Castle (Em Pausa)

A Calmaria Antes da Tempestade...

"Você fala em sacrifício, mas não é o meu sacrifício que ofereço. É o seu que peço. Posso oferecer-lhe minha vida, mas uma vida curta; posso oferecer meu coração, apesar de não saber quantas batidas lhe restam. Mas a amo o bastante para contar que não se importe com meu egoísmo de tentar fazer o resto da minha vida, seja qual for sua duração, feliz, ao seu lado."
Cassandra Clare - Príncipe Mecânico

Algumas Semanas Depois...

Aquele foi um sonho no mínimo estranho. Eu estava em um jardim completamente branco e prateado, havia um grande salgueiro dourado no meio do jardim e perto do salgueiro havia uma mulher. Ela estava de costas para mim e sua voz me alcançou como uma brisa suave:
  — Olá Davina. — ela se virou e tive certeza de que nunca havia visto una mulher tão linda, ela possuía uma pele pálida que emanava um brilho fraco, seus lábios estavam repuxados em um leve sorriso, seus longos cabelos eram tão loiros que quase chegavam à ser brancos e seus olhos eram completamente prateados, fiquei sem saber o que fazer diante dela e quando estava prestes a fazer uma reverencia ela disse — Não precisa fazer isso, meu ego não é como os dos homens que precisa ser inflado com reverências e formalidades.
  — Quem é a senhora? — perguntei, e quando o fiz ela abriu um sorriso gentil ao dizer:
  — Tenho muitos nomes, mas você pode me chamar de Lua. — ela veio em minha direção e fez sinal para que eu caminhasse ao seu lado e andamos lado à lado pelo jardim enquanto ela dizia — Sabe, meu passatempo favorito é observar os humanos, não importa em que mundo eles vivam, e devo admitir que você Davina, é uma dos poucos humanos que conseguiram verdadeiramente despertar meu interesse, e é por isso que estamos aqui, tendo está conversa, vim até aqui para lhe dar um aviso.
  — Um aviso? — questionei curiosa.
  — Você ama Sebastian? — perguntou ela como se eu nada tivesse dito, o que me fez franzir o cenho ao responder:
  — Sim, é claro que amo.
  — Mas você ama o homem ou a fera? — fiquei ainda mais confusa com aquela pergunta, aquilo não fazia nenhum sentido e Lua acariciou meus cabelos ao dizer — Sebastian é um homem, mas também é uma fera, ele é um de meus filhos e quando ele veio me pedir pessoalmente um jeito de se tornar humano, eu me senti orgulhosa e desapontada ao mesmo tempo. Me senti orgulhosa por ele querer mudar, ser alguém melhor, e me senti desapontada porque ele não lutou com todas as forças para mudar sozinho, ele simplesmente veio até mim esperando que eu tivesse a solução mágica para seus problemas. Foi por isso que impus a condição para a maldição dele, Sebastian não sabia amar, por isso ele teria que aprender a amar, mas acima de tudo, teria que aprender a ser amado.
  — Sebastian me ama, — falei começando a entender sua linha de raciocínio — e eu o amo, então porque...
  — Não minha querida, você não o ama. — Lua tinha um sorriso gentil em seus lábios e novamente acariciou meus cabelos ao dizer — Entenda, você ama o homem, mas não ama a fera, Sebastian é ambas as coisas. Você ama apenas uma parte dele e por isso a maldição ainda não foi quebrada.
  — Então, para que Sebastian se torne humano eu tenho que amá-lo por completo, homem e fera, é isso?
  — Exatamente minha estrelinha. — Lua sorriu ao acariciar minha face mas logo uma sombra passou por seu rosto e ela me olhou preocupada ao dizer — Minha querida Davina, você tem que tomar muito cuidado com quem você compartilha seus segredos, nem todos são fiéis aos amigos como você, neste exato momento há alguém de sua maior confiança lhe traindo, te entregando ao seu carrasco.
  — Como assim? — perguntei querendo uma resposta mas logo o sonho começou a se desfazer e a última coisa que vi foi Lua me fitando com aqueles grandes olhos prateados cheios de preocupação ao dizer:
  — Cuidado...