Ten

429 23 30
                                    

Frustração. Era o que Emma sentia toda vez em que pensava na sua última aula com Nash, e ela pensara nisso inúmeras vezes no ultimo dia. Na noite interior ele apenas a deixou em frente de casa, molhada, excitada e sem o que ela queria. E era por isso que ela estava sentindo um considerado ódio pelo professor.

O fato de não ter bebido quase nada significava que ela se lembrava de tudo, que no caso era algo ruim. Seria mais fácil se ela tivesse alguém em quem colocar a culpa, na álcool, no clima, ou até na crise financeira. Mas tinha sido apenas ela. Emma Gale e seu desejo idiota pelo professor de teologia. Mas ela também sentia uma pontinha de felicidade, por talvez saber que aquele desejo vinha das duas partes e que bastava só mais uma faísca pros dois se incendiarem.

E também tinha o moreno. Cameron Dallas se ela se lembrava bem. Ele tinha sido um bônus na noite dela e ela adoraria repetir qualquer noite dessas. Emma se perguntava o que aconteceria na próxima aula, se eles continuariam se negando ou se finalmente iam acabar se pegando na poltrona de seu pai. Porém, com Nash as coisas costumavam serem mais difíceis. Ele era especialista em mudar de humor e comportamento de um segundo pro outro. Podia até ser considerado um comportamento psicopata.

O que causava curiosidade na garota era o fato de Grier não ter aparecido na igreja no culto desta noite. Talvez estivesse com Cameron. Talvez estivesse resfriado por conta de sua pequena brincadeira na fonte na noite passada. Talvez estivesse comendo algumas vadias por ai. 

Ela não era ingenua para pensar que ele não estaria mesmo fazendo o que ela pensou por ultimo. E ela não devia nem pensar que ele deixaria de fazer por ela. Eles não tinham nada, tinham? Ela não sabia nem se o garoto era capaz de sentir algo. Então resolveu matar esses pensamentos e dormir sobre eles. Na manhã seguinte ela poderia tirar conclusões especificas sobre os sentimentos de seu professor.

[...]

Era bem mais fácil acordar cedo quando não se estava de ressaca. Emma tinha até esquecido a sensação de estar sóbria numa manhã de sábado. E se sentiu meio melancólica em relação ao álcool, dois dias e sua garganta já estava com saudades.

Tomou um banho rápido e vestiu um short qualquer e um camisão manchado de tinta, da época em que ela costumava pintar. Desceu a tempo de poder tomar café junto aos seus pais, mas não foi nada especial, já que todos como sempre permaneceram em silêncio. Aquilo matava Emma por dentro. Ela pediu que a mãe mandasse seu professor subir pra encontra-la no escritório como na última aula, e subiu as escadas.

Se sentou na poltrona do pai, dobrou os joelhos e ficou lá, por mais de trinta minutos, olhando pro nada. Dessa vez ela não teve vontade de ler o livro de Nash, ou de fazer qualquer coisa. Só ficou parada respirando, até que a porta do escritório foi aberta e a presença hostil de Grier pode ser sentida.

Emma não se deu ao trabalho de olha-lo.

- Bom dia pra você também. - A voz do garoto soou.

- O que você acha que está fazendo? - O tom grosseiro de Emma apareceu.

- Entrando no escritório?- saiu mais como uma pergunta.

Emma bufou irritada e se levantou, parando em frente ao seu professor e fixando o olhar nele.

- Olha, eu não sei qual é a sua Grier. Realmente, já considerei as hipóteses de você ser um maniaco por atenção. Eu não entendo esses seus jogos, mas se quer jogar procure outra pessoa. Eu não sou uma das suas vadias e não quero mais pecar com você. - dessa vez Emma gritou.

- Não diga como se não precisasse.

- Eu não preciso de você, Nash Grier.- Emma praticamente cuspiu as palavras.

LúciferOnde histórias criam vida. Descubra agora