Capítulo 7

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Olá amores, voltei rapidinho rsrsrs. As postagens de capítulos serão toda quarta e sábado, nestes dias podem esperar que tem.
Boa leitura.
*sem revisão.

Olivia desceu as escadas apressada ao ouvir barulho de vidro se quebrando. O som vinha do escritório de seu pai. E ela se perguntou que diabos estava acontecendo? Frederick não era um homem violento, então certamente não estava brigando com alguém.
Entrou no cômodo assustada com o que poderia encontrar e o que viu a deixou desolada. O pai estava sentado em sua cadeira giratória com as mãos em concha sobre o rosto, pela sua expressão parecia estar chorando. Um líquido marrom escorria da parede até uma garrafa de whisky quebrada no chão.
Olivia entendei o motivo do barulho.
Se aproximou do pai e tocou em seu ombro para indicar que estava ali já que ele não tinha se dado conta de sua presença.
Ergueu os olhos para o rosto da filha e se debulhou em lágrimas, Olivia envolveu seu frágeis braços ao redor do pescoço do pai e também chorou, de alguma forma ela sabia a razão do desespero.
Ficaram ali os dois chorando pelo inevitável, como se fossem encontrar uma luz que os guiasse até a solução dos problemas.

- Filha me perdoe por ter sido negligente com o futuro agora estamos prestes a perder tudo. O que será da sua vida? - A pergunta foi mais para ele mesmo do que para ela.

Naquele momento estava se sentindo um fracassado, se fosse mais esperto teria tomado as providências necessárias para no combate às pragas antes que elas atacassem, pensava ele arrependido. Na época era um fazendeiro poderoso podia ter tudo o que quisesse, jamais imaginava que um dia ficaria pobre.

- Papai escute - pediu Olivia se afastando para poder olha-lo nos olhos - você não foi negligente, ninguém pode prever o futuro. E quanto a mim posso arrumar um emprego na cidade.

Olivia apesar de ser tímida e reservada não tinha medo de enfrentar os obstáculos no caminho. Se não tivesse outra solução, tiraria uma a uma as pedras da estrada.

- Não era esse o futuro que eu queria para você - Frederick constrangido por ter chorado feito um bebê na frente da filha, limpava grosseiramente os olhos com um lenço.

- Não se preocupe papai na vida tudo tem uma solução. - Recitou Olivia confiante.

Frederick se sentiu envergonhado por não ter mais força para lutar e ver que sua menininha ( para ele, ela ainda era ) ainda mantinha um sorriso no rosto disposta a seguir em frente fazia ele se sentir fraco perto dela.

Pela manhã Frederick havia recebido uma carta-aviso do banco informando que ele deveria pagar os empréstimos pendentes no prazo de uma semana, se os pagamentos não fossem efetivados o banco seria obrigado a tomar posse das terras e de tudo o que havia em cima dela.
No fim da carta o gerente dizia que lamentava a situação ( como se ele acreditasse nisso ) e ainda informava que gostariam de mante-lo como cliente.
A raiva fora tanta que ele não controlou o impulso de jogar a garrafa de whisky que estava bebendo direto do gargalo na parede. Só se deu conta do que fez quando ouviu o som de vidro se quebrando e o líquido escorrendo pela tintura, certamente estava se perguntando o que fez de errado para merecer ser arremessada para longe.
Frederick sentou-se na cadeira giratória e se pôs a chorar silenciosamente não queria que alguém o visse nessa situação embaraçosa. Mas se pegou chorando nos braços da filha.
Depois que ela se retirou do escritório, ele continuou ali tentando imaginar como seria sua vida dali pra frente. Certamente teria que recomeçar sua vida do zero em outro lugar, e quem sabe um dia comprar de volta a fazenda. Olhando pela vidraça conseguia encerar boa parte daquele lugar tão lindo.

Não estou pronto pra me desfazer de tudo isso!

Com isso em mente saiu apressado, pegou as chaves da caminho neste no aparador e saiu cantando pneu.

Olivia voltou para o quarto tomar banho e vestir uma roupa quente, pois fazia bastante frio e os aquecedores da casa haviam sido desligados para economizar gastos. Na pressa havia saído do quarto com seu pijama de flanela com vaquinhas desenhadas. Não ficou muito tempo em baixo do chuveiro, ela se preocupava com a falta de água no planeta.
Vestiu uma calça jeans surrada, camisa xadrez e um casaco, calçou suas botas de montaria e saiu do quarto, mas voltou quando estava na metade do caminho buscar seu chapéu marrom.
Entrou na cozinha e não viu ninguém, nem mesmo a mesa estava posta. Ela estranhou pois a mãe sempre levantava cedo e fazia questão de preparar o café da manhã.

- Carme você sabe se meus pais já tomaram café? - pediu para a moça que limpava a casa.

- Não senhora, eles nem passaram por aqui hoje. - Deu de ombros voltando a esfregar uma sujeirinha imaginária no chão.

Olivia olhou para ela e sentiu um aperto no coração, ela ficaria sem emprego. Queria fazer algo para ajudar, mas não sabia o que.
Carme era filha de um casal de senhores aposentados, eles tinham menos de um hectare de terra, ela trabalhava para ajudar nas despesas da casa.
Olivia achou melhor não falar nada a ela sobre a incerteza de seu emprego, a moça certamente choraria e pediria que não a mandassem embora, e Olivia não queria mais emoções negativas para aquele início de manhã.
Nem quis tomar o café que Carme se ofereceu a fazer, saiu da casa pela porta dos fundos. O vento gelado bateu em seu rosto e ela estremeceu de frio, o sol se espreguiçava tímido por entre as nuvens, era apenas um filete de luz.
Suas botas rustidas amassavam a grama por onde pisava molhando as pontas com a umidade que brotava do chão.
Chegou no celeiro e deu de cara com o único peão que restou, ele escovava as crinas do cavalo favorito de Olivia, este quando a viu se agitou querendo a atenção da dona.

- Ei garotão - disse Olivia afagando o focinho do animal. Pediu a escova e se pôs a alisar a crina. Com os fios desembaraçados seus dedos habilidosos faziam uma trança perfeita no cabelo do cavalo.

Era uma atividade que ela fazia com prazer, aprendeu a andar a cavalo com quatro anos de idade depois disso volta e meia estava no celeiro, às vezes deixava os pais preocupados com seu sumiço, mais tarde ela aparecia como se nada tivesse acontecido.
Sabia tudo sobre cavalos, tudo o que aprendeu foi com seu pai que era um excelente veterinário especializado em cavalos.
Não tinha nojo de limpar os cascos ou de dar banho nos animais. Era de se espantar que tivesse escolhido o curso de agronomia ao invés do de veterinária. Sua escolha se deu ao fato de a fazenda ser predominante de plantações. Eles não criavam cavalos para vender, apenas para tocar as vacas de um potreiro para o outro ou para cavalgar de vez em quando, no caso de Olivia era todos os dias mesmo.
Ela não era como as outras mulheres do campo que passam o dia todo dentro de casa, se fosse preciso tirar leite das vacas a mão, ela tiraria sem hesitar.

- A patroa tem mãos de fada. - Elogiou o peão se referindo a bela trança.

- Obrigada - agradeceu - tenho medo de ficar sem meu cavalo - admitiu engolindo o grande no na garganta.

- Ora, leve ele junto para onde for - disse o peão divertido - se for morar na cidade, amarre ele no quintal do vizinho.

Os dois riram da piada.

- Se acaso nós perdermos a fazenda você tem para onde ir? - Perguntou preocupada.

- Tenho sim, meus pais moram na cidade, eles já são idosos e precisam de alguém que cuide deles.

- Sinto muito por você ter que ir embora.

- Não se preocupe menina, eu vou me arranjar. - Tranquilizou ele.

Olivia levou o cavalo para fora do estábulo não se preocupou em preparar os equipamentos de montaria, não queria montar, só a companhia de seu amado cavalo.
Seguiu até um riacho ali perto, amarrou seu fiel companheiro em uma árvore e sentou na grama verde sem se importar que o orvalho molhasse sua calça. Ouvir o barulho da água batendo nas pedras era reconfortante.
Nem percebeu o tempo passar quando se deu conta o sol já brilhava forte no céu. Ergueu-se passando a mão na roupa para tirar a sujeira, bateu as botas para descolar a grama solta que havia grudado. Desamarrou o cavalo da árvore e os dois seguiram a passos lentos lentos para casa.
Passou pelo potreiro das vacas e ficou feliz ao ver que estavam todas ali, magras e fracas mas ainda vivas.

Salvo Pelo Seu AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora