Atitude Suspeita

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  Capítulo Onze - Atitude Suspeita

De manhã, quando desceram para a sala comunal, Gina e Harry evitaram comentar o sonho. Ambos achavam que, na realidade, o sonho não tinha sido partilhado pelos dois. E, obviamente, nenhum deles teve coragem de perguntar para o outro para comprovar o que estavam pensando.

Rony e Mione desceram apressados. Teriam aula de Poções e Snape odiava atrasos. Tomaram o café rapidamente. Gina iria para a aula de Transformações, então pôde tomar o seu café com mais calma, o que foi ótimo para ela. Tinha dormido muito mal e, além disso, pretendia conversar um pouco mais com Fleur, que estava sentada na mesa dos professores. O trio se despediu dela e saiu apressado para as masmorras.

Quando os três entraram na sala do professor Snape ele olhou com desprezo para Harry e o rapaz se sentou em uma bancada no fundo da sala, para evitar maiores confrontos. Afinal no momento o que menos precisava era perder mais pontos para a Grifinória. Rony e Mione se sentaram ao seu lado, solidários ao amigo. Snape apertou os olhos e iniciou a aula.

Estava ensinando aos alunos como preparar uma poção atordoante. Era algo muito útil em uma guerra e Dumbledore havia sugerido que os professores tentassem direcionar, na medida do possível, os conteúdos das aulas para algo que pudesse servir aos alunos em situação de perigo.

Snape explicava detalhadamente como se devia picar as raízes de escumilha e macerar cuidadosamente com folhas secas de dilenia, aferventando-as por dez minutos antes de acrescentar as Ampulárias Cornuarietis. Foi quando Neville acidentalmente deixou cair as suas ampulárias, que eram caramujos de concha amarela, dentro do caldeirão enquanto observava os belos tons de amarelo do animal, arruinando toda a sua poção atordoante, que emitiu um chiado fraco. O professor olhou com raiva para o garoto.

- Sr. Longbottom! Quantas vezes eu já falei para o senhor que não deve fazer nada que eu não ordene? - os olhos negros de Snape cintilavam de ódio.

- E-eu... Eu só estava, estava - Neville estava tão pálido que era possível enxergar as suas veias sob a pele. Hermione ficou penalizada com amigo. Harry e Rony também. Mas Snape não parecia estar muito preocupado com o estado do garoto.

- Sr. Longbottom, a sua única chance de não perder os dez pontos que eu pretendo descontar da sua casa é que o senhor prepare uma poção atordoante perfeita sozinho, bem na minha frente - o garoto engoliu em seco, olhou para os colegas e se encaminhou até a mesa do professor, como quem anda até a forca.

Ele ficou atrás da mesa, de frente para o professor, que estava de costas para a turma. Snape o encarava de forma cruel e desafiadora.

- Vamos lá Longbottom, rápido com isso. Não tenho o dia todo - o menino olhou desanimado para a mesa.

Havia diversos tipos de raízes, separadas em frascos de vidro. Vários agrupamentos de folhas secas espalhados, amarrados com pedaços de linha branca. Ele olhou hesitante para um frasco, contendo raiz de Guevilha Anã, seria aquele o ingrediente da poção? Eram todos iguais. Ele respirou fundo e olhou para frente. Mione tinha erguido o mais alto que podia um pedaço de pergaminho escrito com letra apressada: "Quinto frasco da direita para a esquerda". Neville quase sorriu mas se conteve, olhando para a mesa.

"Um, dois... Cinco", contou mentalmente os frascos da direita para a esquerda de Hermione.

Já ia pegando o frasco selecionado quando Mione fez um gesto, rodava os dedos, indicando que era a direita dele e não dela, ele ergueu as sobrancelhas e pegou o quinto frasco do outro lado. Ela respirou fundo. Snape mantinha o olhar de raposa velha para o garoto. Mione continuou a ajudá-lo. Ele ainda não sabia o que fazer. Rony resolveu contribuir também. Segurou o canivete na mão e gesticulou para o menino, indicando que deveria cortar as raízes. Neville começou a picar, nervoso, as raízes. Snape fez uma expressão de decepção.

Hary Potter e o Ressurgimento da FênixOnde histórias criam vida. Descubra agora