Capítulo 9

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*Sem revisão*

Frederick dirigia a toda velocidade pelas estradas de chão batido, não deixou a ideia esfriar na cabeça, aquela era sua única opção e ele precisava agarrar com unhas e dentes.

O caminho parecia estar mais longo, quanto mais andava mas tinha a sensação de estar longe de seu destino. Deve ser isso que se sente quando se está indo por um caminho que não sabe onde vai dar.

Frederick apertava firme o volante, o coitado já estava ficando roxo devido à forte pressão exercida sobre si. Por onde passava deixava uma cortina avermelhada e espessa de poeira. O rádio não estava ligado, música não era apropriada para o momento.

Você deve estar pensando que ele está indo para o inferno. Mas calma, ele ainda não chegou a esse ponto de desespero. Nem tudo o que pensamos, fazemos. Essa é a realidade.

Seu celular tocou entre os bancos da caminhonete, mas ele nem olhou quem estava ligando, não queria se desconcentrar, sua ideia era genial demais para ser esquecida.

Enquanto dirigia se perguntava, como ele um grande fazendeiro chegou naquele nível. Por mais que se esforçasse não encontrava respostas. Bem, agora era um pouco tarde para ficar remoendo o passado. O que ele precisava era focar no presente e futuro, o passado é irreversível, mas o que vem adiante pode ser mudado basta querer, e isso era tudo o que ele mais queria. Não nadou tanto para morrer.

A uns quinhentos metros de distância já conseguia enxergar aquela mansão rústica que tanto causava inveja no povo da região. Sim, acredite no interior também há inveja. Não que ele sentisse, Frederick tinha orgulho de sua propriedade, não invejava o que era dos outros.

A muito tempo atrás seus avós compraram um pequeno pedaço de terra, no começo tinham poucas cabeças de gado, com o passar dos anos foram adquirindo mais terras e a fazenda passou a ser predominante de plantações. Quando seus pais herdaram, ele ainda era um garotinho de cinco anos, mas desde cedo acompanhava o pai nas roças. Quando completou idade entrou na faculdade de veterinária, pois sua grande paixão eram os cavalos.

Apesar de amar os animais não quis expandir a agropecuária em sua fazenda. Quando os pais morreram ele ficou com tudo, pois só tinha uma irmã e esta morava na cidade com o marido e abdicou de seus direitos, era justo deixar tudo para ele, afinal quem sempre cuidou de tudo foi ele. Ela ficou apenas com as joias da mãe e uma pequena quantia de dinheiro.

Frederick estacionou a caminhonete de qualquer jeito na entrada da casa. Fez o sinal da cruz e saiu de dentro, sem se preocupar em ativar o alarme, ladrões não existiam por ali. Caminhou apressado até parar em frente a porta de entrada, nem apertou a campainha deu socos mesmo, típico de roceiros.

Depois do que pareceu uma eternidade a porta foi aberta por uma senhora baixinha de cabelos grisalhos, Maria. Ela fez sinal com a mão para que ele entrasse e assim o fez.

- Senhor Frederick que surpresa! - exclamou Maria.

- Preciso falar com Douglas urgente. - Disse apressando a mulher.

- Ah sim, vou chama-lo fique à vontade.

Maria se retirou e ele sentou no sofá mesmo sem ter sido convidado. Achava que Douglas não estaria em casa, mas para sua sorte estava. Impaciente batia os pés no chão e tamborilava os dedos nos joelhos. Quando estava prestes a ir pelo corredor que a empregada sumiu procurá-los, Douglas apareceu com cara de quem estava dormindo. Frederick ficou envergonhado.

- Bom dia, desculpe acordá-lo - disse sem graça.

- Bom dia - respondeu Douglas - não tem problema, só cochilei no escritório. - jamais trataria mal aquele que um dia lhe ajudou.

Salvo Pelo Seu AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora