Capítulo 20

8.4K 714 25
                                    

Bom dia meninas, o capítulo não está muito grande, pois não tive muito tempo pra escrever, mas espero que gostem, votem, comentem.... Rsrsrsrs

- Boa noite turma eu sou o professor Daniel Stewart, vou substituir o professor Nicholas, ele está com problemas de saúde. Espero que tenhamos uma ótima convivência e pra começar queria conhecer um pouco sobre vocês.

Olivia ainda estava petrificada ouvindo sua voz, era o mesmo cara da boate que agora seria seu professor.
Voltou a realidade com alguém cutucando discretamente seu braço.

- Olivia é sua vez - disse Jenna.

Olivia pigarreou e se apresentou para o professor, mesmo ele já sabendo quase tudo da vida dela.

Quando todos se apresentaram o mais novo professor iniciou sua aula.
De vez em quando ele olhava para Olivia e sorria discretamnte.

No fim da aula ele queria falar com ela, mas Olivia foi embora antes que ele conseguisse alcança-la.
Olivia não sentia nada por ele além de carinho que amigos sentem um pelo outro, em seu coração só tinha lugar para aquele cowboy irritante.
Por isso ela não quis esperar para falar com ele, bem viu ele atrás chamando por ela.
Tinha um acordo com Douglas e iria cumprir. E ela não era moça de criar amizade com pessoas que mal conhecia.
Jenna era sua amiga desde a infância porque os pais eram amigos também, ou seja, foi amizade a primeira vista.

Os dois que foram se seguindo passaram num clima estranho, Douglas evitava Olivia a todo custo, a presença dela para ele estava se tornando insustentável, simplesmente porque ela não saía de sua cabeça.

O mesmo acontecia com ela, ficar perto dele era como olhar uma caixa de chocolate e não comer, ela não sabia o que fazer se a cada dia que passava só crescia o sentimento forte que sentia por ele, seu coração parecia gostar de apanhar.
É aquela famosa história, me bate que eu gamo.

Olivia estava encostada na cerca onde os cavalos estavam pastando tranquilamente.
Depois do fatídico dia do seu quase acidente com o cavalo selvagem ela não entrou mais dentro do cercado.
Sentia falta de cavalgar, mas não queria pegar um dos cavalos de Douglas, animais as vezes tem preferência pelo dono.
Queria o seu cavalo, só não sabia como trazer, se viesse andando com ele iria estropiar os cascos do animal.
Sua única opção era pedir para Douglas buscá-lo, fazia dias que eles não brigavam e ela não estava afim de mais discussões.
Se aproximou do estábulo onde ele estava, observou se ele estava mal humorado ou não, viu que ele sorria para o animal, então decidiu se aproximar.

- Douglas - chamou com voz normal.

- O que é? - perguntou ele levantando os olhos para ela.

- Só quero um favor seu - disse calmamente ignorando o tom áspero na voz dele.

- Diga logo estou ocupado - falou normalizando o tom de voz ao perceber que ela estava calma.

- Será que você pode buscar meu cavalo? Por favor não quero brigar - disse beijando os dedos cruzados.

Douglas assentiu e voltou ao trabalho, Olivia ainda ficou alguns segundos na porta num lugar que ele não podia vê-la observando ele trabalhar, os músculos saltavam cada vez que ele flexionava os bíceps.
Ela ficou encantada, ele tinha um corpo tão perfeito que fazia o estômago dela se revirar, não de uma forma ruim.

Douglas não conseguia enxerga-la, mas sentia seu olhar. O cheiro do perfume dela tinha ficado no ar, era um cheiro tão bom que penetrava as narinas, fazendo o estômago dele se revirar, não de uma forma ruim.
Douglas conhecia bem aquela sensação, e não estava gostando nada daquilo.
Ele tinha prometido ao pai dela que a trataria bem, e ele reconhecia não estava cumprindo sua promessa.
Foi pensando nisso que ele decidiu não ficar muito tempo perto dela, já tinha tentado antes e não tinha funcionado, mas agora tinha que dar certo.
Ele podia ser um homem amargurado e frio, mas ainda sabia identificar quando uma pessoa estava desconfortável em sua presença, e ele sentia que Olivia tentava disfarçar, mas às vezes não suportava a presença dele.
Era essa sua sina, pensou ele, atrapalhar a vida das pessoas ao seu redor.
Depois do meio dia o cavalo de Olivia já estava amarrado embaixo de uma árvore.
Ela viu o animal pela janela de seu quarto, sim era só um cavalo, mas Olivia amava ele como se fosse da família.
Saiu correndo de casa, no caminho se chocou com o corpo musculoso de Douglas, ele nem se moveu um centímetro do lugar.

- Obrigada, obrigada - repetiu ela alegre abraçando ele que ficou estático no lugar com os olhos arregalados feito um bebê que acabou de fazer côco na roupa - você é um anjo - disse e deu um beijo estalado em sua bochecha, fazendo os olhos dele esbugalharem mais ainda.

Se aproximou do animal alisando seu pêlo, nem se dando conta do que tinha feito.
Douglas permanecia no lugar com a respiração acelerada, o coração batendo rapidamente.
Olhou para ela toda alegre conversando com o cavalo como se ele a entendesse. Ele estava sentindo coisas diferentes que nunca antes havia sentido.
Ele teve medo de que essas sensações diferentes virassem outra coisa, uma palavra que ele não tinha coragem de falar, que ele nunca mais queria sentir .
Medo de não ser forte o suficiente para resistir aos prazeres da carne.
Ele não costumava rezar, nem tao pouco lembrava se ainda sabia rezar, mas se fosse preciso ele rezaria, faria promessa pra que aquele sentimento não se tornasse algo mais forte, se não ele não sabia o que aconteceria.
Ele não poderia ser fraco e se deixar levar por aquele sentimento novamente.
Já amou uma vez na vida, foi correspondido e a vida lhe tirou esse amor, o seu feliz para sempre nunca aconteceria.
Douglas se julgava indigno de amar novamente, e se acontecesse o mesmo que aconteceu?
Eram tantos e se?, que sua cabeça dava voltas sem sair do pescoço.
Olivia era muito ingênua, uma menina que ainda não conhecia quase nada da vida, ele não tinha o direito de estragar sua vida.
Mesmo que os sentimentos dos outros não lhe importassem, as vezes ele ficava pensando em como deveria estar sendo ruim para ela conviver com um viúvo mal humorado e revoltado com o mundo, como ele era, mas ele não queria a pena dela, e jamais iria admitir seus pensamentos em voz alta.

Olivia ficou olhando suas costas enquanto ele se afastava, ele parecia diferente, nem brigou quando ela abraçou ele.
Ela se pegou imaginando o que se passava na cabeça dele, uma hora estava espumando de bravo, em outra estava calado feito um menino abandonado.

A noite jantaram juntos, Olivia aproveitou o clima de paz para ficar no mesmo ambiente que ele.
Nenhum dos dois falou alguma coisa, Douglas revirou a comida no prato sem muita vontade de comer e Olivia observou seus gestos.
Sem ter tocado em metade da comida ele abandonou o prato na mesa e saiu, naquela noite o céu estava escuro, a lua não estava brilhando.
E ele se pegou pensando que ate o universo estava contra ele.

Olivia falou com a mãe por telefone e garantiu que estavam se dando bem, claro que ela cortou o assunto rapidamente perguntando sobre os progressos na fazenda.
A ferrugem asiática um tipo de praga que tinha acometido as plantações de soja já estava controlada e o que sobrou das plantações já havia sido vendido.
Louise disse que estavam tendo bastante lucros e que com fé conseguiriam pagar a Douglas tudo o que deviam antes de terminar o prazo, pois já estavam pagando mais de uma parcela por mês.
Olivia pensou ter ouvido errado, algo dentro dela se apertou com a ideia de voltar pra casa. Ela ainda não tinha pensado em como seria sua vida pós casamento.
Quando desligou o telefone deixou que escorregasse até o chão.
Ela sabia que Douglas nunca se apaixonaria por ela, mas porque isso doía tanto?
Já estava comformada de amar sozinha em silencio.
Mas a hipótese de que ela jamais representaria algo verdadeiramente importante em sua vida deixava seu coração em pedaços.
Seu pobre coração parecia ser feito de vidro, cada decepção feria seu interior com os cacos.
E sozinha ela não conseguiria colar esses pedacinhos que se espatifavam dentro dela.
Deitada em sua cama ela permitiu que toda angústia que sentia saísse pra fora em forma de choro e soluços, ela não estava chorando por causa de homem, estava chorando por ser ingênua demais e ter um coração apaixonado no peito que jamais seria correspondido.
Mais calma andou até a sacada do quatro pra ver a lua, mas até está não quis aparecer para ouvir seus desabafos.
Esfregou as mãos no peito como se pudesse tirar dentro de si tudo o que a estava deixando mal.
Fechou os olhos até quase fundir, e ficou ali mesmo pensando na vida.

Douglas estava deitado de costas na cama olhando o teto, já havia se passado dois meses que Olivia estava morando com ele, por incrível que pareça ele nem se deu conta do tempo passando.
Quanto mais o tempo passasse mais distante ele ficaria de um tempo bom que já se foi.
O tempo transformava tudo em lembranças, algumas boas outras que se tornam feridas incuráveis.
Se ele tivesse poderes especiais, certamente usaria toda sua força pra trazer de volta pessoas que já se foram, mas que é como se tivessem presente em cada lugar que você vai te guiando e guardando sua vida.
Kate era a força divina que o mantinha em pé todos os dias e Josh seu anjinho protetor guardando sua vida com muito carinho.
Era por isso que ele ainda sobrevivia, por saber que mesmo a uma distância intocável eles estavam sempre com ele não deixando que desmoronasse.

Salvo Pelo Seu AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora