A decisão do século

160 21 7
                                    

Havia tanta coisa naquele momento em que eu teria que decidir e o que eu decidisse afetaria a todos. Teria que escolher entre o Briel e o Claustrus, mas eu nunca gostei do Claustrus pois eu sempre o via como um amigo. Também teria que decidir entre procurar minha mãe sabendo que a única pista sobre ela era que ela estava viva ou procurar meu pai e tentar reconstruir o reino. E por fim, eu teria que decidir se achava quem era o necromante e dava um fim nele ou se procurava falar com outros reinos no mundo para formar uma aliança com os elfos. Bom, eu acho que tenho tempo demais para decidir essas coisas, mas tenho que esclarecer para o Claustrus que eu ainda gosto do Briel.

- Claustrus, o que foi isso? - eu perguntei.

- Eu acho que ta meio óbvio, não é Ran? - ele me olhou e falou - um beijo.

- Eu não sabia que você gostava de mim - eu disse - e você sabe que eu ainda gosto do... Briel.

- Primeiramente, eu tenho bom gosto e eu não me apaixono por qualquer pessoa que eu vejo - eu me surpreendi quando ele disse isso - e Rany, você ainda gosta daquele cara depois de tudo que ele te fez?

- Como assim? - perguntei.

- Ah, você sabe - ele disse - o Briel disse que não ia te ver e também tem a carta que ele te mandou.

- Espera aí... - como ele sabia da carta? - como você sabe da carta?

- E-eu... - ele gaguejou e eu sabia que tinha alguma coisa errada.

- Claustrus, me conte a verdade - eu pedi - onde você esteve depois do incêndio no reino?

- Ta bom, ta bom - ele disse se levantando - eu estava lá, Rany. Eu estava lá quando vocês saíram do castelo em chamas, eu estava lá na hora que os bandidos as abordaram e estava lá quando a Vera morreu.

- E quanto a carta? Você não a alterou nem nada, não é? - perguntei.

- Digamos que eu alterei algumas coisinhas - ele disse fazendo cara de inocente.

- O que você fez com aquelas cartas? - falei sílaba por sílaba devagar.

- Digamos que eu mudei o destino - ele disse - eu mudei os dizeres na carta.

- E o que ela dizia? - perguntei.

- Ela dizia que... - nós fomos interrompidos por um grito um tanto familiar.

- Diana! - eu e o Claustrus falamos em uníssono.

Corremos pelo bosque em direção ao grito sem saber muito bem o que iria encontrar. Se a Diana estivesse viva, ela poderia nos falar o que aconteceu e se viu alguém antes de ela ser controlada. Eu já suspeitei de muita gente que poderia ser o necromante. Já pensei que foi o meu próprio tio, mas tirei minhas dúvidas após a morte dele. Também já achei que fosse Vera, mas ela também morreu. Eu acho que tenho que parar de "achar". Ok, está expressão não foi lá essas coisas.

Eu e o Claustrus ouvimos os gritos da suposta Diana de longe.

- Ela deve estar perto! - eu gritei para ele enquanto corríamos.

Chegamos até um lugar cheio de covas. A Clareira dos Defuntos. Eu não esperava encontrar a Diana no lugar que aquele mapa me levaria. Um lugar com cerca de dez covas, todas empoeiradas e com teias de aranha. Cada uma tinha uma cor específica, uma era marrom, outra acinzentada, outra preta, outra dourada entre as demais. Fui ler as escrituras para saber sobre quem havia morrido naquela época.

Anthony Ryan

1342-1409

Robert Gwaine

Por trás de Máscaras e EspelhosOnde histórias criam vida. Descubra agora