela sempre cuidou de você e agora você a trata assim?

- Você tem razão pai - eu respondi.

- Tenho?

- Ela que cuidou de mim, - eu lancei um olhar se ódio para ele - e não você.

Após falar isso, saí da sala do trono e fui encontrar a Dia e o Clau no bosque. Eles me enviaram uma carta avisando que seria perto do lago, até que eu apaguei.

- Minha filha, aconteça o que acontecer saiba que eu te amo - uma voz doce falou para mim.

- Para onde você vai mamãe?

- Vou ter que ir em busca de uma coisa e talvez eu não volte.

- Não vá mamãe! Por favor.

- Não resta mais opção Ran - brotou uma lágrima do olho esquerdo dela - eu terei que ir.

Eu acordo vendo árvores a minha volta. Aí meu deus, o encontro. Quando eu chego no lago, não é Diana e nem o Claustrus que eu encontro. É o Briel.

- Briel? - falei - o que você está fazendo aqui? Se alguém te pegar, te matam.

- Ran, eu preciso falar com você.

- O que foi? - perguntei assustada.

- Eu não poderei mais te ver, Rany.

- Mas por que? - perguntei já sabendo que a resposta não seria nada boa.

- O meu pai morreu e agora eu terei que assumir o reino, eu serei o novo rei de Taraman. Agora eu tenho que ir, Ran, me desculpe.

Eu não tive a chance de fazer nada, o reino seria passado para Briel e agora oficialmente ele era meu inimigo. Isso não era justo. Não podia estar acontecendo, não podia.

- Não chora, Ran - ouvi uma voz falar - nos estamos aqui.

- Por que vocês deixaram ele se encontrar comigo, Dia? - perguntei triste.

- Porque sabíamos que ele lhe devia uma explicação por estar tão distante ultimamente - falou Claustrus.

- Eu acharia melhor que eu não soubesse dessa explicação.

- Esquece isso, Rany - Diana disse - e se anima! Amanhã é o grande dia da visita da vidente. Ela revelará a todos no reino o nosso destino.

Eu já tinha me esquecido. O dia da visão era um dia muito especial no reino dos elfos. É como se fosse o natal. A grande vidente, Ruby, falaria o destino do reino e responderia a uma única pergunta. Poderia ser minha chance. Se eu perguntasse para ela se tinha alguma maneira de realizar o impossível...

Acordei antes que Vera trouxesse o café da manhã no dia seguinte. Eu estava tão animada com a visita da vidente que mal podia esperar. Eu precisava arranjar uma distração. O esporte mais famoso no reino dos elfos era o arco e flecha e eu era muito boa nele.

- Bom dia, senhora Thin - falou Barry, o meu treinador.

- Bom dia treinador - foi ele quem me ensinou desde os meus cinco anos o grande esporte do Reino dos Elfos.

O arco e flecha era algo que os guardas do reino eram obrigados a dominar. Enquanto os goblins usavam explosivos, os anões usavam bestas e os humanos espadas; a alegria dos elfos era o arco e flecha. Acredito eu que aquilo me distraíria da chegada da vidente. Quando eu fui atirar minha última flecha eu escuto o aviso de que faltava uma hora para a chegada da vidente. Corri para me arrumar no castelo com Vera falando as minhas costas.

- Estou desapontada, Milady - a velha disse enquanto eu corria para os meus aposentos - você nunca se atrasa para a visão.

- Eu só digo uma coisa para você, Vera - terminei a frase quando cheguei na porta do meu quarto - você está dispensada por hoje.

Bati a porta na cara dela e fui me arrumar escutando alguns resmungos atrás da porta. Troquei-me e fui para a praça central do reino. Chegando lá, sentei ao lado do meu pai e esperei a vidente chegar. Uma luz forte ofusca o olho de todos que estão presentes e então numa névoa vermelha aparece a grande vidente Ruby.

- Eu digo olá a todos os elfos deste reino - ela disse - me chamo Ruby, para os que não sabem e para os que sabem, estou aqui novamente. Todo mundo no reino espera muito este dia, pois é nele que eu revelo o que acontecerá a todos os cidadãos do Reino dos Elfos. Nas minhas visões eu vi o Reino dos Elfos entrando numa grande guerra contra todos os outros reinos - aquilo espantou a todos - vejo também a nova Rainha sendo exposta a grandes dificuldades - de repente todos os olhares se fixaram em mim - e por fim, vejo que a era dos elfos está acabando e uma nova raça surgirá. Agora chegou a hora da pergunta, quem quer saber algo mais do futuro? - ao terminar de dizer aquilo, eu instantaneamente me levantei - o que deseja saber, filha do rei?

- Eu quero saber se existe alguma maneira se realizar o impossível, alguma maneira de fazer algo que ninguém nunca fez, demolir o rumi da história e remodelá-lo para outro.

- Existe um colar chamado de "A jóia perdida de Hydra", pois bem, este colar pode realizar um único desejo e seja ele qual for.

- E onde ele está localizado?

- Atualmente, o colar localiza-se na Caverna Profunda, lar do grande dragão Ereglis no reino dos humanos.


Por trás de Máscaras e EspelhosOnde histórias criam vida. Descubra agora