Futuro Incerto

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  Capítulo Vinte e Um - Futuro Incerto

Sirius só se virou depois de verificar que a passagem estava absolutamente bloqueada. Estava encurralado, cercado por nove dementadores. Sentiu-se terrivelmente mal. A imagem de Tiago e Lílian mortos estava se tornando muito vívida em sua mente. Podia ouvir claramente o chorinho agudo e assustado de Harry ainda bebê, sentado entre os escombros. Com o objetivo de escapar dali, transformou-se automaticamente no enorme cão negro.

Já tinha conseguido se esquivar dos dementadores e estava começando a acreditar que conseguiria fugir para as ruas quando foi impedido.

- Estupefaça! - um jorro vermelho o atingiu em cheio no peito e ele caiu no chão, desacordado. Lúcio Malfoy tinha acabado de nocauteá-lo. McNair e os Lestrange, que tinham fugido de Azkaban, conduzido os dementadores até Voldemort, também estavam presentes no ataque. - Mobilicorpus! - disse Lúcio, apontando a varinha para o cão negro desmaiado. Ele o colocou em uma carruagem sombria, puxada por dois cavalos feitos de fumaça cinzenta, olhos vermelhos de fogo. Com certeza eram criaturas produzidas por poderosa magia negra. Enquanto isso os dementadores retornaram aos esgotos, seu esconderijo desde a fuga de Azkaban.

A carruagem partiu na mesma hora, deixando o vilarejo de Hogsmeade rapidamente para trás. Atravessou uma boa parte de campos cultivados e finalmente chegou ao que parecia ser uma plantação de milho, totalmente devastada. Um moinho quebrado, ao lado de um córrego seco, era parte do cenário decadente. Um celeiro em ruínas era o ponto central da paisagem deprimente. A carruagem adentrou no local, parando bem no meio, em uma parte que ainda tinha algumas telhas recobrindo o teto. Lúcio e os outros Comensais retiraram o cão negro do bagageiro e o jogaram no chão, como se fosse um trapo qualquer. McNair abriu um alçapão metálico no chão, a porta para o velho silo de armazenar sementes, e Lúcio chutou o cachorro lá para baixo. Sirius atingiu o chão com um baque surdo. Não produziu nenhum gemido.

- Ele está morto? - perguntou a Bellatrix, Sra. Lestrange, uma bela mulher de cabelos e olhos negros. Tinha um brilho cruel e curioso no olhar.

- Não, minha querida – Rodolphus, o marido, respondeu prontamente. - Ainda não. Milorde ainda poderá se divertir com ele. Muito - os outros riram enquanto McNair lacrava magicamente a porta metálica do alçapão.

- Vamos! - ordenou Lúcio. - Temos que avisar Milorde que está tudo sobre controle. O idiota estava exatamente onde ele disse que estaria. Ficará feliz em saber que temos Black preparado para o "interrogatório" - eles riram e desaparataram. Encontrariam Voldemort para dar a boa notícia.

Depois de algum tempo Sirius acordou. Deu um ganido de dor e, verificando que não havia nenhum dementador por perto, voltou à sua forma humana. Olhou em volta. Não tinha muita claridade. Havia alguns furos no teto de madeira corroída e podre, que permitiam que os últimos raios de sol revelassem que ele estava em uma sala redonda, de paredes metálicas, com aproximadamente cinco metros de diâmetro. As dores e os hematomas na lateral do corpo indicavam as costelas fraturadas na queda de três metros até o chão. Uma pequena escada de degraus feitos de barras de ferro levavam ao alçapão selado. Não conseguiria sair por ali. Não estava com sua varinha. Ele era novamente um prisioneiro. Mas, dessa vez, sabia o que estava por vir. Na melhor das hipóteses seria esquecido ali, para morrer de fome e sede. Contudo, imaginava que havia um destino bem pior e mais cruel. Encostou na parede fria de metal, descansaria enquanto pudesse. Só gostaria de saber como estavam Allana e o bebê.

Allana gritou a plenos pulmões. Parecia estar em alguma espécie de transe ou delírio. Ela via Sirius sozinho, no escuro da passagem do Salgueiro Lutador. Totalmente encurralado. Um dementador se aproximava dele e, erguendo-o pelos ombros, proferia-lhe o beijo. Ela via repetidas vezes a imagem de Sirius recebendo o beijo do dementador. A alma sendo expurgada pela boca, deixando um corpo sem vida para trás. Ela se sentou na cama de repente. Os olhos fixos no nada.

Hary Potter e o Ressurgimento da FênixOnde histórias criam vida. Descubra agora