Didn’t know what this would be
But I knew I didn’t see
What you thought you saw in me
I jumped the gun
So sure you’d split and run
Ready for the worst
Before the damage was done
MsMr — Hurricane.— Davina, desligue esse maldito celular! — gritou minha mãe de algum lugar da casa, o celular ao meu lado indicava que já era hora de acordar.
Apertei o botão vermelho na tela e a música parou de tocar, pude ouvir meu pai na cozinha preparando o café e minha mãe no quarto arrumando tudo antes de sair para trabalhar.
— Melissa — chamei ainda sonolenta, não houve resposta — Melissa não me obrigue a ir buscar um balde de água gelada!
Ela se levantou correndo e foi para o banheiro, bufei ao ter que sair de baixo das minhas cobertas quentinhas e encarar o dia que se estendia à minha frente.
— Melissa — bati à porta de nosso banheiro — Melissa, eu preciso usar o banheiro!
— Use o da mamãe — respondeu.
Me arrastei pelo corredor para o quarto de minha mãe, ela estava sentada em frente ao espelho se maquiando para mais um dia de trabalho na revista:
— Bom dia querida! — ela terminou de passar o batom e sorriu para mim através do espelho.
— Bom dia mamãe! — abracei seu pescoço e lhe dei um beijo na bochecha — Posso usar seu banheiro?
— Melissa tem que aprender que o banheiro é de vocês duas — ela se levantou e foi procurar algo para vestir — Sinta-se à vontade querida, quando eu morrer tudo isso vai ficar para você mesmo...
Revirei os olhos e fui tomar meu banho, ao sair do banheiro minha mãe estava colocando os brincos de pérola que eu havia lhe dado de presente de dia das mães quatro anos atrás. Voltei para meu quarto e Melissa estava em frente ao espelho se maquiando.
— Bom dia Davina — ela me deu um sorriso desafiador e eu lhe dei um sorriso triunfante:
— Aprenda a passar batom, depois venha me dar bom dia!
Ela fechou a cara e saiu do quarto batendo a porta, RI comigo mesma da forma que Melissa queria parecer gente grande com atitudes de criança. Em cinco minutos estava pronta e desci as escadas escorregando pelo corrimão.
— Davina querida, — meu pai colocava o café à mesa — Você não deveria fazer isso, pode acabar se machucando.
— Desculpe papai, mas o senhor tem que admitir, — sentei-me à mesa e servi-me de algumas torradas — É bem divertido.
— Eu sei! — ele sorriu como uma criança e minha mãe pigarreou, fazendo-o voltar a ficar sério — Mas você tem que parar com isso Davina, você pode acabar se machucando.
— Desculpe papai, mas o senhor tem que admitir, — sentei-me à mesa e me servi de algumas torradas com geléia de pêssego — É bem divertido.
— Eu sei! — ele sorriu como uma criança, minha mãe pigarreou fazendo-o voltar a ficar sério — Mas você tem que parar com isso Davina!
Tomamos café em silêncio, com eventuais comentários de Melissa que jurava que eu dizia o nome de meu namorado Percy enquanto dormia.
— Fico surpresa de você ouvir algo além de seus roncos durante a noite... — falei para ela com um sorriso irônico na face, a campainha tocou e louca para sair do meio daquela discussão boba de irmãs, mamãe foi ver quem era aquela hora da manhã, apesar de eu ter um bom palpite de quem poderia ser.
— Ao menos não sou eu quem fica dizendo o nome de Percy a noite toda! — retrucou Melissa me mostrando a língua.
— E por falar no diabo... — minha mãe vinha pelo corredor seguida por Percy, que assim que pousou seus olhos em mim sorriu de orelha à orelha.
— Bom dia Princesa — ele me deu um beijo na testa depois acenou para meus pais — Senhor e senhora Tull.
— Ah que maravilha! — bufou Melissa — O palermas chegou!
— Bom dia para vice também Melissa — apesar de todas as patadas que Melissa lhe dava diariamente, Percy sempre foi muito gentil com minha irmã — Eu lhe trouxe suas balas favoritas — ele sorriu e estendeu para Melissa um saco das balas ao qual ela era viciada.
— Até que você não é de tudo tão inútil! — ela pegou os doces com certa violência e foi buscar nossas mochilas.
— Pronto vamos! — disse ao atirar minha mochila em mim — Quanto mais cedo chegarmos na escola, menos eu terei que aturar o casal maravilha!
Dei um beijo de até mais tarde em meus pais e fomos para o carro de Percy.
— Desculpe Melissa, — disse ele abrindo a porta do carona para mim — Mas acabei esquecendo a sua cadeirinha...
— Tenho quinze anos, Percy seu babaca! — ela fechou a porta com força excessiva — Não preciso de cadeirinha à muito tempo.
Dando risada Percy deu a volta no carro e entrou. A viagem até a escola foi extremamente silenciosa, em cada semáforo que paravamos eu via sempre o mesmo cara do outro lado da rua me encarando e aquilo me deixou meio nervosa.
— Melissa, — chamei assim que paramos em frente à escola, ela percebeu minha inquietação e ficou preocupada também — Me espere dentro da escola, não tente voltar para casa sozinha, entendeu?
— Sim Davye... — ela deu um beijo em minha bochecha e foi se encontrar com suas amigas.
Fiquei observando-a e só relaxei quando ela entrou no prédio da escola.
— Vi, o que houve? — Percy se inclinou em minha direção e colocou a mão em meu joelho.
— Nada, é que tive a impressão de estarmos sendo seguidos, e essa não é a primeira vez que tenho esse tipo de sensação...
— Se você quiser, eu posso faltar ao treino hoje para levar vocês em casa...
— Não Percy, você já perdeu muitos treinos por minha causa, além do mais, Melissa e eu estaremos bem.
— Todas as vezes que eu perdi os treinos por sua causa valeram à pena, e desta vez não seria diferente, ao menos eu me sentiria mais tranquilo...
Abri a boca para protestar mas fui interrompida por Helga batendo na janela do carro, abaixei o vidro e ela disse:
— Eu sei que namorar é algo muito bom, mas já está na hora das aulas. Portanto senhorita Tull e senhor Carter, eu acho melhor vocês saírem do carro e entrar na escola.
Fizemos o que ela mandou e Percy de despediu de mim com um beijo apaixonado na frente dos poucos alunos que ainda estavam fora da sala de aula. Me encaminhei para a aula de inglês e Percy foi para a aula de cálculo.
Assim que entrei na sala, meu professor, um baixinho francês barrigudo de meia idade disse:
— Está atrasada senhorita Tull.
— Sinto muito professor, estava com Percy, não vi a hora passar.
— "L'amour est comme un sablier, avec le coer remplir le vida du cerveau."
— Eu não tenho culpa se você é tão inútil , que não presta nem para foder sua esposa direito! — meu sangue ferveu e só fui medir minhas palavras depois que elas haviam sido ditas.
A sala ficou em um silêncio mortal enquanto observava o professor ficar vermelho como um pimentão.
— Sua... — ele apontou para mim e depois respirou fundo, com um sorriso nefasto disse : — Você está encrencada mocinha, você acabou de agredir verbalmente um professor, e eu tenho uma sala inteira como testemunha...
— Foda-se! — cortei-o.
— O que? — ele piscou incrédulo
— Eu mandei você ir se foder — falei cada palavra pausadamente e logo depois dei um sorriso triunfante — Eu quero que você vá tomar no centro do seu orifício anal! Melhor agora sem palavrão?
— Você não percebe, não é garota? — ele caminhou pela sala até ficarmos frente à frente — Você acabou de assinar a sua expulsão!
— Se for expulsá-la — minha amiga Sky colocou-se entre nós — Terá que me expulsar também!
— E a mim também! — Derrick, seu namorado, juntou-se a ela, encorajando o resto da sala que se posicionou ao meu redor, Derrick olhou em volta e sorriu triunfante — Acho que você não pode expulsar uma sala inteira, não é professor?
— Suas pestes! — ele estava tremendo de tanta raiva — Voltem para seus lugares!
— Obrigado — sussurrei ao ouvido de Sky.
— De nada — ela deu um leve aperto em minha mão e todos voltamos para nossos lugares.
No decorrer da aula fiquei encarando o professor com um olhar de ódio, que era devolvido com a mesma intensidade, finalmente a aula acabou e corri para o ginásio, hoje seria o jogo de Percy e eu teria que estar na primeira fila torcendo por ele. Algumas líderes de torcida amigas de Percy, guardavam lugar para Derrick, Sky e eu.
— Obrigado Kimberley — ela nos deu um leve sorriso e foi se juntar a suas amigas.
Percy era jogador de beisebol, mais precisamente o defensor interno que como o nome já diz, faz a defesa mais próxima da casa de lançamento, isso inclui a primeira base, a segunda base e a terceira base.
Passei o jogo inteiro torcendo por Percy e quando eles finalmente ganharam, fui a primeira a explodir em vivas. Percy veio até a arquibancada e me ergueu em seus braços, logo o time todo estava ao nosso redor comemorando. Percy e seu amigo Theodor me colocaram sobre os ombros e deram uma volta no campo.
— Ei garotos, deixem Davina em paz e vão tomar um banho! — gritou o treinador.
Eles me colocaram no chão e Percy me deu um beijo antes de sair correndo e pular nas costas de Jesse que estava à caminho dos vestiários.
Do outro lado do campo vi o cara que estava me seguindo a alguns dias, pude sentir seu olhar cravado no meu colar que possuía um rubi em formato de coração, Percy havia me dado aquele colar no dia dos namorados, quando me pediu em namoro à alguns anos atrás. Instantaneamente agarrei o colar para ter certeza de que ele estava lá, mas... Não estava!
Olhei ao redor procurando por ele e infelizmente não encontrei, ao olhar novamente para o cara misterioso, ele não estava mais lá, o maldito havia sumido e levou meu colar consigo.
— Vi? — Sky estava ao meu lado e me olhava com uma expressão confusa — O que houve?
— O colar que Percy me deu, acho que perdi...
— Ela e Derrick me ajudaram na busca pelo colar, parte de mim sabia que aquilo era inútil, que eu só encontraria meu colar novamente com o maluco que estava me seguindo e conseguiu me roubar sem que eu percebesse, mas eu tinha que encontrar, aquela foi a primeira jóia que Percy me deu, ele estava tão feliz quando colocou aquele colar em meu pescoço...
— Vi, — disse Sky se sentando no chão, cansada de tanto procurar — Porque estamos nos esforçando tanto para encontar uma bijuteria?
— Porque, — respondi me sentando ao seu lado — Aquela bijuteria era de ouro puro e possuía uma pedra de rubi em formato de coração. E pior, foi o presente de casamento do pai de Percy para a mãe dele!
— Ai que merda! — ela enterrou a cabeça nas mãos e se deitou na grama — Percy não pode descobrir isso!
— Não posso descobrir o quê? — Percy estava parado em pé nos observando, ele havia tomado usava uma pólo azul marinho e uma bermuda cáqui.
— Não pode saber que... que... — Sky estava quebrando a cabeça para descobrir uma resposta razoável, até que eu simplesmente disse:
— Que perdi o colar de rubi que você me deu, sinto muito — colei meu olhar como uma criança prestes a receber uma bronca, ele se abaixou à minha frente e ergueu meu queixo, obrigando-me a encará-lo:
— Vi, é só um colar. Eu não vou brigar com você só porque perdeu algo que qualquer um poderia perder — ele deu um sorriso profundo e aproximou seu rosto do meu — O que realmente importa é que você nunca me perca, e vice versa.
— Você é o melhor namorado do mundo! — espelhei seu sorriso e logo depois me voltei para Derrick — Sem ofensa aos presentes.
— Sem problemas — deu de ombros, — Vou adicionar à lista de coisas que devo fingir que nunca ouvi.
O resto da manhã passou normalmente, Percy e eu frequentemente escapavamos da sala de aula para nos ver; Sky e eu, nas aulas que tínhamos juntas, lideravamos a bagunça no fundo da classe e Melissa, sempre que podia, saía da sala para ficar conosco.
Na hora da saída, Melissa havia me esperado como eu pedi mas eu ainda não estava completamente tranquila, pois ainda tinha a sensação de que havia alguém nos observando. Passei meu braço ao redor de seus ombros e ela envolveu meu tronco:
— Não me solte por nada nesse mundo, entendeu? — sussurrei ao seu ouvido e ela assentiu.
Após nos despedirmos de nossos amigos, saímos com o passo apressado pela avenida. Na esquina de nossa casa, um carro preto de vidros escuros começou a acompanhar nosso ritmo, senti Melissa me apertar mais forte, aproximei-a ainda mais de mim e começamos a correr.
As portas do carro se abriram e duas pessoas saíram de lá, um garoto e uma garota, foi tudo tão rápido que mal consegui assimilar. Com um puxão forte o garoto arrancou Melissa de meus braços enquanto a garota pressionou um pano contra meu nariz, aquele pano continham substâncias me deixaram cada vez mais fraca até que caí inconsciente em seus braços.
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Castle (Em Pausa)
FantasyEm uma versão um tanto moderna de "A BELA E A FERA", Davina é uma garota normal que foi criada em Manhattan, ela tem um namorado perfeito, pais amorosos e uma irmã potencialmente problemática, mas um sequestro pode destruir a vida perfeita de Davina...