Neste momento eu, Deaton assumo o controle para narrar o que aconteceu cerca de 17 anos atrás, durante um jantar de negociação entre as famílias Novak e Hale.
Naquela época eu era veterinário no tempo vago, mas acima disso, era conselheiro de Talia Hale, além do mentor de Peter, seu irmão mais novo, e seus filhos Laura e Derek. Naquela época eles eram todos crianças, Derek sendo o segundo mais novo, com 13 anos, e parecia que nada jamais abalaria aquela família.
Frederick Novak era um homem desagradável, ele era tão legível que com um olhar você sabia que ele desejava simplesmente o mal. Uma vez que a família Hale era querida pelo regente Guilherme III de Netherlands, e esta seria mandada em seu lugar para cuidar de uma de suas colônias. Mas muito pior do que Frederick, era sua esposa Mary, esta ninguém previa, o que a tornava um lobo oculto por pele de cordeiro.
Como conselheiro, eu estava naquele dia sentado à mesa durante o almoço ao lado direito de Talia, que estava na cabeceira, assim como Frederick, na cabeceira oposta. Ao invés de trazer o filho, como seria esperado, haviam trago uma jovem quieta, de aparência humilde, e um olhar um tanto penetrante.
Sem razão aparente eu me sentia intimidado, mas eu julgava tolice, afinal ninguém ousaria tentar algo contra a família Hale, muito menos em sua propriedade, especialmente sendo apenas três pessoas, sem nenhum guarda costas perto.
O jantar e a conversa sobre política perduraram por vários minutos, pratos já haviam sido retirados e agora tudo que faziam era apreciar uma xícara de chá. Tamanha ilusão de civilidade e rodeios já estava me cansando, mas quando finalmente tocaram no verdadeiro assunto do jantar todo ar pareceu ficar mais pesado.
- Vocês tem toda uma vida aqui, não vale a pena largar isso para cruzar o oceano se estabelecer em uma colônia repleta de bárbaros, selvagens! - disse o homem num tom ultrajado. - Sequer dominam a leitura, nem tem o mesmo nível cultural que o nosso!
- Sr. Novak peço que não fale deste modo, suas palavras são vazias e tolas. - disse a mulher sorvendo um gole de sua bebida. - Pode ser verdade que não saibam escrever, mas nem mesmo toda nossa população sabe, e eles não são selvagens como diz. - disse a mulher, um brilho ameaçador cruzou seu olhar. - Sei que se eu recusar a oferta, será você o indicado para comandar a colônia, e isto eu não permitirei. - sorriu. - Um homem com sua ambição merece viver na sarjeta por subir com a queda das pessoas decentes.
O rosto do homem avermelhou, ele era um tanto explosivo, por isso não me surpreendi quando ele ficou de pé e jogou toda louça no chão, antes de erguer a menina bruscamente e dizer-lhe algo que eu não ouvi, mas pelo seu tom certamente era ruim dado o tremor que percorreu o corpo dela. Antes que eu pudesse reagir, a menina jogou um saquinho vermelho na direção de Talia, que agarrou de forma automática. Ao ver aquilo, meu coração parou.
- Se deseja tanto os mares Talia Hale, que assim seja! - gritou o homem a encarando com um sorriso vitorioso, seus olhos brilhavam com o ódio. - Eu condeno toda família Hale, a expulso destas terras! - disse, e o saquinho se desfazia em chamas e virava cinzas nas mãos de Talia. - Serão condenados a viver até o último dia de suas vidas no mar, sem jamais poder pisar em terra firme enquanto o sol ainda brilhar.
Eu olhava para aquilo estupefado, não podia acreditar, se aquela garota era mesmo uma bruxa, então realmente não havia muito que pudesse ser feito. O corpo de Talia pendeu para frente, e eu me apressei para amparar o seu corpo.
- Lembre-se que foi você quem causou isso a si mesma. - o homem se levantou e saiu acompanhado da esposa, sem dizer palavra alguma.
- Me perdoe. - disse a jovem, antes de se apressar e ir embora.
E aquele fora o início da decadência da família Hale.
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Beber, lutar, navegar
AdventureStiles Stilinski tinha todo um futuro imposto a si por seu pai, no entanto, quando o seu destino se cruza com o do capitão Derek Hale, seu mundo inteiro desaba. Seu dever com sua família e seu amor pelo mar passam a brigar dentro de si, e o que o jo...