Capítulo 3

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Olá pessoas, o fim de semana chegou mais cedo rsrsrs e eu cheguei trazendo mais um capítulo, espero que gostem, votem e se quiser deixe sua opinião eu agradeço. Beijos e bom Carnaval pra quem gosta.

Douglas não mudou de quarto, mandou que viessem novos móveis, mas se recusou a abandonar o lugar que um dia fora um ninho de amor.
Aquele cômodo era como um santuário para ele, foi ali que passou muitas noites de amor com Kate.
Ele guardava um frasco do perfume preferido dela, as vezes antes de dormir borrifava algumas gotas no ar.
Era como se ela ainda estivesse ali, ele não poderia deixar que sua memória fosse esquecida, Kate seria lembrada eternamente por ele.
Costumava deitar na cama e ficar por horas admirando o quadro pendurado na parede. Nem sempre ele conseguia dormir, ou quando conseguia tinha pesadelos horríveis com a morte de Kate.
Ele tinha medo de fechar os olhos e ver o corpo dela todo despedaçado como ficou logo após o acidente.
Seu lindo corpo precisou ser reconstruido, Douglas não teve coragem de olhar dentro do caixão. Naquele dia sua alma foi junto com ela, só o corpo físico ficou.

Os empregados o temiam, ninguém ousava desafia-lo. Douglas tinha o sangue quente e vivia mal humorado, se confrontado virava uma fera.
Pietro e Anthony eram os únicos que não recebiam o desprezo dele, apesar de terem passado grande parte de suas vidas longe, ele amava os irmãos, mesmo que de um jeito bronco e tosco.

Uma movimentação no andar de baixo tirou Douglas de seus pensamentos, desceu as escadas para ver o motivo da algazarra, esperava que não fossem visitas, sua paciência para fazer sala era zero.
Não conseguia ficar muito tempo na presença de outras pessoas, a conversa quase nunca o interessava, só ia na casa de algum vizinho quando precisava tratar de negócios, ou para reclamar que algum gado havia invadido suas terras, nesses momentos ele ficava possesso de raiva.

- O patrão está descansando menino, não vá acorda-lo. - Dizia a empregada a Anthony.

- Ahh aqui está ele. - Anthony se aproximou do irmão, envolveu ele num abraço e deu tapinhas de leve em suas costas.

Douglas ficou estático, não costumava receber esses tipos de demonstração afetiva.
Ele olhou para a mala do irmão ao lado do sofá e se perguntou o que era aquilo.

- Vim passar alguns dias com você. Espero que não se importe.

- Tudo bem. Maria arrume um quarto pra ele. - Dizendo isso saiu porta a fora.

- Ele não muda nunca, não é?

- As vezes tenho pena, mas tem momentos que da vontade de bater na cabeça dele com uma panela. - Resmungou Maria fazendo Anthony rir.

A casa de Douglas era enorme, com seis quartos todos com banheiro, na parte de trás tinha uma piscina coberta e uma quadra de tênis.
Havia várias salas de jantar, jogos e de estar. Os móveis eram rústicos, mas modernos, quadros de cavalos decoravam as paredes da casa. Antes de Carlos morrer era tudo diferente, os moveis já estavam velhos e a pintura desgastada.
Por ser antiga a casa precisou de uma reforma quase completa, ganhou uma cor nova e foi toda redecorada. Quem visse diria que a mansão foi construída a pouco tempo.
Douglas não tinha nenhum senso de moda e decoração, por isso não contribuiu com nada nas reformas.
Era um rapaz da cidade, mas sempre gostou do campo, desde pequeno vinha andar a cavalo, Carlos foi quem o ensinou. Então sempre que podia pedia aos pais para ir a fazenda.
Aprendeu tudo desde muito cedo, Carlos era um homem solitário, por isso quando teve a oportunidade acolheu Douglas em sua casa. Se tratavam como pai e filho, foi uma grande perda quando Carlos morreu vítima de câncer.
Douglas jurou a ele antes de morrer que cuidaria com muito carinho da fazenda, o que de fato aconteceu.

Salvo Pelo Seu AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora