Capítulo 16

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Quem aí quer Douglas de presente de Páscoa \o/ rsrsrs
O capítulo de hoje está pequeno, mas espero que gostem, votem e comentem.
Feliz Páscoa!!!
Olivia estava ofegante pela corrida.

- Ei Douglas, espere.

Ela corria atrás da caminhonete dele pedindo que parasse.
Douglas freou bruscamente quase fazendo ela se chocar na traseira da caminhonete.

- O que você quer, maluca? - perguntou ríspido.

- Só quero uma carona até a cidade - disse ofegante entrando e pondo o cinto antes que ele protestasse.

Douglas arrancou a toda velocidade fazendo ela bater a cabeça no vidro da janela.

- Vai devagar seu doido, quer me matar? - disse apertando mais o cinto.

- Cale a boca ou vai a pé.

- Quem você pensa que é pra me mandar calar a boca seu grosso - disse indignada.

- Sou seu marido - disse irônico.

Olivia bufou com aquele comentário, sabia que era só para provocar.
Douglas dirigia a toda velocidade, atorando curvas só para deixa-la irritada. As pernas dela de fora não estavam ajudando.
Olivia vestia um short jeans, regata e botas de cano curto. Enquanto fuçava no celular sentia o olhar de Douglas quase queimando sua pele.

- A estrada é ali - apontou com o dedo pra frente.

Douglas fez uma careta pra ela que devolveu. Ele não olhou mais para as pernas dela.
Ligou o rádio quase no volume máximo, deixando Olivia mais irritada ainda. Tirou o fone de ouvido de dentro da pequena bolsa de couro e conectou no celular, não ouvia quase nada, mas mesmo assim fingiu estar ouvindo bem, começou a cantar uma música bem alto, pelo canto do olho viu Douglas com a cara fechada.
Ele desligou o rádio irritado, freou bruscamente e encostou a caminhonete na beira da estrada.
Sem delicadeza alguma arrancou o fone dos ouvidos dela que não parou de cantar.

- Quer fazer o favor de parar de cantar? - ordenou.

- Não - respondeu e voltou a cantar.

- Então desça - levou a mão no puxador da porta abrindo.

- Não vou descer - disse petulante ainda cantando.

- Desça agora - disse entre dentes.
- Grosso!

- Mimada!

Ficaram se encarando por alguns minutos, podiam ouvir as respirações aceleradas. Douglas estava perto demais da boca dela, tão perto que Olivia pensou que ele fosse beijá-la, mas ele se afastou percebendo os pensamentos dela.

- Quer saber eu vou a pé mesmo - disse e desembarcou, batendo a porta com força.

Douglas seguiu viagem sozinho. Olivia foi a pé mesmo, já estavam próximos à cidade, mas a estrada tinha poças de água acumulada e em alguns lugares não tinha como desviar da lama. Resultado chegou na cidade com as botas sujas e praguejando Douglas de todos os nomes possíveis.
Em todos os lugares que ia deixava uma marca de barro, as pessoas olhavam estranho pra ela que as ignorou, tudo culpa de Douglas que ela estivesse passando vergonha perante toda a cidade, tudo bem que foi ela quem decidiu ir à pé, mas a culpa era dele que a incentivou e praticamente a obrigou a ir andando.

Aquele cowboy me paga quando eu chegar em casa!

Como forma de justiça ela decidiu gastar o dinheiro daquele cartão que ele deu.
Entrou em uma loja de calçados e pediu pra olhar as botas.

- Desculpe senhora - disse a vendedora olhando para os pés de Olivia - creio que não temos nada que se adeque a você aqui - falou com desdém.

Olivia ficou possessa de raiva, apertou as mãos em punho pra não arrancar os cabelos daquela lacraia com voz de taquara rachada.

- É não deve ter mesmo - disse virando as costas e saindo dali.

Foi em diversos lugares e lojas, todos a olhavam torto, mas ela decidiu não se importar, que se fodam, pensou.

Quando não tinha mais o que fazer decidiu ir embora, mas como se não sabia onde Douglas estava?! pensando bem, não queria ir no mesmo carro que aquele xucro, ou iam acabar se matando.
Chamou um táxi pra leva-la em casa, foi difícil encontrar um, todos alegavam que as estradas eram ruins e iria estragar o carro. Teve que pagar o triplo do valor pra que um taxista a levasse embora. A estrada toda o motorista foi reclamando dos buracos, da lama, ela já não aguentava mais, estava começando a achar que seria melhor ter voltado a pé, mesmo que demorasse um dia para chegar em casa.
Quando chegaram, desceu carregada de sacolas do carro, Douglas só olhou e não foi ajudar.
Tinha comprado bastante coisas, não que fosse uma compradora compulsiva, mas fazia mais de um mês que não ia às compras.

Subiu as escadas com dificuldade e resmungando, Douglas sentado esparramado no sofá ria do sofrimento dela, era bom pra aprender a não desafiar ele.
Olivia irritada nem havia percebido que ele estava rindo e relaxado, ela nunca tinha visto ele rir sem motivo.
Entrou abruptamente no quarto e se pôs a arrumar no closet as compras, quando terminasse a guerra ia começar, se ele pensava que irritando ela a manteria longe dele estava enganado, agora ela estava disposta a ser uma pedra no sapato dele.
Douglas não perdia por esperar.
Assim que terminou desceu as escadas marchando, Douglas ainda ria, mas ela nem notou estava mais concentrada na discussão que iam ter.
Se aproximou dele e apontou o dedo para seu rosto.

- Olha aqui seu cowboy xucro - disse abanando o dedo - eu exijo respeito da sua parte - disse furiosa - Não sou qualquer uma que você pode fazer e falar o que quiser - estreitou os olhos para ele - a partir de hoje da forma que você me tratar será recíproco da minha parte - terminou de falar e deu um olhar duro pra ele para que entendesse.

Douglas pegou no dedo dela e abaixou.

- Em primeiro lugar nunca aponte esse dedo na minha cara - pontuou - segundo, eu te tratarei da forma que eu achar que merece - disse agora com uma expressão séria no rosto - agora se me da licença tenho mais o que fazer do que ficar conversando com uma menina mimada - ao dizer isso saiu da casa.

Olivia estava estática, não era possível que ele não tivesse ficado intimidado por seus palavras. Foi impossível segurar as lágrimas que insistiram em cair, aquela era a primeira vez que chorava por ele.
Está certo que foi ela quem começou, mas ele como um cavalheiro deveria ter sido mais simpático, pelo menos concordar em manterem a paz.

- Está chorando menina, o que houve? - perguntou Maria esfregando as mãos no avental.

- Não foi nada - disse enxugando os olhos - só me desentendi com o Douglas.

- Não ligue pra ele - disse a senhora abraçando carinhosamente Olivia - Venha comigo na cozinha, enquanto preparo a janta você toma um chá.

Olivia a seguiu até a cozinha e acabou tomando o chá e ajudando a preparar o jantar também, adorava cozinhar. Sobre protestos de Maria que alegava não precisar ajuda, mas Olivia queria algo para se distrair, Douglas tinha o dom de deixar seus nervos a flor da pele.

Deve estar de TPM essa doida, quem ela pensa que é pra mandar em mim?, pensava Douglas no lombo de seu cavalo favorito, ele costumava cavalgar quando estava nervoso.
Kate nunca tinha enfrentado ele daquela forma, ele não era acostumado a ter alguém apontando o dedo para seu rosto ou reclamando da forma que era tratado por ele.
Perto de Olivia ele não conseguia se controlar, ela o desafiava de uma forma que jamais alguém havia feito.
Parecia sentir prazer em vê-lo bravo. Douglas sabia que esse casamento seria um erro, agora ele começava a odiar mais do que já odiava a idéia daquele advogado petulante.
John era seu amigo e advogado, mas não tinha direito algum em interferir em sua vida. Só aceitou por Frederick, mas vendo agora ele percebia que não tinha motivos pra ter se casado com Olivia, a fazenda Simon estava se reerguendo surpreendentemente, Frederick já havia pago a primeira parcela e pelo que ele relatava estava tendo bastante lucro para um primeiro mês num ramo diferente do que estava acostumado.

Salvo Pelo Seu AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora