O desafio púrpura-seca

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Todo mundo tem uma escolha. Em algum futuro distante vai existir escolas sobre a natureza para ensinar aos pequeninos elfos um pouquinho mais sobre o mundo ao seu redor. Em algum futuro distante as raças do mundo talvez não precisem se preocupar com perigosos magos e monstros assustadores. A escolha do futuro é minha e eu escolhi viver.

Viver no momento parar mim significa continuar em frente. Continuar em frente para derrotar os magos. Continuar em frente junto com seus amigos. Continuar em frente para ser feliz. Eu queria ser feliz. Talvez fosse se fizesse o que me mandam. Enfim, eu teria que escolher. Meu tio, meu pai ou Vera?

Eu escolhi o meu tio. Ele ser gay não era algo que eu seria preconceituosa, mas ele estar na cama com aquele homem... Eu não sabia que ele também era. Atirei a flecha na corda do meu tio e nesse mesmo momento eu escutei uma voz:

- Não confie nele, Ran - a voz ficou mais alta - ele não irá te ajudar.

Claustrus?

- Sabia escolha, Rany Thin - disse a voz que sempre me guiou nesse "mundo" - sua escolha foi a correta, pois seu tio a guiará a partir de agora.

Então meu pai e Vera sumiram das forcas e meu tio veio para perto de mim em forma de espírito.

- Oi, tio - disse em saudação.

Ele só gesticulou negativamente com a cabeça e fez outro gesto para que eu o seguisse.

- Ele não pode falar, Rany - disse a outra voz que me guia - ele só lhe dará dicas para seguir seu caminho. Agora é que começa seus desafios de verdade.

- Não confie em ninguém, Rany - disse a voz de Claustrus novamente - não se deixe levar por essas vozes.

De onde ele vem? Meu deus, será que estou louca? Eu não devia estar, até porque escutar vozes é super normal. Acho que eu estava ficando louca sim.

Agora eu estava em um lugar lindo. O sol brilhava em meu rosto, campos e mais campos de flores de todos os tipos estavam ao meu redor, mas as flores só tinham uma cor: púrpura. Não sabia o porquê e nem o motivo da cor de exatamente todas as cores serem púrpuras.

- O seu desafio aqui, Rany Thin - disse a voz que me guia além de meu tio, que por sinal não fazia nada neste momento - é achar a flor com cor diferente.

- Mas tem milhões de flores aqui - eu disse - e o que isso prova a mim? Achar uma flor não deve ser importante.

- Você saberá quando achar - disse a voz.

- E então, tio? Alguma dica? - perguntei.

Ele veio em minha direção e pegou na minha mão. Um toque frio e suave foi o que eu senti. Ele levou minha mão até meu coração. Depois ele guiou minha mão suavemente até a terra. Ela era fofa e macia. Todo tipo de flor viveria aqui. Não tinha como eu saber. Olhei em frente e vi um lago. Talvez eu fosse me refrescar um pouco depois.

- Isso não está ajudando, tio - disse confusa.

Ele apontou a os dedos para minha cabeça.

- Isso quer dizer para eu pensar um pouco? Quer saber, eu encontro sozinha - então saí pelas flores procurando uma por uma alguma com a cor diferente.

Será que tinha um púrpura-claro? Se eu o achasse em uma flor, seria uma cor diferente? Se eu não me engano, existia uma velha lenda entre os elfos sobre quem andasse ao redor da cor púrpura.

*****

O pior será
Quando a dor passar
E a cor em volta
Vai lhe matar

Por trás de Máscaras e EspelhosOnde histórias criam vida. Descubra agora